A vitória do Brasil por 2 a 0 contra a Sérvia foi acompanhada com nervosismo em um dos principais shoppings de Brasília, que instalou um telão para os torcedores acompanharem a estreia da seleção na Copa do Catar. A marcação cerrada da Sérvia, que apostou numa defesa forte com jogadores altos, resultou num jogo travado, que dificultou o jogo para o Brasil. Somente após o gol de Richarlison, aos 18 minutos do segundo tempo, o público voltou a vibrar.
Nos primeiros minutos da partida, os gritos de apoio da torcida predominavam, principalmente quando Neymar sofreu uma falta que rendeu cartão amarelo ao jogador sérvio Pavlovic. “
Tinha que levar cartão mesmo. Foi uma falta covarde”, disse a auxiliar administrativa Maria Silveira, 33 anos.
A torcida ainda estava eufórica quando, aos 12 minutos do primeiro tempo, Neymar cobrou um escanteio que quase terminou em gol olímpico. A partir daí, prevaleceu a impaciência com os erros de passe e a falta de chutes a gol da seleção brasileira, apesar de o Brasil ter dominado a posse de bola durante toda a partida.
Após os 20 minutos do primeiro tempo, o Brasil começou a chutar ao gol, mas sem sucesso. Por pelo menos três vezes, o público suspirou quando a seleção perdeu chances de marcar na cara do gol. Principalmente com o atacante Raphinha, que chutou fraco demais e perdeu o gol aos 34 minutos do primeiro tempo e no primeiro minuto do segundo tempo.
Aos 14 minutos do segundo tempo, mais um grito de gol contido, quando o lateral esquerdo Alex Sandro chutou na trave. Apesar do jogo travado, o apoio à seleção brasileira continuou.
“Tem que chutar mesmo para meter pressão e deixar o adversário cansado”, declarou o vendedor autônomo Luiz Carlos Medeiros, 52 anos.
Grito de gol contido após Brasil quase abrir placar - Valter Campanato/Agência Brasil
Alívio A aflição só deu lugar ao alívio quando Richarlison conseguiu superar a forte marcação sérvia e marcar o primeiro gol do Brasil na Copa, aos 18 minutos do segundo tempo. O jogador aproveitou um rebote do goleiro sérvio, Vanja Milinkovic-Savic, e marcou.
Aos 28 minutos do segundo tempo, a euforia voltou a ceder lugar ao alívio, quando Richarlison ampliou a vantagem da seleção brasileira. Depois de dominar a bola para cima, o atacante marcou o segundo gol de voleio.
“A Sérvia montou uma muralha, mas era só o Brasil furar a defesa para o adversário ficar nervoso”, disse o motorista Sílvio Moreira, 37 anos.
Torcedores comemoram gol - Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
Com o Brasil dois gols à frente, o técnico Tite optou por fechar a defesa da seleção brasileira e fez quatro substituições. Trocou Lucas Paquetá por Fred e Vinícius Júnior por Rodrigo. Minutos depois o treinador substituiu Richarlison por Gabriel Jesus e Neymar por Antony. Aos 42 minutos do segundo tempo, Raphinha cedeu lugar a Gabriel Martinelli. As trocas dividiram opiniões.
“Tite poderia ter deixado o esquema de ataque por mais tempo para o Brasil marcar 3 a 0”, protestou o cozinheiro Marcos Mendonça, 44 anos. O enfermeiro Valério Cavancanti, 27 anos, considerou adequadas as substituições. “
É importante que os jogadores sejam poupados para as próximas partidas. A vitória já está garantida, não faz sentido pôr os atletas em risco”, comentou.