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22/03/2022 às 12h16min - Atualizada em 22/03/2022 às 12h16min

Bombeiros retomam buscas a desaparecidos em Petrópolis

Quatro pessoas estão desaparecidas após deslizamento de terra

Agência Brasil
Foto: Perfil oficial do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro
Equipes da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros retomaram, no início da manhã de hoje (22), as buscas por pessoas desaparecidas, na Rua Washington Luiz, no centro de Petrópolis, região serrana do estado do Rio. Uma casa desabou no local após um deslizamento de terra provocado pelo temporal de domingo (20).

Nesta manhã, a Defesa Civil do Estado atualizou o número de desaparecidos. Anteriormente, a informação era de que havia quatro pessoas desaparecidas. Agora, o número caiu para três porque uma pessoa não estava no local do deslizamento na Rua Washington Luiz e foi localizada viva.

Além disso, os bombeiros continuam as buscas aos desaparecidos do temporal do dia 15 de fevereiro, que resultou em 233 mortes. De acordo com os militares, há suspeita de uma pessoa ter desaparecido no Morro da Oficina e três ao longo do Rio Quitandinha.

Integrantes da Secretaria de Estado de Defesa Civil do Rio (Sedec-RJ) e do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ) permanecem mobilizados para prevenir e reduzir os danos causados pelas chuvas. Até esta manhã, havia o registro de cinco mortos na tragédia de domingo, duas pessoas no Morro da Oficina, duas na Rua Washington Luiz e uma no centro da cidade. Na noite de ontem, a Defesa Civil tinha o registro de 365 ocorrências. Entre elas, 250 por escorregamentos que atingiram casas ou vias em 19 localidades. Nos atendimentos feitos pelos bombeiros, 34 pessoas foram resgatadas com vida.

Segundo a secretaria, cerca de 140 militares atuam em Petrópolis e contam com apoio das unidades especializadas, incluindo as equipes do Grupamento de Busca e Salvamento, Socorro Florestal e Meio Ambiente, com suporte de cães farejadores da corporação.

O volume de chuva na cidade imperial atingiu 534.4 milímetros, o maior registrado na história do município para o intervalo de 24 horas. As localidades com os maiores índices pluviométricos, no domingo, foram São Sebastião, com 403.6 mm de chuva; no Dr. Thouzet, com 350.2 mm; e na Vila Felipe, com 329 mm em 12 horas, todas no 1° Distrito do município.

A indicação de alto risco para deslizamentos permanece no 1º Distrito, porque ainda há previsão de chuva moderada para esta terça-feira (22). A Secretaria Municipal de Defesa Civil emitiu mais dois alertas por SMS, que foram enviados também por canais de televisão por assinatura e aplicativos de grupos de comunicação.

Entre as regiões mais impactadas com os deslizamentos estão Alto da Serra, Bingen, Castelânea, Centro, Chácara Flora, Duarte da Silveira, Estrada da Saudade, Independência, Morin, Mosela, Quissamã, Quitandinha, Saldanha Marinho, São Sebastião, Siméria, Valparaíso e Vila Militar. As equipes técnicas da Defesa Civil continuam com as vistorias nas áreas atingidas pela chuva de fevereiro.

Nos pontos de apoio, a Secretaria de Assistência Social faz o atendimento a 839 pessoas que se deslocaram para esses locais após o temporal de domingo. Além delas, são acompanhadas 289 pessoas que tiveram que deixar as suas casas na chuva de fevereiro. O abrigo está sendo feito em 23 pontos instalados em escolas públicas ou em estruturas voluntárias organizadas pelas comunidades

Temporais
O prefeito Rubens Bomtempo lembrou que a cidade foi atingida por três grandes temporais neste ano. O primeiro em 7 de janeiro, o segundo em 15 de fevereiro e no domingo passado. “Petrópolis foi vítima de três grandes chuvas em menos de 90 dias. Está cada vez mais claro que existe uma mudança climática no planeta. Em Petrópolis, nós percebemos isso com o novo padrão de chuvas que assolam a nossa cidade”, observou.

Segundo o prefeito, com a chuva de fevereiro o município chegou a ter mais de 1,2 mil pessoas desabrigadas e 430 famílias já deixaram os pontos de apoio e estão morando em casas seguras com o pagamento do Aluguel Social.

Bomtempo disse ainda, que após a tragédia de fevereiro, o governo federal liberou aproximadamente R$ 8 milhões. Desse total, o município vai devolver R$ 1,6 milhão, porque os recursos seriam destinados a ações humanitárias e a cidade recebeu muita doação nesse sentido. Conforme o prefeito, seria uma duplicidade de compra de colchonetes, cestas básicas, kits de higiene pessoal, kits de limpeza. "Nós já recebemos muito. Então, nós queremos devolver esses R$ 1,6 milhão ao governo federal para serem utilizados em outra cidade do Brasil”, afirmou, revelando ainda que o restante do dinheiro está sendo aplicado em consertos de pontes, limpeza urbana e em reparos nas margens dos rios.

Petrópolis recebeu ainda R$ 30 milhões da Assembleia Legislativa do Estado do Rio (Alerj), usados na limpeza da cidade, na contratação da frente emergencial com mais de 1,2 mil homens e mulheres, e de assistentes sociais e psicólogos. “Também iniciamos uma compra de kit moradia com geladeira e fogão para todas essas pessoas que ganharam o aluguel social”, disse. Ainda com o dinheiro a prefeitura comprou um imóvel de R$ 3,5 milhões com 32 moradias para abrigar as famílias que perderam suas casas.

Para o prefeito, há a responsabilidade dos governos federal, estadual e municipal na questão do monitoramento das áreas de risco feito pelo Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil.

Petrópolis reforça equipes de limpeza para liberar vias da cidade

Equipes da Companhia Municipal de Desenvolvimento de Petrópolis (Comdep) estão fazendo a limpeza do centro histórico da cidade, atingido pelo transbordamento de rios e deslizamentos de terra provocados pelo temporal que caiu no município no domingo (20).

Desde ontem (21) o trabalho já vinha sendo feito em outras áreas da cidade. O presidente da Comdep, Léo França, disse que além do centro histórico, os agentes da companhia atuam na Rua General Rondon, Coronel Veiga, Olavo Bilac, Alto da Serra, Rua Teresa, 24 de Maio, Sargento Boening, Chácara Flora e Bingen.

“Intensificamos o efetivo também para atuarem na liberação das vias e o acesso dos moradores”, disse.

O reforço nas equipes foi necessário para dar mais agilidade ao trabalho de remoção das barreiras e de limpeza das ruas. Os agentes usam reboques, retroescavadeiras e caminhões, em diferentes pontos da cidade. Também está sendo feita a remoção de árvores que atingiram as redes de energia e obstruíram as vias.

Magé
Os estragos provocados pela chuva de domingo, no entanto, não ficaram restritos a Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro. No sexto distrito de Magé, Baixada Fluminense, os bairros Pau Grande, Fragoso, Parque dos Artistas e Jardim Nazareno ficaram alagados com a chuva intensa. Houve transbordamento de sete rios e córregos.

Segundo a prefeitura, o bairro mais atingido foi Raiz da Serra, onde a queda de uma ponte deixou isolados moradores da Rua Joaquim dos Santos. A prefeitura está construindo uma ponte provisória. Foi preciso acionar sirenes para alertar a população para os riscos nesses locais. Apesar disso, segundo a Defesa Civil, não houve registro de vítimas.

Por causa dos deslizamentos, apenas carros de passeio podem passar pela Estrada da Serra Velha, que dá acesso à Petrópolis. O prefeito de Magé, Renato Cozzolino, disse que o município sofreu com o impacto da chuva que caiu na cidade imperial. Mais de 120 pessoas foram recebidas nos abrigos do sexto distrito de Magé.

Um grupo de 11 pessoas foi surpreendido por uma tromba d’ água na cachoeira do Véu da Noiva. Todos foram resgatados pela Defesa Civil, bem como os que faziam trilha na Serra após passarem a noite em um abrigo improvisado.

As pessoas que sofreram danos com o temporal estão sendo cadastradas para atendimento por equipes da Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos. As famílias estão recebendo cestas básicas e kit de material de limpeza. Muitos perderam, inclusive, documentos na enxurrada.

Teresópolis
Na região serrana, mesmo com as ocorrências de deslizamento, quedas de árvore e riscos estruturais, a cidade de Teresópolis não registrou vítimas, nem desalojados ou desabrigados.

Os maiores volumes de chuva registrados em 24 horas foram 201 milímetros (mm) no Parnaso, 195,8 mm na Coreia, 167,2 mm no Barroso e 160,8 mm no Vale da Revolta. Ainda no domingo, as sirenes foram acionadas na Coreia às 18h27 e às 20h51. A equipe da Defesa Civil foi aos pontos de apoio para orientar a população local.

O município continua em estágio de atenção por causa dos acumulados e da previsão de chuva e do risco de ocorrência de movimentação de massa.

Angra dos Reis
O município de Angra dos Reis continua em alerta máximo, apesar da diminuição dos índices de chuvas. Segundo a prefeitura, a desmobilização deste cenário ocorrerá por mensagem do Centro de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais de Angra dos Reis (Cemaden-AR), a partir da redução total dos índices pluviométricos acumulados e da previsão de melhora do cenário meteorológico.

A previsão para os próximos dias é de sol no município. “O anúncio do retorno à normalidade poderá acontecer nas próximas horas, de acordo com a Secretaria Executiva de Proteção e Defesa Civil”, informou.

Ainda há 29 pessoas em dois pontos de apoio localizados no bairro Belém, aguardando apenas as vistorias nos imóveis que estão sendo feitas. Dos 63 pontos de apoio, 33 foram ativados no último domingo e continuam à disposição da população.

Trechos nos dois sentidos da Estrada do Contorno, na Estrada da Banqueta e na Ribeira ainda estão parcialmente interditados, com a passagem de veículos de pequeno porte. A Prefeitura aguarda a presença de técnicos da companhia de energia Enel para retirar fios de energia elétrica que estão espalhados no local.

“A Defesa Civil segue monitorando via Centro de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais de Angra dos Reis (Cemaden-AR), com a informação de que em breve a situação voltará à normalidade na cidade”, completou a Comunicação da Prefeitura.

Saúde
A Secretaria de Estado de Saúde (SES) do Rio de Janeiro vai passar recursos para os municípios atingidos por desastres naturais. A transferência será de até R$ 8 milhões, dependendo da população do município e dos danos ocorridos em cada local. A deliberação foi publicada na edição de hoje (22) do Diário Oficial do Estado.

De acordo com a pasta, a medida considera “o cenário de situação de calamidade pública e de emergência, causadas por chuvas ou outras tragédias ocorridas nos municípios do estado, além da necessidade de estabelecer estratégias e fortalecer as ações de preparação e resposta para desastres relacionados ao período chuvoso ou outras situações”.

A SES informou que o dinheiro a ser transferido aos municípios poderá ser de custeio ou investimento, e o valor terá um teto de acordo com as faixas populacionais. “Para municípios de até 100 mil habitantes, o teto é de R$ 2 milhões; de 100.001 a 500 mil habitantes, R$ 5 milhões; e, de 500.001 a 1,5 milhão de habitantes, R$ 8 milhões”, completou.

Os municípios precisam atender alguns critérios, como ter um ou mais estabelecimentos de saúde integrante do SUS com dano devido ao desastre natural.

“Os estabelecimentos de saúde incluem desde hospitais a ambulatórios, postos de saúde e laboratórios de saúde pública. O mesmo vale para sedes administrativas, que incluem secretarias municipais de Saúde, farmácias e centrais de abastecimento, e também para viaturas, como ambulâncias e carros para transportes sanitários”, informou a secretaria.

Para o secretário Alexandre Chieppe, esta é uma das formas da pasta cumprir seu papel de apoiar os municípios, orientando e repassando recursos para que possam manter os serviços de saúde em momentos críticos como os de pós-desastres. “É fundamental que a rede básica permaneça atuante para atender a população”, afirmou.

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