A campanha de vacinação contra a febre amarela foi prorrogada em São Paulo até dia 2 de março. A expectativa da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo é imunizar 9,2 milhões de pessoas em 54 municípios – a meta é chegar ao menos até 95% deste contingente. No entanto, a população ainda está com dúvidas de quando é necessária a imunização, sobre a eficácia da dose fracionada e ainda há relatos de quem se queixa de sentir medo de aderir à campanha.
“Quem não pode tomar a vacina contra a febre amarela? São poucas as situações”, pondera a diretora técnica de Imunização da Secretaria Estadual da Saúde, doutora Helena Sato, antes de listar as situações em que não se deve tomar a vacina.
“Quem tem reação alérgica grave após a ingestão de ovo, por exemplo, pessoas que estão em tratamento de quimioterapia, radioterapia, que fazem uso de alguma droga imunossupressora não podem ser vacinadas, e mulheres grávidas”, explica a doutora, antes de ponderar sobre as gestantes: “Qual será a única gravida que irá tomar a vacina contra a febre amarela? Aquela grávida que mora na rua onde foi identificado o vírus da febre amarela. Então é muito específico”, esclarece Sato.
Entretanto, por insegurança, mesmo quem não está neste grupo de risco tem deixado de ser imunizada. É o caso da família da analista administrativa Tathiana Oliveira, de 37 anos, moradora de Guaianases, no extremo leste de São Paulo. “Até agora não tinha ido vacinar meus três filhos, que têm 16, 13 e 4 anos, porque assisti algumas reportagens e fiquei sabendo de pessoas que tiveram reação à vacina. Ainda estava com dúvidas se eles podiam ou não tomar”, conta.
Somente nesta sexta-feira (23), quando recebeu a visita da agente de saúde do bairro, a mãe mudou de ideia quanto à imunização. “Meus filhos não estão no grupo de risco e hoje entendi que cada caso é um caso. Marquei de irmos até uma UBS (Unidade Básica de Saúde)”, disse Tathiana. A equipe de saúde da unidade está preparada para fazer a triagem.
Ao contrário do que se tem dito, a dose fracionada não é fraca. “A única diferença é a dosagem. É a mesma vacina da dose padrão, que tem 0,5 ml, enquanto a fracionada tem 0,1ml. E ela protege da mesma forma”, tranquiliza a doutora Helena Sato. A doutora ainda citou dois exemplos em que a dose fracionada teve eficiência comprovada: quando houve febre amarela urbana em Angola e no Congo, na África.
Informações atuais da Organização Mundial de Saúde, OMS, recomenda que quem tomou a dose fracionada a reforce em 8 anos. Já quem tomou a dose padrão não há necessidade de reforço. A dose fracionada foi adotada no dia 25 de janeiro de 2018 – quem se vacinou antes recebeu a dose padrão.
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