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12/03/2019 às 11h12min - Atualizada em 12/03/2019 às 11h12min

“São como filhos”, diz mulher sobre oito ratazanas adotadas

ANDA Agência de Notícias de Direitos Animais
Foto: Divulgação
Ana Carolina Vasconcelos, de 28 anos, moradora de Santos (SP), decidiu adotar ratazanas. Os primeiros animais foram adotados por ela em 2018. Hoje, ela cria oito ratos. “Eles são como filhos. Sempre brinco com eles e, quando estou fora de casa, penso o tempo todo neles”, diz.
 
A decisão por adotar ratos veio enquanto Ana pesquisava sobre animais para adotar. “Tenho alergia de gato e, cachorro, eu precisaria de mais tempo e espaço. Procurei por um animal que se enquadrasse melhor na minha rotina. Comecei então a pesquisar sobre roedores”, conta. 

Ao pesquisar, Ana descobriu que as ratazanas eram mais interativas que os hamsters e resolveu adotar duas. “Eu tive um hamster há 12 anos e descobri que tudo que eu fazia estava errado. Dessa vez, comprei a gaiola e alimentação correta antes de adotar. Depois, consegui uma pessoa em Santos que estava doando filhotes e acabei adotando uma dupla, porque eles precisam viver em companhia e serem do mesmo sexo, se não procriam muito rápido”, explica.

De acordo com o veterinário especialista em animais silvestres, André Luís Andrade, de 41 anos, o rato é bem maior que o hamster e a cauda não têm pelo, além de ser mais inteligente. Ele explica que os ratos tutelados por Ana são da mesma espécie da ratazana que vive no esgoto, mas são dóceis e interagem com os tutores.

O especialista afirma que as ratazanas não fazem barulho e não precisam ser vacinadas, são onívoras e necessitam de uma dieta à base de ração extrusada e alimentos naturais, como frutas e legumes. “Estes roedores tem média de vida de quatro anos. Eles têm o potencial de transmitir doenças, mas como vivem dentro de casa, não tem como adquiri-las e transmiti-las ao ser-humano”, afirma.

Ana conta que após adotar as duas primeiras ratazanas, decidiu trazer mais desses animais para casa, chegando ao total de oito ratos. Por ter a consciência de que elas vivem pouco, a tutora afirma que tenta passar o máximo de tempo com as ratazanas. “Infelizmente eles vivem pouco, mas deixam marcas na sua vida, são momentos intensos e de muita alegria que tenho com eles”, destaca. “Eles passeiam dentro de casa, dentro do box do banheiro, porque precisam todos os dias serem soltos para brincar em lugares que não corram risco de se machucar. Eles brincam, correm um pouco e levo mais ou menos uma hora para limpar a gaiola, todos os dias”, completa.

Grupo de resgate

Ana integra um grupo chamado “FanRatics”, por meio do qual voluntários se unem para resgatar ratos em situação precária. Alguns desses animais foram resgatados em São Paulo, por uma amiga de Ana. Eles estavam com um homem que os vende para a alimentação de cobras.

“Ele tinha uma ninhada inteira de ratinhos sem pelo, mas eles estavam numa situação extremamente precária. Tinha mais de 20 em uma caixa pequena, todos amontoados”, relata.

Após o resgate, um dos ratos foi adotado por Ana. Com uma infecção no olho, Ganon perdeu a visão e teve que tirar o olho infectado. “O acompanhamento veterinário custou em torno de R$ 700. Ele precisou de um tratamento bem prolongado com antibiótico. Como só tinha 45 dias quando ficou doente, o veterinário resolveu que era melhor tirar o olho e diminuir o sofrimento”, conta.

Os cuidados adequados para as ratazanas tem custo alto, segundo Ana. E por serem animais negligenciados, é difícil encontrar produtos próprios para eles. “Compro utensílios na loja de 1,99 e adapto, como caixinha de pregador de roupa, por exemplo. Eles adoram quando penduro na gaiola. E os ratos aprendem a usar o banheirinho. É só ensinar”, diz.

Ana lembra que ainda há muito preconceito com os ratos. E foi esse o motivo que a fez se voluntariar em grupos que os defendem. “Administro três grupos no Facebook: FanRatics, Ratolândia e Rato Twister, além de um grupo no WhatsApp. Acho importante conscientizar as pessoas”, afirma a tutora, que lembra que as ratazanas são inteligentes e tão apegadas ao tutor “quanto um cachorro”.

Todos os grupos, somados, têm mais de 11 mil participantes. Através deles, eventos e doações são organizadas, além de informações publicadas. “No Pet Shop eles te indicam absolutamente tudo errado, enquanto nós exigimos que a pessoa interessada em adotar apresente as condições adequadas para isso, ou seja, alimentação específica, alojamento, companhia para o rato, tudo certinho”, diz.

O objetivo dos grupos, segundo Ana, é mostrar para as pessoas que as ratazanas são inteligentes e devem ser valorizadas como qualquer animal. “Eles gostam e querem a companhia do tutor. São animais fantásticos”, finaliza.
 

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