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29/01/2021 às 09h39min - Atualizada em 29/01/2021 às 09h39min

Araras ameaçadas de extinção são salvas após serem aprisionadas em cativeiro

O tutor das araras-canindé, que já foi multado no passado por aprisionar outra arara, foi multado em R$ 12 mil

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As araras viviam em um ambiente que poderia adoecê-las e estavam com as asas cortadas, o que configura maus-tratos (Foto: Divulgação/Polícia Ambiental)
Duas araras ameaçadas de extinção foram resgatadas na manhã de ontem (28) em Caraguatatuba, no litoral do estado de São Paulo. As aves eram mantidas aprisionadas em cativeiro e foram salvas por uma equipe da Polícia Militar Ambiental.

O tutor dos animais silvestres irá responder em liberdade por crime ambiental. Ele também foi multado em R$ 12 mil. O caso foi descoberto graças a denúncias feitas por testemunhas.

As araras-canindé viviam presas em um imóvel no bairro Jardim Terralão. Ao ser flagrado, o tutor das araras alegou que as comprou de um vendedor legalizado e apresentou notas fiscais. No entanto, segundo os policiais, as aves foram submetidas a maus-tratos por terem suas asas cortadas.

Um veterinário que vistoriou o local onde as araras eram mantidas e as examinou constatou que elas não estavam debilitadas, mas corriam risco de contrair uma infecção por conta do local onde viviam. O especialista relatou ainda que as aves não apresentavam boa saúde comportamental.

O tutor das araras-canindé, que já havia sido multado no passado por manter outra arara em cativeiro, foi detido e levado à delegacia, onde prestou depoimento, foi multado e liberado em seguida.

As aves foram resgatadas e encaminhadas ao Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) de Lorena e permanecerão no local até que estejam aptas a retornar à natureza.

Os problemas do comércio de animais silvestres e a impunidade
Ativistas pelos direitos animais são enfáticos em dizer que por fim ao tráfico de animais silvestres não é o bastante para livrar essas espécies dos maus-tratos em cativeiro. Isso porque animais comercializados legalmente, como é o caso das araras resgatadas no litoral paulista, também podem ser maltratados.

A única maneira de garantir qualidade de vida aos animais silvestres que, por alguma razão, não podem retornar ao habitat é encaminhando-os a santuários e colocando fim à ideia de que eles podem ser tratados como objetos de desejo daqueles que querem trancafiá-los em jaulas.

Existe um abismo de diferença entre os animais domésticos e os silvestres. Os segundos não podem ser domesticados, criados dentro de residências para agradar humanos que gostam de vê-los como animais que os fazem companhia. Os desejos humanos não podem passar por cima dos direitos de seres vivos.

O comércio, legal e ilegal, de animais silvestres, no entanto, não é o único problema para essas espécies, que também sofrem por conta da impunidade gerada pelas legislações brandas do Brasil. Criminosos ambientais comumente reincidem nos crimes porque não são exemplarmente punidos e, assim, voltam a vitimar animais que merecem viver em paz na natureza, sem que sejam retirados dela para o tráfico ou reproduzidos legalmente em criadouros que os condenam a viver dentro de uma jaula para sempre.
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