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28/12/2023 às 14h03min - Atualizada em 28/12/2023 às 14h03min

Casos de câncer de pele em MG devem aumentar quase 40% até 2025

Oncologista ressalta a importância da prevenção, como evitar a exposição solar sem proteção, já que a maioria dos tumores de pele é causada pela radiação ultravioleta

Assessoria de imprensa
Dra Nara Andrade
Mês marcado pela campanha da Sociedade Brasileira de Dermatologia, o Dezembro Laranja conscientiza a população sobre a prevenção ao câncer de pele. De fato, as campanhas são extremamente necessárias, já que os casos da doença em Minas Gerais devem aumentar em quase 40% até 2025, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca). Ainda de acordo com a entidade, o tumor é o tipo mais comum no Brasil - representa 33% dos diagnósticos de neoplasias do país.

A oncologista clínica Nara Andrade explica que os grupos mais suscetíveis à doença são os indivíduos de cabelos e olhos claros, ruivos, com ancestrais mais brancos/nórdicos, cuja pele queima facilmente na exposição solar. “Eles, preferencialmente, devem usar chapéus, camisas de proteção ultravioleta, óculos de sol, de modo que as células epiteliais não sofram com o risco da superexposição [solar] e com isso passem por mutações”, afirma acrescentando que independentemente de o contato com o sol ocorrer antes das 10h ou após às 16h – horários considerados permitidos pela comunidade médica – é essencial se proteger.

Ainda conforme a especialista, que faz parte da equipe da Cetus Oncologia, clínica especializada em tratamentos oncológicos com unidades em Belo Horizonte e região metropolitana, as áreas mais expostas ao sol, como o rosto, colo e membros, merecem atenção redobrada, por serem propensas ao aparecimento de lesões sugestivas de um câncer de pele. “Ao invés de serem redondas como uma verruga, elas [lesões] são mais geográficas, com os bordos não bem definidos ou limitados. Costumam também ser elevadas e sem coloração uniforme, sendo mais enegrecidas em algumas partes e claras em outras. Às vezes podem ter sinal de sangramento quando tocadas”, detalha.

Nara também explica que os tumores de pele se dividem em melanoma e não-melanoma. Com origem nos melanócitos (células produtoras de melanina, substância que determina a cor da pele) o primeiro é mais frequente em adultos brancos.

Pode aparecer em qualquer parte do corpo, na pele ou mucosas, na forma de manchas, pintas ou sinais. Nos indivíduos de pele negra, ele é mais comum nas áreas claras, como palmas das mãos e plantas dos pés. “Essa versão é a mais grave, devido à sua alta possibilidade de provocar metástase (disseminação do câncer para outros órgãos)”, ressalta a oncologista. A boa notícia é que representa menos de 5% das neoplasias malignas do órgão.

Já o tipo não-melanoma corresponde a cerca de 30% de todos os tumores malignos registrados no País e, de acordo com Andrade, se subdivide em carcinomas basocelular e epidermoide. O primeiro é frequente em 70% dos diagnósticos, enquanto o segundo ocorre em 25 a 30% dos casos.
 
Tratamentos estão avançando, inclusive para quadros graves
 
Nara Andrade afirma que o tratamento para o câncer de pele é cirúrgico e curativo. O basocelular, por exemplo, chega a ter 95% de chances de cura se descoberto e tratado precocemente. “Nesse sentido, procurar o atendimento médico ao detectar lesões suspeitas em partes do corpo naturalmente mais expostas, é fundamental para um bom prognóstico”, orienta.

A médica da Cetus Oncologia revela ainda que, felizmente, os tratamentos têm evoluído até mesmo para os casos mais graves. “Hoje os tumores não-melanoma em estágio avançado já são tratados, por exemplo, com imunoterapia e terapias-alvo, medicamentos que induzem o sistema de defesa a reconhecer células cancerígenas em mutação e eliminá-las, o que é primordial para o êxito e qualidade de vida do paciente, já que as células saudáveis não são impactadas, reduzindo assim os efeitos colaterais”.

Por fim, a profissional deixa um recado fundamental sobre a importância da prevenção: “todos nós temos a oportunidade de evitar uma doença que pode provocar metástase em vários órgãos e, nessas situações, diminuir as chances de cura. Nesse sentido como grande parte da população não sabe distinguir o que é um câncer de pele melanoma ou não-melanoma e nós, médicos, também não sabemos qual tipo o indivíduo terá, o melhor caminho é se prevenir, se expondo ao sol no tempo ideal, antes das 10h ou após as 16h, mas sem jamais abandonar a proteção.”

O uso de protetor solar com FPS acima de 30, roupas com proteção UV quando a exposição ao sol for inevitável e diária, no caso dos trabalhadores que que ficam expostos o dia inteiro, e visitas frequentes ao dermatologista para exame da pele, couro cabeludo e outras áreas expostas, são outras medidas preventivas cruciais, finaliza Nara.
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