Todo fã de corrida já foi questionado se prefere correr na esteira ou na rua. Há quem afirme que a única diferença é a superfície em que se pisa. Outros acreditam que são quase dois exercícios diferentes entre si, embora exijam praticamente os mesmos movimentos para serem executados.
Fato é que esse é um questionamento pertinente e que todo atleta, seja ele amador ou não, precisa se fazer. Uma coisa já podemos lhe adiantar:
corrida na rua e corrida na esteira não é a mesma coisa. Entenda agora por quê e descubra qual o melhor para você.
Gasto calórico Durante muito tempo se acreditou que o gasto calórico da corrida na rua fosse maior que o da corrida realizada na esteira. O principal motivo disso é que ao ar livre as pessoas enfrentam a resistência do vento. Isso dificulta a prática, o que leva ao um gasto calórico maior.
Dentro da academia o vento é zero. Por isso alguns especialistas acreditavam que por maior que fosse a velocidade da esteira, ainda faltaria esse componente na queima calórica.
O avanço da tecnologia, no entanto, garantiu que as esteiras mais modernas compensassem a falta de resistência do vento. Alguns especialistas apontam que basta adicionar uma elevação de 1% a 2% no aparelho para que se eleve a queima de caloria do exercício.
Velocidade Será que corremos mais rápido na rua ou na esteira? De acordo com estudos recentes, a tendência das pessoas é subestimar a sua capacidade quando correm dentro das academias. É comum relatos de usuários que dizem não conseguir correr tão rápido nos aparelhos.
Isso não só é plausível como é comprovado pela ciência. Pesquisadores explicam que essa distorção na percepção da velocidade se deve a um componente muito simples: a visão.
Tudo aquilo que vemos na academia, um ambiente fechado, cercado por outros aparelhos de exercícios, televisões, nos causa uma discrepância visual. Na rua isso não ocorre. O sentido de profundidade, de lateralidade é outro. Nos sentimos mais livres e sem medo de cair ao correr ao ar livre.
Segurança A velocidade e a segurança andam juntas quando o assunto é corrida. E aqui há muita controvérsia envolvida.
Ninguém vai negar, por exemplo, que qualquer corrida na rua é perigosa. Em algumas regiões do Brasil, então, com as altas taxas de criminalidade, isso fica ainda mais evidente.
Mas não só. A probabilidade de cair galhos de árvore na sua cabeça, de ser atropelado por um veículo ou mesmo de esbarrar em algum objeto ou pessoa são consideravelmente altas. Quem nunca tropeçou em um buraco inesperado?
Na academia não tem esse tipo de problema. É um ambiente 100% seguro para correr, correto? Errado. É nas esteiras que você pode sofrer suas piores lesões. O principal motivo é o uso indevido do aparelho.
A pouca variação de movimentos, principalmente por quem corre sempre nas mesmas velocidades, pode causar lesões leves a moderadas. Sem falar na distração! As chances de cair da esteira são altas, e todos conhecem alguém que já passou por esse tipo de acidente.
Efeitos benéficos ao bem-estar Aqui não tem muito o que ponderar: correr na rua é sempre muito mais benéfico em termos de bem-estar do que correr na esteira. E não adianta levar o aparelho para o quintal. É preciso estar junto da natureza, sentir o vento no rosto e ouvir o cantar dos pássaros.
Linguagem poética à parte, pesquisas comprovam que correr em áreas verdes proporciona uma sensação de revitalização enorme. Quem pratica exercícios ao ar livre sente-se mais tentado a repetir a prática, visto que se sentiram mais estimuladas.
Mas qual é a melhor forma de correr? O principal objetivo da esteira é permitir que as pessoas corram foram de um ambiente externo. Mesmo assim, é uma simulação. Jamais poderá oferecer os benefícios que uma corrida na rua oferece.
Mesmo que a queima calórica possa ser quase a mesma em ambos os casos, os demais fatores apontam para uma leve vantagem da corrida ao ar livre. Mesmo com todos os potenciais perigos que a rua lhe oferece, há maior contato com o ar puro, com o sol e com a natureza em geral.
A esteira é uma boa, mas deve ser vista apenas como alternativa e como último recurso caso a rua não seja uma opção.
