De acordo com o Banco Mundial, o cacau responde por 15% do PIB da Costa do Marfim. ( Foto: Reprodução)
Se você adora chocolate ou costuma comprá-lo para dar de presente, há motivo para preocupar-se: o futuro do cacau, o coração de uma indústria de uma US$ 98 bilhões (R$ 319 bilhões), está ameaçado, graças a uma combinação de fatores que vão das mudanças climáticas a pragas.
Alguns cientistas vão ainda mais longe e dizem que o cacau "está a caminho da extinção", algo que dizem que pode ocorrer em quatro décadas. Muitos consideram isso um exagero, mas especialistas já buscam soluções para evitar essa catástrofe.
Mas, afinal, por que o chocolate corre esse risco?
Comemos cada vez mais chocolate
Um relatório da consultoria Euromonitor diz que a demanda chegou a 7,45 mil toneladas em 2016/2017, um aumento de 10% em cinco anos. Esse apetite crescente se deve principalmente ao aumento do consumo na China e na Índia, os dois países mais populosos do planeta.
A Índia teve, por exemplo, o maior aumento de consumo em 2016 (13%). Mas os maiores glutões de chocolate ainda são os Estados Unidos, que responde por 20% de toda a demanda. No entanto, é na Suíça que está o maior consumo anual per capita, com uma média de 11 kg, segundo a Chocosuisse, organização que representa a indústria do chocolate no país.
A rede de abastecimento é complexa
Dados da Organização Internacional do Cacau, que analisa esse mercado, revelam que a relação entre produção e demanda oscilou entre excedentes e déficits nos últimos 20 anos.
Uma pesquisa recente com comerciantes, analistas e corretores feita pela agência Bloomberg estima que a produção de grãos de cacau deve superar a demanda em 97,5 mil toneladas na temporada 2017/2018. Isso só é bom se você é um consumidor ou um fabricante de chocolate.