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23/06/2022 às 09h29min - Atualizada em 23/06/2022 às 09h29min

Avião com corpos de Dom e Bruno deixa Brasília

Indigenista será enterrado em Recife e jornalista em Niterói

Agência Brasil
Foto: TV Brasil
O avião com os corpos de Bruno Pereira e Dom Phillips decolou do Aeroporto de Brasília por volta das 14h de hoje (23). A perícia nos restos mortais do indigenista e do jornalista foi concluída ontem (22), segundo a Polícia Federal (PF).

O corpo de Bruno tem Pernambuco como destino final. O velório está marcado para amanhã (24), às 9h, no município de Paulista, na região metropolitana de Recife. A cremação está marcada para as 15h. O jornalista Dom Phillips será velado em Niterói, no Rio de Janeiro. O funeral e a cremação do britânico estão marcados para domingo (26), a partir das 9h.

Mesmo com a liberação dos corpos, os trabalhos de perícia continuam no Instituto Nacional de Criminalística, concentrados na análise de vestígios diversos.

Dom Phillips, que era colaborador do jornal britânico The Guardian, e Bruno Pereira, servidor licenciado da Funai, foram vistos pela última vez na manhã do dia 5 de junho, na região da reserva indígena do Vale do Javari, a segunda maior do país, com mais de 8,5 milhões de hectares.

Os dois foram mortos por pescadores ilegais quando passavam de barco pela reserva. Bruno Pereira foi morto com dois tiros na região abdominal e torácica e um na cabeça. Dom Phillips levou um tiro no abdômen/tórax. A munição usada no assassinato foi típica de caça.

Três dos suspeitos estão presos e cinco foram identificados por terem participado da ocultação dos cadáveres. Os presos são Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como Pelado, Jefferson da Silva Lima e Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como Dos Santos. Até o momento, apenas Amarildo confessou o crime.

O indigenista denunciava ameaças sofridas na região, informação confirmada pela PF, que abriu procedimento investigativo sobre a denúncia. Bruno Pereira estava atuando como colaborador da Univaja, uma entidade mantida pelos próprios indígenas da região, que tinha como foco impedir invasão da reserva por pescadores, caçadores e narcotraficantes.

A Polícia Federal (PF) informou nesta quarta-feira (22) que os exames periciais realizados nos remanescentes humanos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Philips foram concluídos. 

Ainda segundo a PF, os trabalhos dos peritos do Instituto Nacional de Criminalística continuarão nos próximos dias concentrados na análise de vestígios diversos do caso. Na segunda-feira (20), foi localizada a lancha na qual a dupla viajava quando foram emboscados e mortos, no dia 5 de junho.

Os investigadores apuram a participação de oito pessoas envolvidas no assassinato de Bruno e Dom. Três dos suspeitos estão presos e cinco foram identificados por terem participado da ocultação dos cadáveres. Os presos são Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como Pelado, Jefferson da Silva Lima e Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como Dos Santos. Até o momento, apenas Amarildo confessou o crime.

Segundo a PF, as investigações continuam para esclarecer todas as circunstâncias, os motivos e os envolvidos no caso. Na semana passada, a corporação - que lidera o comitê de crise instalado para investigar o caso -, antecipou não haver indícios de que o crime tenha sido encomendado.

Em nota, a União dos Povos do Javari (Univaja) discordou da conclusão da PF. A entidade – para a qual Bruno prestava serviços desde que se licenciou, sem vencimentos, do seu cargo na Fundação Nacional do Índio (Funai) – afirma ter repassado informações sobre organizações criminosas que atuariam na região e que poderiam ser as responsáveis pelas mortes do indigenista e do jornalista. No documento, a Univaja solicita que as investigações continuem e que nenhuma hipótese seja descartada.

“Exigimos a continuidade e o aprofundamento das investigações. Exigimos que a PF considere as informações qualificadas que já repassamos a eles em nossos ofícios. Só assim teremos a oportunidade de viver em paz novamente em nosso território, o Vale do Javari”, diz a nota.

Vítimas
Dom Phillips, que é colaborador do jornal britânico The Guardian, e Bruno Pereira, servidor licenciado da Funai, foram vistos pela última vez na manhã do dia 5 de junho, na região da reserva indígena do Vale do Javari, a segunda maior do país, com mais de 8,5 milhões de hectares.

O local concentra o maior número de indígenas isolados ou de contato recente do mundo. Eles se deslocavam da comunidade ribeirinha de São Rafael para a cidade de Atalaia do Norte (AM), quando sumiram sem deixar vestígios.

O indigenista denunciou que sofria ameaças na região, informação confirmada pela PF, que abriu procedimento investigativo sobre a denúncia. Bruno Pereira estava atuando como colaborador da Univaja, uma entidade mantida pelos próprios indígenas da região, e tinha como foco impedir invasão da reserva por pescadores, caçadores e narcotraficantes.

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