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13/11/2023 às 13h18min - Atualizada em 13/11/2023 às 13h18min

Mulher de líder do Comando Vermelho é recebida para reuniões no Ministério da Justiça

Foto: Divulgação
O MP do Amazonas classificou Luciene como o “braço financeiro” dos empreendimentos de seu marido. Segundo o departamento, ela exercia “papel fundamental também na ocultação de valores oriundos do narcotráfico, adquirindo veículos de luxo, imóveis e registrando ‘empresas laranjas’.”

O ministério da Justiça, de Flávio Dino, recebeu duas vezes neste ano a “dama do tráfico amazonense”, Luciane Barbosa Farias. A membro da facção criminosa Comando Vermelho reuniu-se com secretários e diretores da pasta de Dino no prédio do ministério.

A informação foi divulgada nesta segunda-feira (13),  o departamento alegou ser “impossível” a detecção de Luciene nas reuniões pela inteligência, não constando o seu nome nas agendas oficiais.

Casada há 11 anos com o “criminoso número um” dos procurados da polícia amazonense, Luciane e seu marido – Clemilson dos Santos Farias, o Tio Patinhas – foram condenados em segunda instância por organização criminosa, lavagem de dinheiro e associação para o tráfico. De acordo com o Ministério Público, Clemilson adquiriu seu poder econômico em função do tráfico de drogas.

O procurador Mário Ypiranga Monteiro Neto, em um trecho de sua denúncia em 2018, elencou que o criminoso costumava penalizar impiedosamente seus devedores, “ceifando-lhes a vida sempre que os crimes em que se envolvem lhes tornam credor”.

O MP do Amazonas classificou Luciene como o “braço financeiro” dos empreendimentos de seu marido. Segundo o departamento, ela exercia “papel fundamental também na ocultação de valores oriundos do narcotráfico, adquirindo veículos de luxo, imóveis e registrando ‘empresas laranjas’.” Seu ofício rendeu-lhe a “confiabilidade da cúpula da Organização Criminosa ‘Comando Vermelho’”. Em dezembro de 2012, o casal apresentou bens de R$ 30 mil na declaração de Imposto de Renda.

Enquanto Tio Patinhas cumpre 31 anos de detenção no presídio de Tefé (AM), sua esposa, condenada há dez anos, recorre em liberdade.

Como presidente da Associação Instituto Liberdade do Amazonas (ILA) – uma ONG que, de acordo com a Polícia Civil, atua em prol dos detentos do Comando Vermelho sob o pretexto da defesa de direitos para encarcerados – Luciane entrou no Ministério da Justiça em maio de 2023. Também em março deste ano, Luciene esteve com o secretário Nacional de Assuntos Legislativos de Flávio Dino, Elias Vaz. Em 2 de maio, a criminosa se encontrou com o titular da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), Rafael Valesco Brandani. Valesco foi secretário-adjunto de Atendimento e Humanização Penitenciária em 2017, subsecretário de Administração Penitenciária do Estado em 2018 e Inspetor Penal do Estado. A convite de Flávio Dino, Valesco subiu ao Ministério da Justiça.

Luciane alegou, em postagem nas redes sociais, ter conduzido a Valesco e demais agentes do ministério “denúncias de revistas vexatórias” e apresentado um “dossiê” de “violações de direitos fundamentais e humanos” ocasionados por empresas que atuam nas penitenciárias do estado. Na ocasião, Luciane também esteve reunida com a titular da Ouvidoria Nacional de Serviços Penais (Onasp), Paula Cristina da Silva Godoy, e o diretor de inteligência Penitenciária do Senappen, Sandro Abel Sousa Barradas. O nome dela não foi inserido nas agendas oficiais das autoridades.

A Polícia Civil investiga que a ILA, ONG de Luciane, serve apenas como fachada para “perpetuar a existência da facção criminosa [Comando Vermelho] e obter capital político para negociações com o Estado”. Em Brasília, a criminosa comumente circula acompanhada por sua advogada Camila Guimarães de Lima e sua amiga Janira Rocha, ex-deputada estadual pelo PSOL – condenada em 2021 por acusação de “rachadinha”.

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