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07/07/2020 às 09h19min - Atualizada em 07/07/2020 às 09h19min

Coronavírus: resultado de teste de Bolsonaro ficar pronto nesta terça-feira; Presidente tem sintomas desde sábado

Yah Notícias
Dois dias após um sábado de viagem e festa na hora do almoço, Jair Bolsonaro (sem partido) divulgou que está com suspeita de Covid-19. Naquele dia, o presidente fez um sobrevoo sobre as áreas atingidas pelo “ciclone bomba” em Santa Catarina. Na volta a Brasília, esteve num encontro com ministros, todos sem máscaras. À noite, ele passou a reclamar de cansaço. No domingo, o mal-estar continuou. Nesta segunda-feira, no início da noite, com 38°C de febre, Bolsonaro procurou atendimento no Hospital das Forças Armadas (HFA) e passou por uma ressonância.
 
Na volta ao Palácio da Alvorada, fez um teste para saber se está com o novo coronavírus. Segundo a Secretaria Especial de Comunicação Social, o resultado do exame fica pronto nesta terça-feira (07). “O presidente apresenta, neste momento, bom estado de saúde e está em sua residência”, afirmou a nota divulgada.

Mesmo sem saber o diagnóstico, Bolsonaro já começou a tomar hidroxicloroquina com azitromicina. Não há comprovação científica da eficácia do uso desses medicamentos. No fim de semana, a Organização Mundial da Saúde (OMS) comunicou sua decisão de retirar, definitivamente, a hidroxicloroquina de seus testes científicos pela ineficácia apresentada pela substância. Segundo a OMS, ela não é capaz de reduzir a mortalidade de pacientes com Covid-19.

A aliados, Bolsonaro brincou dizendo que estava se sentindo “meio brocha” e decidiu buscar ajuda clínica no hospital. Na noite desta segunda-feira, na porta do Palácio da Alvorada, na volta da consulta, Bolsonaro afirmou que “o pulmão está limpo”. “Eu vim do hospital agora, que eu fiz uma chapa de pulmão, tá limpo o pulmão, tá certo?”, declarou ele aos apoiadores. Pela manhã, ontem, o presidente esteve numa reunião com alguns ministros. Entre eles, Braga Netto e Paulo Guedes.

No sábado, Bolsonaro chegou a Santa Catarina por volta das 8h30 e embarcou num helicóptero para verificar os estragos na Grande Florianópolis. Por volta das 10h30, seguiu para Brasília. O presidente celebrou o Dia da Independência dos Estados Unidos num almoço na casa do embaixador norte-americano, Todd Chapman. Sem máscaras de proteção, o grupo posou para fotos animado. Também participaram do encontro em Brasília os ministros Braga Netto (Casa Civil), Ernesto Araújo (Relações Internacionais), Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) e Fernando Azevedo (Defesa), além de Lorenzo Harris, adido de Defesa dos EUA, do almirante Flávio Rocha, secretário especial de Assuntos Estratégicos do governo brasileiro, e do deputado Eduardo Bolsonaro.

De acordo com a assessoria de Bolsonaro, ele só retomará sua agenda após o resultado do exame. Ontem mesmo, ele já havia cancelado pelo menos três compromissos que teria ao longo desta semana. O primeiro, que seria uma reunião do conselho ministerial nesta terça, foi suspenso. Bolsonaro também cancelou um café da manhã com a bancada de parlamentares de Goiás, que aconteceria amanhã, quarta-feira, e uma viagem à Bahia, programada para sexta.

Diagnosticada com Covid-19, a avó da primeira-dama Michelle Bolsonaro teve uma piora no quadro e foi entubada no último domingo. Maria Aparecida Firmo Ferreira tem 80 anos e está internada desde a última quarta-feira no Hospital Regional de Santa Maria, no Distrito Federal. O Palácio do Planalto disse que não vai comentar o assunto.

Maria Aparecida Firmo Ferreira mora em Ceilândia. De acordo com o prontuário médico, a idosa foi encontrada “por populares, na rua, caída” e levada para o Hospital Regional de Ceilândia com falta de ar. No hospital, a avó da primeira-dama disse que há 15 dias apresentava sintomas como tosse seca, febre, coriza, falta de apetite, falta de ar progressiva e dor abaixo das costelas. Devido ao quadro de saúde, Maria Aparecida foi transferida para o Hospital Regional de Santa Maria ainda no dia 1º de julho.

HISTÓRICO NA CRISE
Desde o início da crise mundial do coronavírus, o presidente tem dado declarações nas quais busca minimizar os impactos da pandemia e, ao mesmo, trata como exageradas algumas medidas que estão sendo tomadas no exterior e por governadores de estado no país.

Nos protestos de 15 de março, por exemplo, Bolsonaro desrespeitou recomendações do Ministério da Saúde e cumprimentou apoiadores. "Se eu resolvi apertar a mão do povo, desculpe aqui, eu não convoquei o povo para ir às ruas, isso é um direito meu. Afinal de contas, eu vim do povo. Eu venho do povo brasileiro." Depois, em pronunciamento em cadeia de rádio e TV, falou em "gripezinha ou resfriadinho".
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