AtaNews Publicidade 728x90
31/03/2023 às 21h00min - Atualizada em 31/03/2023 às 21h00min

Conta de luz residencial segue mais alta que a inflação em 8 anos

Alta de 70% das tarifas de energia elétrica, entre 2015 e 2022, é maior do que os 58% do IPCA, e tende a ser ampliada neste ano

Assessoria de imprensa, Marcelo Teixeira
Foto: Divulgação

Levantamento recente da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel) mostra que no acumulado dos últimos oito anos – entre 2015 e 2022 – as tarifas elétricas residenciais registraram uma alta de 70%. Este patamar é mais elevado que a evolução do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que foi de 58% no período. E o aumento tende a ser ainda maior, de forma imediata.

 

Isso porque o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Luiz Fux, concedeu no dia 9 de fevereiro liminar que suspende o cálculo diferenciado na cobrança do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre o setor de energia elétrica. Dessa forma, segundo especialistas, o valor da conta de luz dos brasileiros deverá aumentar aproximadamente 10% dependendo do estado.

A liminar concedida pelo ministro é fruto de uma decisão tomada no ano passado, quando o Congresso Nacional discutiu o fato de a energia elétrica ser considerada um produto essencial e, por isso, não passível de cobrança elevada do ICMS.

 

Para o engenheiro Francis Polo, CEO de uma empresa que desenvolve projetos e instala sistemas fotovoltaicos sediada em Araçatuba, e com unidades em São José do Rio Preto e Sorocaba (SP), Curitiba e Umuarama (PR), as situações econômicas descritas acabam por impulsionar o mercado de energias renováveis.

 

"A economia gerada pelos módulos solares, que chega a 95% da conta de luz, compensa muito esses aumentos da conta de luz. Além disso, é suficiente para compensar os investimentos de instalação e ainda promover rentabilidade, já que o payback é compensado em um prazo de três a cinco anos. Ou seja, o investimento em sistemas fotovoltaicos em contraponto ao fornecimento convencional, é muito vantajoso", explica Polo.

 

Desejo dos brasileiros

 

Pesquisa encomendada pelo Banco BV revelou que sete em cada dez brasileiros já pensaram em instalar energia solar nas suas residências. Metade deles pertence às classes econômicas C e D. O motivo do desejo, segundo o estudo, ocorre em razão da constante alta nos valores na conta de luz – um gasto que poderia ser reduzido de forma sensível com a instalação de painéis fotovoltaicos.

 

De acordo com o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), o aumento da conta de luz por conta da inflação tem um efeito direto na vida da população de baixa renda, que deixa de utilizar seus recursos para pagar cada vez mais caro pelo uso da energia elétrica. Pensando na diminuição de custos, esse público tem se interessado na instalação de painéis de energia fotovoltaica.

 

A situação observada pelo Banco BV é a mesma já identificada também por outras pesquisas – o que apenas revela que o apoio de grande parte da população pela instalação de sistemas de energia solar em suas residências já é um desejo de longa data.

 

Na avaliação de Francis Polo, a crise econômica impactou a vida de muitos brasileiros e, por esse motivo, a conta de eletricidade compromete uma parcela considerável da renda mensal das classes com menor poder aquisitivo. "Vale lembrar que o peso da energia elétrica no custo final dos alimentos corresponde, em média, a 15,3% do preço da cesta básica, que considera produtos agrícolas in natura, como carnes e ovos, pescados, além de pães e macarrão". Polo refere-se a um estudo técnico contratado pela Associação dos Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace) junto a uma consultoria privada.


Link
Tags »
Notícias Relacionadas »
Comentários »