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26/06/2019 às 15h48min - Atualizada em 26/06/2019 às 15h48min

Celular de pastor foi utilizado para mandar mensagens após morte, diz polícia

Vida e Estilo
Foto: Reprodução
O telefone celular do pastor Anderson do Carmo de Souza, 42, foi utilizado horas após sua morte. Segundo a Polícia Civil do Rio de Janeiro, mensagens de WhatsApp foram enviadas do aparelho para amigos.

As mensagens foram repassadas às 9h e às 10h07 de domingo (16). Anderson foi assassinado na madrugada após chegar em casa acompanhado da esposa e deputada federal Flordelis dos Santos de Souza (PSD-RJ), em Niterói, na Região Metropolitana do Rio.

O enteado dele Flávio dos Santos e o filho adotivo Lucas dos Santos são suspeitos do crime e estão presos na Divisão de Homicídios de Niterói. Além do dois, a polícia já ouviu mais de 20 pessoas que estavam na casa no dia do crime. A família tem 55 filhos, dos quais 51 são adotivos.

Segundo a delegada Bárbara Lomba, responsável pelo inquérito, todas as pessoas que estavam na residência no dia do assassinato são consideradas suspeitas, incluindo a deputada.

AS MENSAGENS

Em uma das mensagens enviadas, a pessoa se identifica como filho do marido de Flordelis, pede oração e informa que "infelizmente as notícias são verdades", em uma tentativa de informar sobre a morte de Anderson.

Em outra mensagem, o responsável pelo envio marca o local onde aconteceu o crime. Ou seja, a casa de Flordelis e Anderson.

A polícia afirma que já tem informações sobre quem usou o telefone, mas manteve o nome em segredo, sem sequer confirmar se é ou não algum dos filhos.

Em depoimento, um dos filhos da deputada contou que o celular do pastor estava no closet do casal, junto com o controle remoto do portão e a carteira do pai. Todo o material teria sido recolhido no momento em que Anderson era levado socorrido ao hospital.

Ao voltar do hospital, já com o pai morto, o filho contou que entregou o aparelho à namorada e pediu que ela repassasse o telefone à Flordelis.

COLETIVA DE FLORDELIS

A parlamentar deu uma entrevista coletiva, na tarde desta terça-feira (25), e fez um apelo para que devolvessem o aparelho.

Ela afirma que muitas pessoas passaram pela casa após o crime e sentiu falta de objetos do marido, citando, entre eles, uma pulseira de ouro.

"O que mais foi perguntado [na delegacia], indagado, ontem, foi sobre a localização do celular. Foi uma romaria dentro da minha casa, muita gente estranha. Eu não tenho como dizer quantas pessoas passaram pela minha casa. Queria muito saber, esse celular é muito importante pra mim", apontou ela, que, inclusive, fez um pedido para que devolvessem o aparelho.

Flordelis prestou depoimento à polícia na condição de testemunha na segunda-feira (24). A tomada de depoimentos dela durou cerca de 10h, e deixou a delegacia somente por volta das 22h15, sem falar com a imprensa.

Além dela, cerca de 25 pessoas, entre filhos e parentes, também foram ouvidas em salas separadas na Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo. A defesa dos filhos estuda pedir transferência dos dois para um presídio.

EPISÓDIOS DO ASSASSINATO

R$ 10 MIL


Um terceiro filho de Flordelis ouvido pela Polícia Civil, mas que não teve o nome divulgado, aponta para a possibilidade de que o crime tenha sido cometido em família e disse que Lucas recebeu uma proposta de uma das irmãs para matar Anderson por R$ 10 mil.

O jovem ouvido revelou aos policiais ainda que ele não ouviu discussão, barulho de carro ou moto em fuga no dia do crime. Após os tiros, ele diz que encontrou o irmão Flávio ao lado de Anderson, que já estava caído. Segundo ele, após o crime, a namorada de Flávio entregou o celular de Anderson para a deputada Flordelis.

REMÉDIOS NA COMIDA

O mesmo rapaz aponta Flordelis, três irmãs, Lucas e Flávio como suspeitos de envolvimento no crime. De acordo com ele, a deputada disse a um de seus irmãos que “a hora de Anderson estava chegando” e que três filhas do casal e a própria deputada estariam colocando remédios na comida de Anderson, e que isso teria feito a saúde do pastor ficar comprometida.

Por fim, chamou de “teatro” o comportamento de Flordelis e dos suspeitos durante o velório de Anderson.

EDREDOM COM SANGUE

Na última terça-feira, pouco antes da vistoria de homens da perícia, objetos foram queimados no quintal da casa. A polícia recuperou o que havia sido incinerado para perícia, mas o que chamou atenção dos investigadores foi a presença de um edredom com manchas de sangue num dos quartos.

Investigadores da DH (Divisão de Homicídios) encontraram uma pistola 9mm no quarto de Flávio dos Santos Rodrigues, de 38 anos, filho biológico de Flordelis. Uma primeira perícia feita constatou que pistola foi usada na noite do crime.

No quarto de Flávio, os policiais encontraram uma pistola 9 milímetros, usada no dia do crime. À polícia, Flávio confessou que deu 6 tiros no pastor. No dia do homicídio, a polícia recolheu nove munições que estavam no local. Elas foram comparadas com as munições da arma apreendida no quarto de Flávio.

O principal motivo apontado pela polícia para o crime é que os dois descobriram uma relação extraconjugal de Anderson.

A EXECUÇÃO

Anderson foi executado com mais de 30 tiros de pistola nas costas, no peito, na genitália e nas pernas. A maioria dos disparos foi feito à queima-roupa, mas a polícia técnica, não pode precisar o número exato de disparos. O pastor chegou a ser levado ao Hospital Niterói D’Or, no bairro de Santa Rosa, mas não resistiu aos ferimentos.

O corpo do pastor Anderson do Carmo de Souza foi enterrado no Memorial Parque Nicteroy, no bairro do Laranjal, em São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio.
 
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