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15/06/2020 às 15h00min - Atualizada em 15/06/2020 às 15h00min

Pandemia da moral agrava a pandemia da Covid-19

Assessoria de Imprensa, Naves Coelho
Foto: Divulgação

Vive-se em um país pandêmico. Tomando emprestada a linguagem metafórica poder-se-ia falar que sofremos da pandemia da corrupção, da violência, do fake news, entre vários outros males que assolam o país.  O problema é que só indignamos com os novos surtos, com as novas pandemias, já que as demais, infelizmente, fazem parte de nosso cotidiano, e, como se fosse sem relevância, não nos causa mais indignação.

Atualmente, estamos com os olhos voltados apenas para o novo, para a pandemia virótica causada pelo Coronavírus, como se não existisse outros males em nossa nação que merecem, no mínimo, a mesma atenção.

Utilização da disseminação do medo transformou a Covid-19 em plataforma política, com olhos voltados para as próximas eleições, utilizando-se da falácia denominada “argumentandum ad hominem”, atacando a pessoa do Presidente em vez de atacar o argumento que ele está usando.

Digo isto, porque apesar da verborragia de Bolsonaro, ele sempre defendeu uma avaliação de isolamento social não absoluto, mas parcial e com olhos voltados para economia, que não pode e nem poderia ficar estagnada, sob pena de consequências nefastas para a população.

Os ataques deferidos contra o representante maior da Nação verifica-se, hoje, que tinham por objetivo atingir o Presidente e não contra argumentar seu posicionamento.

Toma-se como exemplo, o governador de São Paulo, que disse que se deveria preocupar com as vidas e não com a economia. Se o governador está (va) preocupado com a vida, como flexibilizar o isolamento em um momento que a taxa de contaminação pela Covid-19 em seu estado só tem aumentado? Surge agora sua preocupação com a economia? Somente, agora, ele percebeu que a economia está intrinsicamente interligada com a vida?

Outra pandemia que se deve preocupar é com a da desinformação, ou melhor, com o excesso de informação panfletária e marchetaria, na qual através de dados reais levam a conclusões distorcidas, induzindo o eleitor a equívocos.  

No Brasil, o total de vítimas do Coronavírus chega a 40.000 mil mortes, que colocam o Brasil no ranking em números absolutos, no 2º do lugar no mundo de números confirmados da doença e o 3º em número de mortes.

Não há nada de falso nos dados, por óbvio, apenas a conclusão distorce a realidade, isto porque, nossa população é bem maior do que os países europeus e de vários outros continentes. Então para que a conclusão seja lógica, sem distorção, tem-se que colocar o estudo em números relativos, pautando como se todos os países tivessem o mesmo número de habitantes, e, aí estabelecer a proporção e a recolocação no ranking mundial do número de contaminações e de mortes pela Covid-19.   Neste caso, se ajustado todos os países com o mesmo número de habitantes, um milhão, por exemplo, como feito por uma repórter de uma emissora de televisão, o Brasil estaria em 32ª posição em número de contaminados e 19ª em número de óbitos.

Acrescente-se, ainda, que segundo os mesmos dados, somos o 2º país de casos recuperados do mundo, perdendo apenas para os EUA, que não é anunciado pelas mídias.

Examine os dados e tire as conclusões, para que a pandemia amoral não ofereça palanque a políticos inescrupulosos com olhos voltados para as eleições e não para o povo.

                                                                         Bady Curi Neto, advogado fundador do Escritório Bady Curi Advocacia Empresarial, ex-juiz do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) e professor universitário.

 


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