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24/07/2023 às 15h03min - Atualizada em 24/07/2023 às 15h03min

Coruja resgatada por ambientalista volta todos os dias para casa dele mesmo sendo livre para viver na natureza

Acostumado a fazer resgate de animais silvestres, o ambientalista e voluntário, Samuel Maria, de Monte Alto (SP), recebeu um chamado para capturar dois filhotes de coruja. O que ele não imaginava é que ali começava uma amizade diferente. Uma das corujas não quis mais ir embora da casa dele.

Assessoria de imprensa
Foto: Divulgação/Arquivo Pessoal
O resgate foi feito em março deste ano. As corujas, da espécie Siundara, tem como característica o desenho de um coração na face. Elas estavam em um terreno na cidade e como o ambientalista não encontrou o ninho delas, começou a cuidar.

“Eu fiquei com as duas e alimentava elas com ratos até crescerem e conseguirem voltar para a natureza. Com o passar do tempo uma delas resolveu partir, mas esta volta todos os dias”, conta Samuel.

Por ter hábitos noturnos, a coruja, chamada carinhosamente de Guardiã, sai toda noite para procurar alimento e só volta no início da manhã para descansar quase sempre no mesmo lugar, um jardim na casa de Samuel.

“Na verdade eu não deixo ela interagir muito comigo especialmente porque eu quero que ela volte para a natureza e não tenha tanto contato com ser humano. Então eu não tento pegar ela na mão ou tentar deixar ela comigo por causa disso. Eu quero que ela desenvolva o instinto selvagem dela”, comenta.

Samuel orienta ainda que é proibido perturbar ou criar animais silvestres em casa e que o trabalho de resgate deve ser feito apenas por pessoas capacitadas.

“Se a pessoa não souber manusear o animal ela pode se machucar e também ferir o animal. Além disso, ela pode estar praticando um crime ambiental”, declara.

Outras amizades

O ambientalista iniciou o trabalho de resgate de animais em 2012 e desde então, já foram mais de dois mil salvamentos.

“Faço esse trabalho por amor e porque não tem ninguém que faça isso nem em Monte Alto e nem na região. São os animais que o pessoal tem mais medo como cobra, aranha e pra mim eles merecem o mesmo respeito que cachorro e gato”, explica.

E foi esse amor que fez com ele conquistasse outras amizades ‘animais’ ao longo da vida. Já cuidou até de tamaduá-bandeira, mas foi em 2021 que ele resgatou um filhote de urubu e um de arara-canindé. Os dois cresceram juntos e livres no sítio da família.

“São amizades que meu filho Arthur, principalmente, gosta muito. Ele me acompanha nessas aventuras. Minha mãe que fica muito brava e com medo quando eu resgato alguma cobra”, brinca.

Mas para Samuel, a amizade com Guardiã não deve durar muito tempo. Ele conta que ela também é conhecida como ‘coruja da igreja’ por gostar de fazer os ninhos nas torres dessas construções e também nos forros das casas.

“Eu acho que ela vai acabar indo embora porque ela vai crescendo, aí ela vai precisando comer e vai indo para o meio do mato. Então, ela vai acabar procurando outros lugares”, comenta.

Apesar da despedida ser inevitável, ele registra os momentos em fotos, vídeos e nas memórias afetivas que cria com esses animais. Para ele, pequenos ‘gestos de gratidão’ da coruja já são uma grande vitória.

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