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22/08/2023 às 14h31min - Atualizada em 22/08/2023 às 14h31min

Justiça mantém arquivado processo contra Dilma Rousseff pelas 'pedaladas fiscais'

Ação de improbidade do MPF também citava Guido Mantega, Luciano Coutinho (ex-presidente do BNDES) e subsecretário do Tesouro. Decisão da 10ª Turma foi unânime em negar recurso.

Assessoria de imprensa
A ex-presidente Dilma Rousseff em imagem de 2016, durante sessão de análise do impeachment — Foto: Marri Nogueira/Agência Senado
Por unanimidade, a 10ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) rejeitou um recurso nesta segunda-feira (21) e manteve o arquivamento de uma ação de improbidade administrativa contra a ex-presidente Dilma Rousseff por causa das chamadas pedaladas fiscais.

As pedaladas fiscais foram um dos elementos do processo de impeachment de Dilma, em 2016. O termo designou manobras feitas pelo governo para aliviar momentaneamente as contas públicas – e consideradas irregulares pelos órgãos de fiscalização.

Além de Dilma, a ação do Ministério Público Federal também tinha como alvos o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega; o ex-presidente do BNDES Luciano Galvão Coutinho, e o ex-subsecretário de Política Fiscal do Tesouro Nacional Marcus Pereira Aucélio.

A 4ª Vara Federal Cível do DF já tinha definido o arquivamento do caso em 2022, mas o MPF recorreu pedindo que a ação de improbidade fosse restaurada.

Os procuradores afirmam no recurso que os acusados “valeram-se dos altos cargos que ocupavam na direção do governo federal para maquiar as estatísticas fiscais com evidente propósito de melhorar a percepção da performance governamental e ocultar uma crise fiscal e econômica iminente, ao tempo em que comprometem ainda mais a saúde financeira do Estado”.

O relator do caso no TRF-1, juiz convocado Saulo Bahia, concordou com a decisão anterior da Vara Federal Cível. Segundo ele, Dilma não poderia responder por improbidade por atos praticados no decorrer de seu mandato – no caso dela, caberia apenas um processo de impeachment.

Em relação aos demais, o magistrado, entre outros pontos, afirmou que as mudanças na lei de improbidade esvaziaram a acusação e que não foi apontada conduta ilícita. Para o relator, o caso era de arquivamento, sem análise do mérito da ação.

Em 2016, uma perícia concluiu que Dilma participou da edição de decretos de crédito suplementar que também basearam o impeachment, mas não nas "pedaladas fiscais". Relembre:

Perícia conclui que Dilma não participou de pedaladas fiscais

O que dizem as defesas
Em nota assinada pelo ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo, a defesa de Dilma diz que a decisão é "importante, não só do ponto de vista jurídico, mas também histórico".

"Dilma Rousseff foi vítima de uma perseguição e teve a cassação do seu mandato em total desconformidade com a Constituição. Condená-la agora pelos mesmos fatos seria mais uma grande injustiça que se imporia contra uma mulher honesta e digna", diz o advogado.

Também em nota, os advogados Angelo Ferraro, Miguel Novaes e Sthefani Rocha, que defendem Guido Mantega no caso, dizem que a decisão "reconhece a ausência de dolo na atuação dos gestores públicos, chancelando, em linhas gerais, o recente posicionamento do Supremo quanto à necessidade de se comprovar a presença do elemento subjetivo para que ocorra a responsabilização por meio da Lei de Improbidade Administrativa".

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