AtaNews Publicidade 728x90
29/09/2020 às 14h31min - Atualizada em 29/09/2020 às 14h31min

Moda e inclusão: veja o que é tendência para o futuro

A necessidade de incluir pessoas com deficiência é uma demanda urgente no mundo da moda de forma geral, o que exige adaptações nas peças

Assessoria de Imprensa
Foto: Divulgação
Em 2018, o faturamento total da cadeia têxtil e de confecções no Brasil ultrapassou os R$ 48,3 bilhões. Esses números lembram a força da indústria do vestuário e de moda, tornando-a uma das mais lucrativas no mundo.
 
Contudo, como qualquer outro ramo industrial, esse segmento vem reavaliando as suas cadeias produtivas a partir de questionamentos sobre inclusão e diversidade. Nesse contexto, a fabricação de peças em todos os tamanhos vem se apresentando como uma demanda em diferentes sociedades.
 
Esses questionamentos foram fortalecidos por movimentos feministas em diferentes países, já que esse setor é marcado por uma numeração limitada de suas peças, que formatam um padrão de beleza que privilegia as pessoas magras.
 
Nos últimos anos, os questionamentos também tem levantado a necessidade de diversificação no mundo da moda, a fim de incluir as pessoas portadoras de deficiência (PPD), grupo que pode precisar usar cadeiras de rodas e próteses, usar sondas ou frequentar sessões de fisioterapia frequentemente.
 
Na confecção industrial, os acabamentos e as costuras utilizados não são mudados quando se trata de roupas voltadas para PPD, o que impossibilita a produção de roupas realmente inclusivas.
 

Peças inclusivas

Alguns exemplos de vestuários que incluem essa população são: calças com abertura frontal com botão, recorte traseiro para não sobrar tecido, abertura lateral e bolso interno para sondas e colostomia.
 
Outras modificações pensadas para incluir as PPD são: bainhas ajustáveis, sistemas de fechamento com corda elástica, zíperes com uma mão, cintos ajustáveis, botões magnéticos, velcros, camisas com decotes fáceis de abrir e aberturas traseiras expandidas.
 
Adaptações são essenciais para melhorar o manuseio por PPD, já que essas peças podem ser colocadas enquanto a pessoa está deitada na cama. Decotes em camisetas podem ter recortes com fechamento do tipo ímã, zíperes ou velcros. Também vale ressaltar a importância de bolsos em locais estratégicos.
 
Um exemplo disso são os cadeirantes, cujo bolso traseiro da calça, além de não ter função, pode provocar uma lesão devido à pressão que a costura pode gerar na pele da pessoa. O recomendado para esse grupo são laterais na altura da coxa, em que a pessoa pode guardar pertences, sem risco de ser lesionada.
 
Embora alguns tecidos possam oferecer mais dificuldades para serem manuseados, como o jeans, que é mais rígido e, em calças, oferece mais esforço para ser colocado, qualquer material ou peça pode passar por adaptações dedicadas às pessoas portadoras de deficiência.
 

Inclusão permanente

É importante ressaltar que a inclusão de pessoas com deficiência no mundo da moda não se restringe ao papel de consumidores, mas também de produtores das peças. Contar com esses indivíduos ao longo de toda a cadeia produtiva, desde a concepção dos itens até sua produção, venda e publicidade, é fundamental para incluir essas pessoas de forma mais contundente no mercado formal de trabalho.
 
Outra questão importante é que a produção dessas peças inclusivas não se restrinja a uma temporada ou data comemorativa, sendo adotada de forma permanente pelas marcas e indústria da moda.
 
Essa durabilidade é importante para consolidar, tanto nas lojas, quanto no imaginário social, o lugar das PPD como atores importantes no mundo da moda, ampliando as possibilidades de autonomia dessas pessoas, que passarão a exigir menos ajuda alheia com a existência de vestuários pensados para satisfazer as suas necessidades.
 

Preocupações

Uma preocupação importante para essa moda inclusiva é a necessidade de produzir peças com preços acessíveis. Hoje, muitos desses itens têm um valor médio que varia entre R$100 e R$200.
 
É importante ressaltar que existem diferentes tipos de deficiência física, o que exige adaptações direcionadas, pensadas para cada uma delas, dependendo da parte do corpo afetada.

 
Link
Tags »
Notícias Relacionadas »
Comentários »