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06/10/2023 às 18h40min - Atualizada em 06/10/2023 às 18h40min

Dólar mantém maior patamar em 7 meses; entenda por que a moeda americana subiu tanto

Temor por aumento dos juros nos EUA deu força para a moeda norte-americana superar marca de R$ 5,20 nesta sexta (6)

Assessoria de imprensa
Imagem/Divulgação
A reação do mercado após os dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos publicados nesta manhã fez a cotação do dólar disparar nesta sexta-feira (6), chegando à máxima de R$ 5,221.

O movimento perdeu força ao longo do dia e a divisa dos EUA encerrou a sessão cotada a R$ 5,162 na venda, em baixa de 0,13%. Mesmo assim, se mantém ao redor do maior patamar em sete meses, nível atingido nos últimos dias.

A divulgação dos números na parte de emprego nos EUA, onde houve uma criação de 336 mil vagas — contra uma estimativa de 170 mil — impulsionou a moeda americana.

De acordo com Marcio Riauba, gerente da mesa de operações da StoneX, os dados do mercado de trabalho reforçam as apostas para novo aumento dos juros pelo Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA).

“Outra questão que tem um ponto de atenção, até com a economia global, é que reforça também o impacto nos Yields dos Treasuries [títulos do Tesouro dos EUA]”, pontua.

Os títulos do Tesouro são usados como referência para todo o mercado e atingiram, nos últimos dias, os maiores patamares em 16 anos.

Relação entre moedas
A relação entre as moedas de países emergentes e esses indicadores mais fortes nos EUA significa que, com a possibilidade de juros elevados nos EUA e Europa por mais tempo, diminui a atratividade de estar investido outros mercados mais arriscado.

“Por que emprestar para um banco no Brasil se eu posso emprestar no americano, que tem esse diferencial tão grande? Aqui teria que estar com juros ainda mais altos para ser atraentes. Lá sempre é considerado mais seguro”, explica Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos.

Segundo ele, o Brasil e outras moedas emergentes estão sofrendo. Cruz pontua o Banco do Brasil (BC) deflagrou o movimento de queda dos juros em agosto, enquanto nos EUA e Europa ainda se discute a possibilidade de subir mais uma vez as taxa, além de por quanto tempo as taxas permanecerão pressionadas.

“Acho que isso é momentâneo, pois o desejo do banco central norte-americano é de que tirem essa possibilidade de cortes de juros tão cedo como estavam fazendo”.

Durante boa parte de 2023, o mercado ficou precificando o corte no final do ano, porém observou que nem está perto disso. Ao longo do segundo semestre, as discussões eram que os cortes seriam no começo e metade de 2024.

Com essa postura mais arrojada, da para ver que o Fed conseguiu o efeito que desejava e isso acaba penalizando o real, pontua o especialista.

“Isso mostra que com os juros mais altos por lá, o diferencial em relação ao real vai ser menor — dado que estamos cortando juros — e isso diminui o fluxo de recursos para cá.”

Além de tudo, os patamares de juros nos EUA estão elevados, em relação às últimas décadas — 5,5%. Então, a renda fixa americana está ganhando frente à renda variável e fixa aqui no Brasil.

“Fluxo menor, menos dólar disponível e, com isso, a moeda americana se valoriza”, explica Cruz.

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