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26/02/2022 às 18h29min - Atualizada em 26/02/2022 às 18h29min

Ansiedade pode estar ligada aos micróbios do intestino, diz estudo

TecMundo
Pesquisadores do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech), nos EUA, conseguiram oferecer uma explicação molecular para diversos estudos que ultimamente tentam ligar a microbiota intestinal às funções cerebrais e ao humor. Um pequeno metabólito bacteriano, subproduto dos micróbios do intestino de um camundongo, foi flagrado no cérebro do animal, onde conseguiu aumentar os níveis de ansiedade.

"Estávamos interessados em tentar entender as mensagens moleculares que circulam entre o intestino e o cérebro, e como esses sinais podem levar a mudanças no comportamento", explica em um comunicado a primeira autora do estudo, a pós-doutoranda Brittany Needham.

Dessa forma, o estudo atual se concentrou no metabólito conhecido como 4-etilfenil sulfato, ou 4EPS, uma molécula detectada em níveis mais altos em camundongos com desenvolvimento neurológico irregular, durante uma pesquisa conduzida em 2013, no laboratório de Sarkis Mazmanian, autor sênior do estudo atual.

Ligando a atividade microbiana intestinal ao cérebro
Para avaliar o metabólito, os cientistas compararam dois grupos de camundongos: um que recebeu bactérias produtoras de EPS, e outro com bactérias que não produziam a molécula. Apresentando os bichinhos a uma área desconhecida, aqueles com 4EPS passaram mais tempo se escondendo em comparação com seus colegas sem EPS, o que denota níveis mais altos de ansiedade.

Analisando detalhadamente as regiões alteradas nas células cerebrais dos ratos "assustados", os pesquisadores descobriram que as modificações ocorreram nos oligodendrócitos, células responsáveis pela produção da mielina, uma proteína que protege os neurônios e os axônios, como se fosse uma "camada isolante". A presença do 4EPS prejudica os oligodendrócitos, que passam a produzir menos mielina.

Portanto, a grande descoberta da pesquisa foi que a molécula neuroativa teve sua origem em um micróbio do intestino. Os próximos passos do trabalho envolvem: a descoberta do mecanismo que faz o 4EPS afetar os oligodendrócitos, das proteínas com as quais ele pode estar interagindo, e se esse processo acontece diretamente no cérebro ou em outra parte do corpo.

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