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10/11/2023 às 14h33min - Atualizada em 10/11/2023 às 14h33min

Cientistas criam macaco com dedos fluorescentes usando células-tronco

Segundo os pesquisadores, o animal é uma quimera, ou seja, seu corpo contém dois conjuntos distintos de DNA

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Foto: Divulgação
Um macaco com dedos fluorescentes foi desenvolvido por pesquisadores chineses com uma técnica que utiliza células-tronco. Segundo os cientistas, o animal é uma quimera, ou seja, seu corpo é composto por células geneticamente diferentes umas das outras, contendo dois conjuntos distintos de DNA. Um estudo detalhando o processo foi publicado na revista Cell.

Proteína verde fluorescente
O macaco quimérico é composto por células originárias de dois embriões geneticamente distintos da mesma espécie de animal (Macaca fascicularis, popularmente conhecido como macaco-cinomolgo). No passado, cientistas conseguiram criar artificialmente quimeras de ratos e camundongos, mas, até hoje, isso nunca havia sido possível com outras espécies. “Esse era um objetivo há muito almejado na área”, disse Zhen Liu, pesquisador da Academia Chinesa de Ciências (CAS) e autor sênior do estudo.

Para o estudo, os pesquisadores criaram nove linhagens de células-tronco utilizando células removidas de embriões com sete dias de idade. Depois, eles fizeram uma série de testes nas células para confirmar que elas eram pluripotentes (dotadas da capacidade de se diferenciar em todos os tipos de células necessários para criar um animal vivo). As células-tronco foram marcadas com proteína verde fluorescente para que os pesquisadores pudessem determinar quais tecidos cresceram a partir delas em qualquer animal que se desenvolvesse e sobrevivesse.

Em seguida, algumas das células-tronco foram injetadas em embriões de cinomolgo com 4 ou 5 dias de idade e implantadas em macacas fêmeas. Das 12 gestações e seis nascimentos resultantes, apenas um macaco que nasceu vivo e um que foi abortado espontaneamente poderiam ser considerados quimeras, apresentando células fluorescentes marcadas em verde.

“Essa pesquisa não só tem implicações para a compreensão da pluripotência em outros primatas, incluindo humanos, mas também tem implicações práticas relevantes para a engenharia genética e a conservação das espécies", disse Liu. "Especificamente, esse trabalho poderia nos ajudar a gerar modelos de macacos mais precisos para o estudo de doenças neurológicas, bem como para outros estudos de biomedicina”, completou.

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