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18/01/2024 às 10h47min - Atualizada em 19/01/2024 às 08h08min

As dificuldades no diagnóstico da Esclerose Múltipla

Recentemente um grupo de especialistas disse que existe um aprimoramento na ressonância magnética que auxilia no diagnóstico.

Jorginea Nery
Divulgação

A identificação da Esclerose Múltipla muitas vezes é um processo complexo e demorado, marcado por obstáculos no acesso a profissionais e exames. O neurologista especializado em EM, Dr. Matheus Wasem, destaca que a conscientização sobre a doença é crucial, enfatizando a importância de agilizar a ressonância magnética, um exame vital, mas muitas vezes demorado, especialmente pelo SUS.

“Melhoraria muito nosso processo de diagnóstico precoce se houvesse maior conscientização sobre a EM para a população leiga, para os médicos (de outras especialidades) e também para os próprios neurologistas. Também é muito importante que uma vez que a ressonância magnética for solicitada, que não fosse demorado a sua realização e o retorno do neuro", afirma o Dr. Matheus.

No início, a pessoa começa com sintomas como embaçamento da visão, dores, formigamentos, falta de sensibilidade, falta de força, falta de coordenação, falta de equilíbrio, visão dupla, incontinência urinária. Pode ser um sintoma ou uma combinação desses. Normalmente a pessoa passa por vários médicos de especialidades diferentes, faz vários exames, passa anos investigando até que chega num neurologista para o diagnóstico. 

O Dr. Matheus explica que “Esse diagnóstico vem principalmente por meio da ressonância magnética. É o exame mais importante de todos para a Esclerose Múltipla. Também podem ser utilizados o exame de líquor (punção lombar), mas apesar de muitos pacientes acharem que este exame é obrigatório, ele não é. Se uma ressonância for bem feita e tiver as lesões cerebrais típicas da EM, muitas vezes não haverá necessidade de fazer o líquor. Outros exames são úteis, como potencial evocado visual, tomografia de coerência óptica e uma grande bateria de exames de sangue para descartar outras doenças autoimunes e infecciosas.” 

Recentemente um grupo de especialistas disse que existe um aprimoramento na ressonância magnética que auxilia no diagnóstico. Porém, o Dr. Matheus explica que precisamos compreender que não é a mesma em todos os lugares. Faz total diferença o exame ser bem feito por uma boa equipe de radiologistas. Existem muitas outras doenças que também causam manchas brancas no cérebro. Por isso, aprimoramentos no exame são importantes. “O uso da sequência PSIR (e também da sequência DIR) é extremamente útil para identificação de lesões cerebrais minúsculas causadas pela EM e localizadas no córtex cerebral, uma área do nosso corpo muito nobre e que geralmente as lesões ficam invisíveis ali se não for utilizado alguma dessas técnicas diferenciadas.”

Dr. Matheus, que atende seus pacientes de forma humanizada, reconhece que “é muito importante que médicos e pesquisadores continuem evoluindo na melhora do processo de ressonância magnética e no diagnóstico de Esclerose Múltipla. O diagnóstico precoce e o início de tratamento precoce com medicações eficazes são os pontos mais importantes para que haja uma evolução tranquila da doença e sem maiores sequelas.”

Wasem compreende de modo sensato em que ponto estamos e explica que “Em pleno 2024 enfrentamos tantos desafios para realizar o diagnóstico precoce e o acesso a medicações eficazes que fica difícil pensar em uma prevenção a curto prazo. Temos tantas coisas para melhorar nossa situação atual, mas tenho certeza que em algum momento teremos tanto a prevenção de novos casos de EM, quanto a cura dos casos já existentes! Enquanto isso não acontece, direcionamos nossos esforços em melhorar nossa capacidade de identificar precocemente a doença e a partir disso, realizar tratamentos de alta eficácia que realmente tragam impactos positivos para a vida da pessoa, evitando uma vida de sequelas e de incapacidade”.



 

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