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21/01/2022 às 10h57min - Atualizada em 21/01/2022 às 10h57min

25 de janeiro, é o Dia Nacional de Combate e Prevenção da Hanseníase, doença estigmatizada e pouco conhecida pela população

Redação
Dermatologista Karen Omekita, do Austa Hospital, de São José do Rio Preto
Terça-feira, dia 25 de janeiro, é o Dia Nacional de Combate e Prevenção da Hanseníase, doença a qual as pessoas ainda pouco sabem e, talvez por isso, estigmatizam o portador. “Erroneamente, as pessoas chamam de lepra, nome errado e que nos remete a imagens que não traduzem a hanseníase. As pessoas precisam conhecer mais sobre ela para saber como se prevenir, seus sintomas e que o tratamento deve ser iniciado assim que diagnosticada para evitar sequelas”, afirma a médica dermatologista Karen Omekita, do Austa Hospital, de São José do Rio Preto.

No Brasil, foram 312 mil novos casos registrados entre 2010 e 2019, segundo o último levantamento do Ministério da Saúde. Este total coloca o país na segunda posição no ranking mundial da doença, atrás apenas da Índia. A média é de 30 mil novos casos por ano, no Brasil, o que aponta para mais de 370 mil novos casos até o final do ano passado. 

A hanseníase é uma doença infecciosa com transmissão pelo nariz e boca (as vias aéreas superiores – mucosa nasal e orofaringe), ou seja, assim como a covid-19, é transmitida pelo ar. O contágio se dá através das secreções, como gotículas de fala, tosses ou espirros. Dra. Karen ressalta, no entanto, ser preciso um contato prolongado com o portador do bacilo da doença para contraí-la. “É por isso, os casos normalmente ocorrem em pessoas da mesma família, colegas de escola ou trabalho”, salienta a dermatologista do Austa Hospital. “É muito importante saber, no entanto, que a hanseníase não é transmitida quando uma pessoa toca a pele da outra. A maioria das pessoas possui uma boa resistência contra a bactéria causadora da doença, a Mycobactherium leprae, completa a médica.

A doença afeta, principalmente, nervos, mucosas (como a boca, por exemplo), olhos e pele. A forma inicial da hanseníase pode se manifestar apenas como uma mancha (geralmente mais clara que a pele, podendo ser também acastanhadas ou avermelhadas) com perda de sensibilidade local. Há outros sintomas comuns, entre eles a sensação de formigamento, fisgadas ou dormência nas extremidades, áreas da pele com aparência normal, mas com alteração da sensibilidade e da secreção de suor, caroços e placas em qualquer local do corpo e força muscular reduzida (dificuldade para segurar objetos, por exemplo).
Tratamento tardio pode deixar sequelas graves

A atenção aos sintomas é muito importante, sobretudo, porque, como a bactéria causadora se multiplica lentamente, pode levar de cinco a dez anos para os primeiros sinais da doença se manifestarem. “Se diagnosticada a hanseníase, é fundamental que a pessoa inicie logo o tratamento para evitar sequelas. As pessoas, em geral, associam a doença somente a lesões na pele, mas ela também afeta os nervos periféricos”, orienta Dra. Karen. 

A dermatologista do Austa Hospital recomenda também que a pessoa diagnosticada e as que convivem ou conviveram de maneira muito próxima com esta a se consultarem, uma vez ao ano, com um dermatologista para que este mapeie possíveis alterações. “O diagnóstico tardio aumenta consideravelmente as chances da pessoa vir a desenvolver sequelas físicas, na maioria das vezes, irreversíveis, daí serem imprescindíveis as consultas anuais ao médico”, explica a dermatologista do Austa Hospital.

O acompanhamento do especialista é extremamente importante, pois o diagnóstico de hanseníase pode ser facilmente confundido com outras doenças, como artrite, artrose, trombose, fibromialgia, por exemplo, e, quando tardio, pode resultar em graves sequelas, especialmente a incapacidade física com deformidades em mãos e pés, podendo levar também à cegueira.
 *com informações do Austa Hospital, de São José do Rio Preto
 

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