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30/10/2022 às 18h16min - Atualizada em 30/10/2022 às 18h16min

Alexa ganha opção de voz com timbre masculino

Todos os dispositivos que suportam a assistente virtual Alexa no Brasil já têm o novo timbra de voz disponível

Olhar Digital
Foto: VDB Photos – Shutterstock
Em junho de 2021, a Alexa, assistente virtual da Amazon, ganhou uma voz masculina, em meio a acusações de sexismo. No entanto, o recurso estava disponível apenas para os usuários dos EUA. Desde quinta-feira (27), os brasileiros também passaram a ter direito a essa opção.

Segundo a Amazon, nada muda na maneira de se dirigir ao dispositivo. Basta ativar o recurso e, depois disso, continuar falando o nome “Alexa” antes de dar um comando.

Como ativar a voz masculina da Alexa
Para começar a usar o novo recurso, é necessário apenas dizer a frase “Alexa, mude de voz” ao seu dispositivo (alto-falante Echo, smartphone ou fone de ouvido da Amazon). A resposta que virá em seguida já estará com timbre masculino.

“Vale ressaltar que imitações, histórias e canções originais não estarão disponíveis nesta opção”, salientou a Amazon em comunicado. “Quando o cliente estiver ouvindo esses tipos específicos de conteúdo, a voz será a já conhecida de Alexa desde seu lançamento”.

Quando esses conteúdos forem finalizados, a voz do dispositivo volta ao timbre masculino, se este tiver sido ativado. “Em uma casa com mais de um dispositivo, é possível personalizá-los, escolhendo a opção de voz de preferência para cada dispositivo selecionado”, diz o comunicado da empresa.

Essa adaptação vem após anos de críticas recorrentes a empresas de tecnologia e à oferta de assistentes virtuais apenas com vozes femininas, como Siri (Apple), Cortana (Microsoft) e Google Assistant, além da Alexa. Algumas foram disponibilizando outras opções de timbres com o tempo. 

Segundo analistas e órgãos de defesa dos direitos das mulheres, o problema de tecnologias com vozes que fazem referência às mulheres é que elas reforçam estereótipos e violência de gênero e funcionam dentro de um sistema machista.

Em 2019, um estudo feito pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) concluiu que os algoritmos trabalham com vieses inconscientes associados à mulher, como o pensamento ultrapassado de alguns de que a mulher tem que ser prestativa e subserviente, fazendo tudo o que mandam.

Segundo a pesquisa, quase metade das conversas entre seres humanos e robôs apresentava alguma referência à aparência física. Esse volume era maior nas interações com tecnologias com vozes femininas, sendo que 18% envolviam o assunto sexo.

“As mulheres são colocadas na tecnologia em um espaço menos dinâmico. Essas empresas transferem o padrão cultural mais atrasado para o padrão tecnológico mais avançado. Assim, dão continuidade a essa cultura com medo de perder dinheiro e competição no mercado”, disse Cristina Buarque, pesquisadora especializada em feminismo da Fundação Joaquim Nabuco, em reportagem especial do UOL Tecnologia. 

Em sua defesa, as empresas alegam, entre outros fatores, que estudos de mercado apontam que a voz sintética feminina é percebida como mais capaz de ajudar a resolver problemas, e que dispositivos com timbres de voz feminina seriam resultados desses entendimentos.

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