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12/02/2020 às 09h59min - Atualizada em 12/02/2020 às 09h59min

Aumento do delivery no Brasil abre alas para “cozinhas-fantasma”

Diego Andrade
Assessoria de Imprensa
Foto: Divulgação
Nos últimos 3 ou 4 anos no Brasil, um cenário se tornou cada vez mais comum: em vez de sair para almoçar ou jantar fora, as pessoas começaram a pedir por comida nos aplicativos de delivery.

Para se ter uma ideia, o delivery movimentou em 2018 R$11 bilhões no Brasil e cresceu esse valor em 2019 em uma taxa impressionante.

Por isso, a popularidade dos deliveries vem trazendo uma série de novidades e mudanças em várias outras áreas da vida cotidiana afetada pela comodidade dos aplicativos.

Um exemplo disso é a vida romântica dos casais já que, mais do que nunca, eles preferem ficar em casa, assistir um filme na TV ou em um serviço de streaming e pedir uma comida por aplicativo de delivery.

Isso porque os aplicativos atuais trabalham não só com restaurantes em específico, mas também supermercados e todo tipo de estabelecimento que venda comida.

Além das mudanças nos consumidores, o boom dos aplicativos de comida está causando uma alteração também nos próprios restaurantes, que mudam seu fluxo de trabalho ou, simplesmente, optam por operar apenas com os aplicativos.

Pois é, hoje em dia já existem os restaurantes delivery, também chamados de “cozinhas-fantasma”, que atuam apenas pelos aplicativos de delivery, como o Rappi, iFood ou Uber Eats.

Esses restaurantes se caracterizam por não operar com atendimento ao público em seus espaços normais, o que é chamado de atendimento de balcão ou de mesa. Ou seja: para comprar a comida do espaço, é necessário pedir o prato pelo aplicativo, sem a possibilidade de comer no local.

Com isso, os restaurantes se abrem para um mercado muito maior do que o que tinham anteriormente, além de eliminar uma série de problemáticas que dificultavam o empreendedorismo no setor de restaurantes.

Por exemplo, os restaurantes delivery não precisam de espaço grande o suficiente para abrigar os clientes, além de não precisam gastar com decoração, mesas ou garçons. Basta ter a equipe que opera a cozinha trabalhando para poder atender aos consumidores.

Isso não significa, claro que a empresa não precise dos cuidados sanitários determinados pela lei, mas apenas que as exigências de mercado (espaço para os clientes e etc.) não são necessários.

Além disso, a localização do restaurante importa um pouco menos do que em caso de de estabelecimento físico.

Não chega a ser de todo desimportante, uma vez que é necessário que os entregadores possam ir de um espaço para o outro e o fluxo de motos pode ficar complicado em um lugar de difícil acesso, mas pelo menos não é mais vital para o sucesso do restaurante ter sua cozinha em um lugar de grande movimento.

Para melhorar, os restaurantes delivery podem até mesmo alugar uma das muitas cozinhas compartilhadas que começam a surgir nas grandes capitais do Brasil. Tratam-se de espaços muito bem equipados com fogões industriais e equipamentos da melhor geração para que muitas cozinhas-fantasmas possam operar ao mesmo tempo.

O apoio de infraestrutura para os restaurantes delivery não acaba aí. Há ainda mais dois elementos que ajudam muito os empreendedores da área. O primeiro deles, óbvio, é o “exército” de entregadores disponíveis nos aplicativos.

São milhões de entregadores no Brasil inteiro, trabalhando dia e noite para os aplicativos de delivery, de modo a garantir que todos os pratos são entregues para todos os clientes sem demora.

Em vez de precisar pagar os salários de vários entregadores para dar conta da demanda, as empresas contam com os pagamentos que são feitos pelos aplicativos por entrega para os profissionais.

Já a outra vantagem de infraestrutura é justamente a demanda que é enviada pelos aplicativos. Antigamente, um sistema de delivery só tinha o fluxo que a própria empresa era capaz de gerar.

Hoje, os aplicativos conseguem reunir milhões de usuários e direcionar um enorme fluxo para os restaurantes. Com isso, as cozinhas-fantasma encontraram um ambiente fértil para nascer e se desenvolver, faturando mais nos aplicativos do que muitos restaurantes tradicionais.

Isso porque existe outra vantagem típica dos aplicativos de delivery: a coleta de dados e percepção de tendência.

Por exemplo, suponha que em determinada cidade, a região mais ao Norte seja onde há mais empresas, enquanto a região ao Sul tem casas. Na prática, isso nos informa que as pessoas estão mais ao Norte durante o almoço (no trabalho) e mais ao Sul durante o jantar (estão em casa).

Uma cozinha-fantasma, por exemplo, pode alugar uma cozinha compartilhada no Norte e outra no Sul, operando em cada uma delas dependendo do horário. Assim, ao oferecer um prazo de entrega menor que os concorrentes (por estar mais perto), consegue atender mais pessoas e vender mais.

Isso também pode acontecer com pratos (existem restaurantes delivery cujo cardápio é formado inteiramente por sugestões com base nos dados de procura dos aplicativos), temperos, combos e preços.

Com tantas características assim, a perspectiva é que os restaurantes delivery continuem aumentando, especialmente porque os aplicativos ainda enxergam mais margem de crescimento nos próximos anos.
 

 
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