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23/12/2022 às 18h54min - Atualizada em 23/12/2022 às 18h54min

Autismo: veja os principais mitos sobre o transtorno

Especialista desmistifica narrativas sobre pessoas com espectro autista

Olhar Digital
Foto: shutterstock
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição que leva a um significativo impacto na percepção social e na comunicação, afetando também a área motora, sensorial e cognitiva de forma variada e individualizada. Muitas vezes, após os pais receberem o diagnóstico de TEA, algum parente ou amigo — com uma visão equivocada sobre as pessoas pertencentes ao espectro — podem fazer comentários depreciativos dizendo que a criança será agressiva ou fria, o que não é verdade. 

O autismo difere de pessoa para pessoa, sendo importante esclarecer algumas dúvidas. Hoje, por mais que já existam informações disponíveis na internet, mitos a respeito da condição ainda rondam alguns discursos. De acordo com o Dr. Clay Brites, pediatra, neurologista infantil e um dos fundadores do Instituto NeuroSaber, entre as principais dúvidas sobre o tema está a agressividade, falta de sentimentos e a cura.

Agressividade 

“Alguns autistas manifestam suas insatisfações em momentos de desconforto de forma agressiva, porém, essa não é uma característica pertencente a todos os autistas. Eles podem demonstrar descontentamento de outras formas, inclusive não fazendo nada”, diz o médico. 

Empatia 

Outro mito, segundo o especialista, é falar que eles não têm empatia. “Muitos acreditam que eles têm ausência de sentimentos. Nada disto. Alguns autistas são extremamente carinhosos e empáticos perante dores e sentimentos de outra pessoa, mas não conseguem plenamente demonstrar. É verdade que alguns têm dificuldades em demonstrar seus sentimentos, mas isso não os deve caracterizá-los como frios.” 

Cura 

Mais um mito é sobre a cura. “Autismo não é uma doença. Portanto, não falamos em cura. Trata-se de um transtorno que atinge questões relacionadas ao neurodesenvolvimento e tem perfil crônico onde o mais importante é saber como manejar seus sintomas e dificuldades. Assim, eles devem ser acompanhados por especialistas com tratamentos nos mais diversos eixos de intervenção, suporte familiar e escolar e, em alguns casos, até com medicações”, afirma o pediatra. 

Amigos 

Devido ao impacto na percepção social e na comunicação, muitos acreditam que autistas não gostam de ter amigos. Contudo, “eles muitas vezes têm dificuldade nas relações sociais, mas conseguem criar amizades, principalmente quando estão se sentindo confortáveis em determinadas situações e onde as pessoas entendem sua forma de comunicação.” 

Dr. Brites esclarece também que mesmo algumas pesquisas apontando que, frequentemente, o diagnóstico se dá mais em meninos, as meninas também podem ser diagnosticadas no espectro. Uma curiosidade é que elas podem ter o diagnóstico revelado em estado mais tardio devido algumas questões comportamentais passarem despercebidas e por conseguirem camuflar os sintomas. 

Autistas podem ser superdotados ou com altas habilidades, com uma inteligência acima da média, mas diversas crianças com TEA possuem alguma deficiência intelectual. Dessa forma, acabam tendo dificuldade na aprendizagem e no processo de alfabetização e podem ser dependentes de seus cuidadores por toda a vida. 

“Sempre que tiver dúvidas sobre o TEA procure um especialista ou se informe em fontes confiáveis sobre que sejam embasadas em evidências científicas. É extremamente importante obtermos informações corretas para não acreditarmos em certos estereótipos e divulgarmos notícias falsas. Lembre-se: cada autista é único e cada ser humano tem suas peculiaridades”, finaliza o neurologista. 

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