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10/01/2022 às 10h10min - Atualizada em 10/01/2022 às 10h10min

SEQUELAS DO ABANDONO

Assessoria de imprensa, Guilherme Silva
 A presença dos pais é essencial na formação dos filhos, inclusive, influenciando a saúde mental. O  cérebro infantil ainda está em formação, sendo essa a conclusão por volta dos nove anos de idade. É sabido que existe a possibilidade de a criança ser rejeitada, ou talvez, criada por outras pessoas. Na maioria dos casos, a mãe assume a responsabilidade de continuar a maternidade, desde a gestação, enfrentando as possibilidades de dificuldades. Nesta fase infantil, é necessário pensar sobre as feridas que possam acometê-las, sendo que, os responsáveis precisam proporcionar muito afeto.

   A criança abandonada e, neste caso, abandonada pelo pai, sofre graves consequências como adulta. O rompimento gera sequelas, por exemplo, na fase adulta,  ocorrendo um desenvolvimento inadequado. Em geral, a figura paterna representa segurança e, sua comunicação se difere do diálogo das mães. A situação não quer dizer que elas não exerçam esse papel adequadamente, porém, vivenciam uma união com o bebê, logo nos primeiros meses de vida, tornando-os mais próximos.

   Toda criança tem o direito de ser cuidada por seus pais, porém, na prática, não é o que se percebe. Além de sobrecarregar as mães com as responsabilidades de formação e criação dos filhos, a situação impacta, negativamente, no desenvolvimento do menor, comprometendo a saúde mental a médio e longo prazo. De acordo com um levantamento da Associação Nacional dos Registradores Civis de Pessoas Naturais (Arpen Brasil), cerca de 6% das crianças brasileiras foram registradas sem o nome paterno, no primeiro semestre de 2020.

   O abandono paternal é banalizado. Os dados do IBGE apontam que, aproximadamente 11,5 milhões de mulheres  não contavam com a presença e responsabilidade dos pais para cuidar e educar os filhos, em 2018. Essas mães são conhecidas como "mães solo" e, esse abandono, significa que o pai está em descumprimento com os deveres do poder familiar, previsto pela Constituição Federal e no Estatuto da Criança.

   Se uma criança não sabe lidar com suas emoções adequadamente, poderá transformar aquilo em doenças psicossomáticas, como por exemplo, asma ou problemas de pele. Ela pode não mais se comunicar, no sentido de não falar das suas emoções e, consequentemente, ficar depressiva, ansiosa e/ou apresentar outros problemas de transtornos mentais. Se, posteriormente, em outra fase do desenvolvimento, não ocorrer um amadurecimento adequado, em decorrência da falta de carinho, afeto, amor, cuidado e segurança,  poderá acontecer várias consequências negativas.

   A situação precisa ser avaliada para mãe e bebê. O primeiro ponto é que insegurança e baixa autoestima na criança, segue como adulto, quando não é cuidada corretamente e não segue um tratamento recomendado. Outro ponto importante está na impulsividade e na dificuldade emocional, ou seja, a criança se torna impulsiva, tendo muita dificuldade para se relacionar.

   A reversão dessa situação requer que, todas as pessoas que passaram por um processo difícil na infância, procurem auxílio profissional. O acompanhamento é crucial para refazer a própria história e ver o processo que viveu, não mais com o olhar infantil. Deve-se compreender aquele fato como adulto e, não criança, ou seja, até mesmo, perdoar aquela pessoa que, de alguma forma, o abandonou ou foi responsável por maus tratos

** Ângela Mathylde – Professora, psicopedagoga, doutora em educação e saúde
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