Reeducação alimentar: Saiba como começar

Os cuidados com a alimentação permeiam muitas das discussões mais atuais sobre saúde, longevidade, contaminação biológica e meio ambiente. Entre eles, a reeducação alimentar é um grande indicador na melhora do bem-estar da população. 

O mundo contemporâneo enfrenta crises distintas em relação à alimentação, enquanto eras e locais mais pobres, menos industrializados, enfrentam a escassez e a desnutrição, aqueles que superaram esse problema enfrentam a qualidade média do que é consumido.
 
Muitos dos alimentos industrializados apresentam altas concentrações de açúcar, gorduras e sódio, um consumo que, a longo prazo e sem restrições, provoca doenças crônicas responsáveis pela estagnação nas taxas de longevidade mundiais.
 
Obesidade, hipertensão e diabetes são exemplos mais comuns das doenças crônicas que crescem exponencialmente nas nações desenvolvidas, seguidas de um aumento na frequência de câncer, infartos e quadros inflamatórios.
 
Reverter essas estatísticas é um esforço conjunto que passa pela reeducação alimentar. Nesse artigo, serão apresentadas soluções, anexas à estética como acupuntura para emagrecer, para planejar e executar uma nova rotina de consumo nutritivo.

Dieta é um termo usualmente relacionado com o desejo de emagrecer, mas uma rotina de nutrição saudável envolve muitas outras demandas. A mudança nos hábitos alimentares afeta não apenas a quantidade de calorias consumidas, mas também seu comportamento.
 
O corpo se move com o processamento de alguns nutrientes essenciais, postos em grupos de carboidratos, proteínas, vitaminas, minerais, fibras e gorduras. Por meio delas, adquiridas apenas pela ingestão, observa-se a ação celular em cirurgias gerais.
 
Todo o processo de atividade celular que inclui a respiração e a sintetização de proteínas gera um gasto de energia sob a forma de calorias, o que é denominado metabolismo basal. Grande parte das calorias consumidas diariamente são usadas nas funções vitais.

Um indivíduo em repouso pode despender entre 1.200 a 1.700 calorias por dia, um volume que varia de acordo com a altura, peso e constância de exercícios físicos. Fatores genéticos e ambientais também podem impactar o comportamento do metabolismo.
 
É importante compreender a digestão como um processo químico, composto por reações que devem ser compatíveis com o resultado que o indivíduo deseja alcançar. A combinação entre um alimento e outro pode inibir a absorção de determinados nutrientes.
 
Um exemplo de combinações e sua influência sobre o metabolismo, no contexto da gastronomia nacional, é a ingestão de feijão aliado a verduras e frutas ricas em vitamina C, como os cítricos laranja, maracujá, limão e frutas secas para dieta.
 
A união entre as duas fontes de alimento aumenta o potencial de absorção do ferro, reduzindo a perda nutritiva de carnes, sementes e hortaliças ricas no mineral. Por essa razão, o primeiro passo para a reeducação alimentar consiste em:

Uma consulta com um nutricionista é ideal para definir, com precisão, as necessidades de cada indivíduo. Considerando todas as variáveis, definir a demanda calórica pessoal é uma tarefa impossível sem um exame efetuado por um nutricionista infantil, por exemplo.
 
Além de indicar dietas, introduzir o consumo de novos alimentos e suplementações, um nutricionista pode encaminhar o paciente para outros especialistas, quando há o risco ou a confirmação de doenças que afetam o funcionamento do metabolismo.
 
Características genéticas também entram em cheque na questão do gasto calórico. Alguns indivíduos são mais propensos a determinados biotipos, com perfis distintos de acúmulo de gordura.
 
A busca por uma clínica de nutrição, bem como outros exames de rotina, auxiliam na identificação de condições como a desnutrição oculta, fenômeno definido pela deficiência grave de nutrientes essenciais em indivíduos que se alimentam diariamente, várias vezes.
 
Forte indicativo para obesidade, a desnutrição oculta é um problema típico das dietas com baixo teor nutritivo e alta carga calórica, com uma quantidade excessiva de gorduras, carboidratos e sódio. A condição é visível especialmente em crianças.
 
Outras condições que podem ser detectadas por um nutricionista e confirmadas por demais profissionais de saúde incluem o acúmulo de gordura visceral, uma condição de risco para infartos e AVCs. Mesmo indivíduos saudáveis podem aproveitar a ajuda profissional para:

Assim, após uma consulta especializada, é possível tomar decisões objetivas para continuar o processo de reeducação alimentar, considerando esta uma jornada que implica na transformação de diversos hábitos cimentados no cotidiano da pessoa.

Os exercícios físicos aparecem na rotina humana em intensidades distintas, com seus níveis mais leves permeando quadros de sedentarismo. Além das atividades vitais, caminhar, correr e escalar são exemplos mais comuns de gasto calórico.
 
Entretanto, esses exercícios não estão presentes apenas no contexto da prática de esportes, mas também são realizados, em intensidade menor, para deslocar-se até o trabalho, instituição de ensino ou a visita em um cardiologista pediátrico.
 
Levantar as sacolas de compras, trocar uma lâmpada, subir uma escadaria próxima de casa contam como atividades que aumentam o gasto calórico do indivíduo. Para a maioria das pessoas, esses exercícios estão concentrados no período do dia.
 
Os seres humanos são diurnos, uma afirmação que pode ser confirmada por meio da fisiologia. Os olhos humanos funcionam com invejável definição debaixo da luz solar, mas são medíocres durante a noite, e o metabolismo também torna-se mais lento no período.
 
Para adaptar a alimentação aos hábitos diurnos da maior parte da população, o modelo de refeições diárias usualmente seguem a fórmula do triângulo invertido, com a refeição da manhã apresentando maior proporção calórica, com a presença de massa folhada pronta.
 
Adaptações desse modelo podem ser executadas a partir dos hábitos individuais da pessoa submetida à reeducação alimentar. Tais tendências devem ser consideradas junto ao histórico de reações digestivas ou de acúmulo de gordura corporal.

Quando a reeducação alimentar é mencionada, por vezes a hidratação é um tópico esquecido. Porém, a ingestão de água nas proporções diárias corretas é de extrema importância para o funcionamento de vários órgãos.
 
É fato que a água permeia as atividades realizadas desde o sistema nervoso até o aparelho digestivo, um composto que forma a estrutura interna de células, dissolve compostos e ajuda no transporte de substâncias.
 
Consumir água potável pode reverter quadros de concentração glicêmica, reduzir o efeito de alergias e controlar a temperatura do corpo, além de evitar muitas doenças que atingem o fígado, estômago, rins e pâncreas.
 
Assim como o consumo calórico, sob a forma de mini salgados congelados, a quantidade de água necessária depende de fatores específicos, sendo os mais decisivos o peso, altura, temperatura ambiente, e intensidade da atividade física.
 
Indivíduos sob exercícios que provocam intensa transpiração precisam repor a água perdida em pequenas ingestões durante todo o percurso. É importante considerar que o líquido contido nos alimentos é também transformado em água.
 
No geral, a quantidade de água recomendada para consumo diário varia entre 1,5 e 2,8 litros, um número que oscila de acordo com as estações do ano.

A reeducação alimentar passa pela introdução de muitos alimentos estranhos ao paladar, como hortaliças e determinadas frutas. Presentes com maior frequência, a nova dieta pode tornar-se mais atrativa a partir de um olhar atento ao preparo de cada prato.
 
Grande parte dos alimentos possuem múltiplas aplicações, com vastas combinações de temperos, técnicas de cozimento e acompanhamentos. Explorar as propostas da gastronomia é um excelente modo de vencer barreiras no paladar.
 
Os primeiros esforços devem ser compatíveis com o nível de domínio que a pessoa apresenta na cozinha. Alimentos corriqueiros podem ser incrementados com substituições ou novas alternativas de acompanhamento.
 
Além de melhorar o bem-estar e a recepção do alimento, trabalhar as próprias habilidades gastronômicas confere independência ao indivíduo, que passa a consumir apenas o que conhece, da maneira como melhor agrada ao seu paladar.

A reeducação alimentar é um processo enriquecedor para muitas pessoas, uma vez que não apenas reduz a incidência de muitas doenças, como também contribui com o autoconhecimento e a melhoria na qualidade de vida.
 
Considerando os passos necessários para aplicar um plano consistente de reeducação alimentar, os benefícios dessa trajetória se estendem, figurando entre os principais:

A reeducação alimentar garante uma longevidade maior para o indivíduo, especialmente em relação àqueles que iniciam essa jornada antes do aparecimento de doenças. Além dos anos a mais, a prática garante um envelhecimento mais lento, com menor deterioração.

A reeducação alimentar é um trabalho que promove a disposição diária de indivíduos em suas muitas formas. O consumo adequado de calorias e as ações em prol de um metabolismo mais eficiente otimiza a distribuição de energia.

Muito se discute sobre a importância da mente para a saúde do corpo. É fato que o estado mental sob profundo estresse pode ser provocado por problemas fisiológicos e gerar consequências da mente para outras áreas do organismo.
 
A reeducação alimentar, assim, atua como um tratamento para o corpo e para a mente, posto que estimula o conhecimento de suas motivações e necessidades, incentivando uma abordagem mais consciente da vida comum.

A reeducação alimentar é um processo importante para o desenvolvimento pessoal. Para além da alimentação de qualidade e os efeitos estéticos de emagrecimento e definição muscular, uma rotina de alimentação mais saudável previne muitos problemas graves.
 
Por isso, investir em um estilo de vida e de consumo mais consciente é uma decisão que pode e deve ser tomada a qualquer momento. A implementação precoce de cuidados com a saúde garante uma qualidade de vida sólida por muito tempo.