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01/10/2020 às 10h53min - Atualizada em 01/10/2020 às 10h53min

Pantanal registra o maior número de queimadas dos últimos 23 anos

Levantamento do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (Lasa), da UFRJ, concluiu que 23% do bioma já foi destruído

ANDA
Foto: Fabiano Maisonnave
As queimadas registradas entre 1º de janeiro e 30 de setembro no Pantanal são as maiores dos últimos 23 anos. Foram identificados 18.259 focos de incêndio no período – o que representa um aumento de 82% em relação ao ano passado inteiro, que teve 10.025 focos.

O mês de setembro também registrou recorde negativo, tendo apresentado a sétima alta mensal consecutiva, com 180% de aumento em relação ao mesmo mês do ano anterior. Foram 8.106 focos de calor em setembro deste ano, ante 2.887 em 2019. O mês bateu o recorde do registro histórico para setembro. O bioma também alcançou o recorde anual em apenas nove meses.

Somente na última quarta-feira (30), 682 focos ativos foram identificados no Pantanal. Os dados são do Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Levantamento do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (Lasa), da UFRJ, concluiu que 23% do bioma já foi destruído – são mais de três milhões de hectares. As primeiras chuvas que caíram na região em setembro, segundo o Instituto Centro de Vida (ICV), não foram suficientes para por fim ao fogo.

Com o passar dos dias, as chamas se alastram cada vez mais. A Estação Ecológica Taiamã já teve 27% da sua área queimada. No Parque Estadual Encontro das Águas, os incêndios já destruíram 93% do território considerado o maior refúgio de onças-pintadas do mundo – a espécie, que está ameaçada de extinção, corre sério risco por conta das queimadas.

Amazônia em chamas

Simultaneamente, Pantanal e Amazônia são destruídos pelo fogo. Em setembro, a floresta amazônica registrou 32.017 focos, alta de 60,6% em comparação ao mesmo mês do ano anterior, quando 19.925 focos foram registrados. Desde 2017 o bioma não registrava índices tão altos de queimadas em setembro.

Agosto, que em 2019 ficou marcado pelo “Dia do Fogo”, quando fazendeiros incendiaram várias regiões de maneira simultânea no Pará, registrou uma leve queda nos incêndios esse ano – foram 29.307 focos, ante 30.900 em 2019.

O Inpe alerta, no entanto, que essa queda tem relação com uma “indisponibilidade global de dados” na segunda quinzena de agosto do sensor de um dos satélites da Nasa. A expectativa, portanto, é que as queimadas na Amazônia tenham sido maiores do que o que foi registrado em agosto. Os dados, porém, ainda não foram atualizados.
 
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