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14/02/2022 às 15h50min - Atualizada em 14/02/2022 às 15h50min

Participante do Big Brother Brasil com vitiligo desperta a atenção para doença e pode reduzir estigma e preconceito

Assessoria de imprensa, Marcelo Gomes
Foto: Divulgação
A participação da modelo e designer de unhas mineira Natália Deodoro no programa Big Brother Brasil, da Rede Globo, despertou a atenção da população para o vitiligo. As manchas claras presentes na pele de Natália são a principal característica desta doença e não passam despercebidas aos milhares de brasileiros que acompanham o BBB na TV e nas plataformas digitais.

Para a médica dermatologista Karen Omekita, do Austa Hospital, de São José do Rio Preto., é muito importante a presença da modelo entre os participantes. “É uma oportunidade única termos uma pessoa com vitiligo neste programa de tamanho impacto e audiência, o que permitirá que, durante semanas, a doença esteja em evidência, a população possa conhecê-la mais e, assim, possamos combater o estigma que ela carrega”, afirmou Dra. Karen.

Embora o vitiligo não tenha cura, a dermatologista do Austa Hospital ressalta que melhores serão os resultados do tratamento se tiver início o quanto antes. “Os resultados também são mais promissores quanto mais jovem for o paciente e quanto menor for a área afetada, principalmente quando o vitiligo está estável, o que acontece na maioria das vezes”, explica a médica.

O vitiligo é resultado de lesões que se formam devido à diminuição ou à ausência de melanócitos, como são chamadas as células responsáveis pela formação da melanina, pigmento que dá cor à pele. Segundo a dermatologista, as causas da doença ainda não estão claramente estabelecidas, mas fenômenos autoimunes parecem estar associados ao vitiligo. Além disso, alterações ou traumas emocionais podem estar entre os fatores que desencadeiam ou agravam a doença.

A maioria das pessoas com vitiligo não manifesta qualquer sintoma além do surgimento de manchas brancas na pele. “Em alguns casos, relatam sentir sensibilidade e dor na área afetada, no entanto, nós, dermatologistas estamos muito atentos aos sintomas emocionais que os pacientes podem desenvolver em decorrência da doença”, diz Dra. Karen.

Há dois tipos da doença: a segmentar ou unilateral, que se manifesta apenas em uma parte do corpo, e a não segmentar ou bilateral, tipo mais comum que atinge os dois lados do corpo, por exemplo, duas mãos, dois pés, dois joelhos. Em geral, as manchas surgem inicialmente em extremidades como mãos, pés, nariz e boca. Há ciclos de perda de cor e épocas em que a doença se desenvolve. Depois, há períodos de estagnação. Estes ciclos ocorrem durante toda a vida; a duração dos ciclos e as áreas despigmentadas tendem a se tornar maiores com o tempo.

O diagnóstico do vitiligo é essencialmente clínico, pois as manchas hipopigmentadas têm, geralmente, localização e distribuição características. A biópsia cutânea revela a ausência completa de melanócitos nas zonas afetadas, exceto nos bordos da lesão, e o exame com lâmpada de Wood pode ajudar na detecção da doença em pacientes de pele branca.

Análises sanguíneas deverão incluir um estudo imunológico que poderá revelar a presença de outras doenças autoimunes como hepatite autoimune e doença de Addison ou doenças da tireoide. O histórico familiar também é considerado, pois cerca de 30% dos pacientes têm algum parente com a doença.

A dermatologista do Austa Hospital enfatiza que, embora não tenha cura, existem resultados excelentes nos tratamentos da doença. “O fato de ser incurável não quer dizer que não haja várias opções terapêuticas. O paciente tem que acreditar e buscar ajuda médica”, afirma Dra. Karen.

O tratamento visa cessar o aumento das lesões (estabilização do quadro) e a repigmentação da pele. Existem medicamentos que induzem à repigmentação das regiões afetadas como tacrolimus derivados de vitamina D e corticosteroides.

A fototerapia com radiação ultravioleta B banda estreita (UVB-nb) é indicada para quase todas as formas de vitiligo, principalmente para lesões da face e tronco. Pode ser usada também a fototerapia com ultravioleta A (PUVA). Também se pode empregar tecnologias como o laser, bem como técnicas cirúrgicas ou de transplante de melanócitos. Algumas novas medicações estão em fase de pesquisas e/ou estudos e devem surgir lançamentos em médio prazo. Muito cuidado com medicamentos ditos milagrosos, fórmulas ditas naturais e receitas dadas por leigos, pois podem levar à frustração e a reações adversas graves.

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