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26/09/2022 às 15h47min - Atualizada em 26/09/2022 às 15h47min

Mais antigo mamífero da Terra vivia no Brasil, aponta estudo

Fósseis do Brasilodon quadrangularis, animal que viveu há 225 milhões de anos, foram encontrados no Rio Grande do Sul

History
IMAGENS: ROCHELE ZANDAVALLI/UFRGS/DIVULGAÇÃO
Uma equipe de pesquisadores brasileiros e ingleses descobriu que o mamífero mais antigo da Terra habitava o Brasil. Trata-se do Brasilodon quadrangularis, um pequeno animal que viveu há cerca de 225 milhões de anos e cujos fósseis foram encontrados no Rio Grande do Sul. Um estudo sobre a descoberta foi publicado na revista científica Journal of Anatomy.

Pequeno mamífero
Os Brasilodon quadrangularis eram pequenos cinodontes que mediam apenas 20 cm de comprimento e pesavam pouco mais de 15 gramas. Eles se assemelhavam aos pequenos roedores atuais, mas até hoje eram descritos na literatura científica como tendo uma natureza biológica reptiliana. Mas, após novas análises, os pesquisadores concluíram que o animal era um mamífero.

Reconstrução paleoartística do Brasilodon quadrangularis (esquerda) e Riograndia guaibensis (direita) (Imagem: Jorge Blanco (CC BY 2.5), via Wikimedia Commons)

“Desde que foram encontrados os primeiros fósseis de cinodontes, na segunda metade do século XIX, estes pequenos fósseis eram descritos como animais ectotérmicos e ovíparos, isto é; seriam animais de sangue frio e colocariam ovos para sua reprodução", disse  o paleontólogo Sergio Furtado Cabreira, doutor em Geologia pelo Programa de Pós-Graduação em Geociências da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). "Nossa pesquisa demonstrou, através de análises de microscopia das mandíbulas e dos dentes, que estes pequenos animais já apresentavam difiodontia, isto é, apenas uma dentição permanente substituindo a dentição de leite”, completou.

Segundo os cientistas, a difiodontia está diretamente associada nos mamíferos atuais a características fisiológicas como endotermia, placentação e lactação. Ou seja, os brasilodontídeos eram diminutos animais peludos endotérmicos (sangue quente) e produziriam ninhadas de filhotes nascidos vivos, os quais seriam então amamentados pelas suas mães. Segundo Cabreira, estes mamíferos do Período Triássico eram animais noturnos que caçavam insetos e pequenos répteis e deveriam viver em pequenas tocas onde seus filhotes viviam até ficarem adultos.

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