25/06/2018 às 14h19min - Atualizada em 25/06/2018 às 14h19min
Saiba por que o desemprego caiu pouco, apesar do avanço da economia brasileira
Ainda que 1,634 milhão de pessoas tenham sido empregadas em um ano, incertezas internas e externas e resquícios da recessão atrapalham as contratações
Portal Brasil
Com a economia em ritmo gradual de crescimento, expectativa é que emprego se recupere de forma mais lenta A economia brasileira voltou a crescer e, mesmo assim, muita gente se pergunta por que o desemprego não caiu na velocidade que todos gostaríamos. Afinal, temos inflação em queda, taxas de juros na mínima histórica e retirada do País de uma grave recessão. Entenda o que há por trás dessa realidade.
Por que isso acontece? Como a diminuição da atividade econômica foi muito intensa entre 2015 e 2016, é normal que os indicadores econômicos demorem a voltar a patamares anteriores à crise. Eles ficam defasados, uns reagindo antes do que outros, como é o caso do desemprego.
Para o ex-diretor do Banco Central Carlos Eduardo de Freitas, esse é um efeito direto da recessão, que é mais forte em cima do mercado de trabalho.
“O emprego é considerado sempre uma variável defasada. É o último indicador a cair quando a economia entra na recessão e o último a melhorar quando a economia melhora”, aponta.
Mas quando vai melhorar? Especialistas já enxergam avanços. A exemplo do próprio fim da recessão, a expectativa de retomada da economia, ainda que gradual, pode ser uma oportunidade de gerar mais vagas.
“O que a gente vê é que a economia vai retomar de forma bastante gradual, então vai ser uma recuperação do emprego bastante gradual também”, diz Donato
. “Saindo desse cenário de incerteza, aí sim você vai ver uma aceleração dessa taxa”, conclui Freitas.
Nestes últimos dois anos não houve melhora? A verdade é que, por mais que isso não seja sentido por todos tão diretamente, o mercado de trabalho já tem dado sinais de fôlego, ainda que a recuperação do emprego esteja lenta. No período de um ano, até o primeiro trimestre de 2018, 1,6 milhão de pessoas saíram da fila do desemprego, principalmente no mercado informal, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Até mesmo o mercado formal tem mostrado força no Brasil. De janeiro a maio deste ano, o saldo entre demissões e contratações foi positivo, o que significa que 380,1 mil vagas com carteira assinada foram abertas no período.