Pessoas utilizam celular
Em países da Europa, nos Estados Unidos e também no Brasil, o movimento antivacina é crescente e compromete a cobertura vacinal de crianças e jovens. Coberturas vacinais menores do que 80% da população podem facilitar o retorno de doenças infecciosas há anos erradicadas e de surtos em massa de doenças como caxumba, sarampo e varicela.
Não vacinar seu filho pode trazer efeitos prejudiciais para a saúde e para a sobrevivência dele, mas também pode prejudicar toda a população infantil do país.
O movimento antivacina não tem base científica, divulgam fake news em páginas criminosas na internet, informações falsas que podem matar pessoas. Cuidado! Não compartilhe notícias falsas. Na dúvida, converse com seu médico.
Bilhões de crianças são vacinadas todos os anos, no mundo todo. E é essa enorme cobertura que garante que as doenças infecciosas não voltem a causar mortes e sequelas a elas.
Veja quais são os principais mitos sobre vacinação:
vacina é aplicada em paciente
1 - Vacinas causam autismo? Não há relação causal entre vacinação e autismo, que é um transtorno do funcionamento cerebral de causa ainda desconhecida, possivelmente genética. A confusão se dá pois o diagnóstico do autismo acontece na infância, época em que é aplicada a maioria das vacinas.
2 - Higiene e saneamento básico farão doenças desaparecerem? A importância das vacinas independe de condições adequadas de higiene e saneamento básicas, que são importantes em qualquer situação. Lavar as mãos com água e sabão sempre e usar água limpa ajudam a proteger as pessoas de doenças infecciosas, mas somente as vacinas podem preveni-las efetivamente.
3 - Vacinação pode ser fatal ou ter efeitos colaterais desconhecidos a longo prazo? Não, porque as vacinas são muito seguras. A maioria das reações é pequena e temporária. Reações graves são extremamente raras e cuidadosamente monitoradas. É mais provável que uma pessoa adoeça por causa de uma enfermidade evitável pela vacina do que pela própria vacina. A poliomielite, por exemplo, pode causar paralisia; o sarampo pode causar encefalite e cegueira; e algumas doenças que podem ser prevenidas por meio da vacinação podem resultar em morte.
4 - A vacina contra difteria, tétano e coqueluche e a vacina contra poliomielite causam síndrome da morte súbita infantil? Não existe nenhuma relação causal entre essas vacinas e a síndrome da morte súbita infantil (SMSI). No entanto, elas são administradas em um momento da vida dos bebês em que eles podem sofrer dessa síndrome — porém, as mortes podem ocorrer mesmo sem a aplicação das vacinas. É importante ressaltar que as quatro doenças mencionadas neste tópico são fatais e bebês não vacinados contra elas correm risco de morte ou de incapacidade grave.
5 - Se as doenças estão quase erradicadas, mesmo assim preciso me vacinar? Sim, é de extrema importância. Embora as doenças evitáveis por imunização tenham sido quase extintas e sejam consideradas raras, os agentes infecciosos ainda circulam em algumas partes do mundo, podendo ultrapassar fronteiras geográficas e infectar pessoas não protegidas.
6 - Doenças infantis são simples decorrências da idade, normais na vida da criança? Não é verdade. Enfermidades como caxumba, rubéola e sarampo são graves e podem levar a complicações como pneumonia, encefalite, cegueira, diarreia, infecções de ouvido, síndrome da rubéola congênita (caso uma mulher seja infectada com rubéola no início da gravidez) e até à morte. Não vacinar uma criança a torna altamente vulnerável.
7 - Aplicar mais de uma vacina ao mesmo tempo em uma criança pode aumentar os riscos de danos e eventos prejudiciais no sistema imunológico? Isso é mais um mito. Evidências científicas indicam que aplicar várias vacinas ao mesmo tempo não causa aumento de eventos adversos sobre o sistema imunológico das crianças. Elas são expostas a centenas de substâncias estranhas, que desencadeiam uma resposta imune todos os dias. O simples ato de comer introduz novos antígenos no corpo e diversas bactérias vivem na boca e no nariz. Uma criança é exposta a muito mais antígenos em um resfriado comum ou numa dor de garganta do que quando é vacinada.
8 - Vacinas possuem mercúrio, muito perigoso à saúde. Esta afirmação não é verdadeira. O tiomersal é um composto orgânico que contém mercúrio, adicionado a algumas vacinas como conservante, sendo o mais utilizado para as que são fornecidas em frascos multidose. Não existe nenhuma evidência que sugira que a quantidade de tiomersal utilizada nas vacinas represente um risco para a saúde.
Estrangeiros em visita ao Brasil precisam se vacinar? Não existe nenhuma obrigatoriedade de vacinação para entrada no país. Porém, o Ministério da Saúde do Brasil recomenda que os turistas internacionais atualizem a sua situação vacinal previamente à chegada ao Brasil, conforme as orientações do calendário de vacinação do país de origem ou de residência, em especial, as vacinas contra febre amarela, poliomielite, sarampo e rubéola, difteria e tétano.
E se for viajar para outro país? Para viagens internacionais, o Ministério da Saúde do Brasil orienta que o viajante esteja com a caderneta de vacinação atualizada, conforme as orientações do Calendário Nacional de Vacinação.
Deve-se incluir o cartão de vacinação entre os documentos da viagem, pois, conforme as normas do Programa Nacional de Imunizações (PNI), ele comprova a vacinação em território nacional. Para viagens internacionais, é importante dispor também do Certificado Internacional de Vacinação e Profilaxia (CIVP), quando exigido para entrada no país de destino ou onde ocorra escala de voos.
Calendário nacional de vacinação
Rapaz se vacina com uma médica
O calendário nacional de vacinação é atualizado periodicamente e reúne as vacinas comprovadamente eficazes e seguras necessárias para manter a boa saúde das pessoas. São oferecidas de forma gratuita nos postos de saúde do SUS.
Existem vacinas para diversos grupos da população, que vão dos recém-nascidos aos idosos, incluindo adolescentes, gestantes, povos indígenas, adultos e pessoas que pretendem viajar para o exterior, além de casos que requerem vacinação específica.
Há quem creia que a vacinação seja obrigatória apenas para crianças, no entanto, pessoas de todas as faixas etárias devem estar atentas ao Calendário Nacional de Vacinação e às Campanhas Sazonais.
Em caso de dúvidas, sempre procure um serviço de saúde e fale com um médico para esclarecer possíveis questionamentos. Não deixe de se vacinar.
Veja abaixo quais as vacinas indicadas para cada faixa-etária. Crianças
Um bebê está se vacinando com sua mãe e médico
São 15 vacinas, aplicadas antes dos 10 anos.
Recém-nascido: Dose única - BCG (previne as formas graves de tuberculose, principalmente miliar e meníngea)
Dose ao nascer - Hepatite B (previne a hepatite B) 2 meses: 1ª dose - Penta (previne difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e infecções causadas pelo Haemophilus influenzae B)
1ª dose - Poliomielite 1, 2 e 3 (inativada) (VIP) (previne a poliomielite)
1ª dose - Pneumocócica 10 Valente (conjugada) (previne a pneumonia, otite, meningite e outras doenças causadas pelo Pneumococo)
1ª dose - Rotavírus humano (previne diarreia por rotavírus) 3 meses: 1ª dose - Meningocócica C (conjugada) (previne doença invasiva causada pela Neisseria meningitidis do sorogrupo C) 4 meses: 2ª dose - Penta (previne difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e infecções causadas pelo Haemophilus influenzae B)
2ª dose - Poliomielite 1, 2 e 3 (inativada) (VIP) (previne a poliomielite)
2ª dose - Pneumocócica 10 Valente (conjugada) (previne pneumonia, otite, meningite e outras doenças causadas pelo Pneumococo)
2ª dose - Rotavírus humano (previne diarreia por rotavírus) 5 meses: 2ª dose - Meningocócica C (conjugada) (previne doença invasiva causada pela Neisseria meningitidis do sorogrupo C) 6 meses: 3ª dose - Penta (previne difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e infecções causadas pelo Haemophilus influenzae B)
3ª dose - Poliomielite 1, 2 e 3 (inativada) (VIP) (previne poliomielite) 9 meses: Uma dose - Febre Amarela (previne a febre amarela) 12 meses: 1ª dose - Tríplice viral (previne sarampo, caxumba e rubéola)
Reforço - Pneumocócica 10 Valente (conjugada) (previne pneumonia, otite, meningite e outras doenças causadas pelo Pneumococo)
Reforço - Meningocócica C (conjugada) (previne doença invasiva causada pela Neisseria meningitidis do sorogrupo C) 15 meses: 1º reforço - DTP (previne a difteria, tétano e coqueluche)
1º reforço - Poliomielite 1 e 3 (atenuada) (VOP) (previne poliomielite)
Uma dose - Hepatite A
Uma dose - Tetra viral (previne sarampo, rubéola, caxumba e varicela/catapora) 4 anos: 2º reforço - DTP (previne a difteria, tétano e coqueluche)
2º reforço - Vacina Poliomielite 1 e 3 (atenuada) (VOP) (previne poliomielite)
Uma dose - Varicela atenuada (previne varicela/catapora) Atenção: Crianças de 6 meses a 5 anos (5 anos 11 meses e 29 dias) de idade deverão tomar uma ou duas doses da vacina influenza durante a Campanha Anual de Vacinação da Gripe.
Adolescentes
Adolescente toma vacina com uma médica
Meninas de 9 a 14 anos: HPV (previne o papiloma, vírus humano que causa cânceres e verrugas genitais) - 2 doses (seis meses de intervalo entre as doses)
Meninos de 11 a 14 anos:
HPV (previne o papiloma, vírus humano que causa cânceres e verrugas genitais) - 2 doses (seis meses de intervalo entre as doses) Meninos e meninas:
11 a 4 anos: Meningocócica C (conjugada) (previne doença invasiva causada por Neisseria meningitidis do sorogrupo C) – dose única ou reforço (a depender da situação vacinal anterior) 10 a 19 anos: Hepatite B - 3 doses (a depender da situação vacinal anterior)
Febre Amarela – 1 dose (a depender da situação vacinal anterior)
Dupla Adulto (dT) (previne difteria e tétano) – Reforço a cada 10 anos
Tríplice viral (previne sarampo, caxumba e rubéola) - 2 doses (de acordo com a situação vacinal anterior)
Pneumocócica 23 Valente (previne pneumonia, otite, meningite e outras doenças causadas pelo Pneumococo) – 1 dose (a depender da situação vacinal anterior) (está indicada para população indígena e grupos-alvo específicos) Adultos