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13/03/2023 às 10h51min - Atualizada em 13/03/2023 às 10h51min

Hospital em Ribeirão Preto (SP) promove reencontro entre animais e tutores internados

Assessoria de imprensa
Foto: Divulgação
Bastou a cocker Maia se aproximar para Nelson Campeis, de 70 anos, matar a saudade que o afligia havia mais de um mês. É que o aposentado está internado desde janeiro no Hospital Santa Lydia, em Ribeirão Preto (SP), devido a complicações causadas pela Covid-19.

Nesta semana, como recebeu alta da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) depois de 36 dias, ele pôde ver novamente Maia através de uma terapia com cães e gatos promovida pela unidade.

A visita contou várias medidas de precaução: a família teve que pedir autorização à equipe médica com 72 horas de antecedência e precisou apresentar laudo médico veterinário e comprovante vacinal da cachorra.

Além disso, o reencontro ocorreu em um espaço aberto do hospital filantrópico.

“Como a gente conversava sobre o que ele tinha vontade, ele falava da Maia. É um paciente que ficou entubado, e vem vencendo etapas importantes na vida. Essa humanização que o Santa Lydia conseguiu promover tem sido essencial para o paciente dar um passo adiante”, diz a médica intensivista Amanda Azevedo, que atendeu o aposentado.

O médico infectologista Lucas Agra destaca que a iniciativa ultrapassa os limites da medicina e diz que a ação pode trazer inúmeros benefícios ao paciente.

“Isso transcende muita coisa que a gente tem na teoria da medicina. Traz alívio da dor e da angústia. Cria um grau muito grande de esperança na reabilitação e está comprovado por vários estudos que diminui o tempo de recuperação. O grau de satisfação é impagável”, pondera.

E a família?

Filha de Nelson, a auxiliar administrativa Vivian Campeis foi uma das responsáveis pela visita. A irmã dela, a auxiliar financeira Patrícia Campeis, também participou da ação. Vivian conta que o aposentado considera ser pai de três filhas: ela, Patrícia e Maia.

“Meu pai ama a Maia, é uma das filhas dele. Ficou na UTI e está indo para o quarto. Acho que, por conta da visita, ele vai para casa ainda essa semana (risos)”, brinca Vivian.

Já a auxiliar financeira diz que o reencontro não foi bom apenas para Maia e Nelson, mas também para toda a família.

“Estou emocionada por ter a oportunidade de o meu pai poder ver a cachorrinha que ele tanto ama. Tenho certeza que ela vai ajudar na recuperação dele”, conta Patrícia.

Aspecto psicológico

A psicóloga Ana Paula Azevedo trabalha no Hospital Santa Lydia e ressalta que, durante a internação, o paciente costuma ficar privado da vida que tinha. Segundo ela, possibilitar esses reencontros significa resgatar vínculos e levar esperança durante um momento tão complicado.

“É muito importante pensar no cuidado com o paciente de forma integral. Quando o paciente vem a uma UTI, ele fica privado da vida que tenha lá fora. Dos amigos, da família. Então, promover reencontros é uma forma de restabelecer esses vínculos. É uma emoção muito grande, um cuidado além do essencial”, conclui.

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