15/03/2019 às 09h06min - Atualizada em 15/03/2019 às 09h06min

COMIDA DE VERDADE

 O mundo vive hoje uma epidemia da obesidade, uma doença que cresce em proporções alarmantes, que ocorre na maioria dos países desenvolvidos. 

A obesidade é considerada hoje uma doença crônica, que provoca ou acelera o desenvolvimento de muitas doenças, podendo até levar à morte precoce.  É desencadeada por uma alteração no balanço energético que é o desequilíbrio entre o que é consumido na alimentação e o que é gasto com as atividades do dia a dia e com o funcionamento do organismo.

As calorias que são ingeridas e não são gastas, são depositadas no organismo. Boa parte desse depósito se faz sob a forma de gordura e quanto mais se deposita mais obeso é o indivíduo.

 A vida moderna tem criado condições para o desenvolvimento de obesidade e isso acontece desde a infância, pois as crianças não brincam mais como antigamente em  praças, não andam de bicicleta e nem correm na rua, tanto pela urbanização e pela crescente violência bem como pelo aumento de carros circulantes nas cidades. A consequência disso é que as crianças não queimam mais calorias como antes, pois ficam em casa, dentro de seus quartos, sentadas ou deitadas na cama, jogam video-game, navegam pela internet, assistem vídeos ou estão ligadas nos canais da TV. Além disso, há também um crescente aumento de ingestão de alimentos processados, industrializados e prontos para o consumo. 

O hábito alimentar é formado desde a gestação. E a criança habituada a um tipo de alimentação industrializada tem mais predisposição à obesidade e à doenças crônicas não transmissíveis na idade adulta.

Pode parecer clichê, mas não tem para onde correr: o tratamento básico da obesidade é a modificação do comportamento alimentar,  prática de atividade física regular e a procura de vida mais saudável, voltando a base alimentar para a comida de verdade, cada vez menos usando alimentos processados e industrializados. A prevenção deve ser iniciada na infância, levando a menor número de obesos adultos.

A alimentação e conduta alimentar devem ser individualizadas e variar de indivíduo para indivíduo, de acordo com seus costumes, gostos e estilo de vida e por isso a orientação e prescrição alimentar devem ser feitas por Nutricionista, que é o profissional devidamente capacitado para tal atividade.

Você sabe o que é comida de verdade?
Nada mais é a comida fresca, como verduras, frutas, carnes, ovos e arroz com feijão. Aquela comidinha gostosa de casa de Vó, feita com temperos caseiros e naturais.

O guia Alimentar para população brasileira sugere 4 passos para seguir uma alimentação com base NA COMIDA DE VERDADE:

PASSO 1 – FAZER DOS ALIMENTOS IN NATURA A BASE DA ALIMENTAÇÃO
Alimentos in natura são aqueles que estão em seu estado natural, obtidos diretamente de planta ou animais, sem terem passado pelo processamento industrial. Exemplos de alimentos in natura: legumes, verduras, frutas, raízes, carnes, ovos e água potável.

PASSO 2 – OS ALIMENTOS IN NATURA PRECISAM SER PREPARADOS COM PEQUENAS QUANTIDADES DE ÓLEO, SAL E AÇÚCAR
É recomendado que sejam utilizadas pequenas porções de óleo, sal e açúcar na preparação dos alimentos. Isso porque o consumo excessivo de sódio e de gorduras saturadas aumenta o risco de doenças do coração, enquanto o consumo excessivo de açúcar aumenta o risco de obesidade. Ou seja, o consumo em excesso de óleo, sal e açúcar é prejudicial à saúde.

PASSO 3 – LIMITAR O CONSUMO DE ALIMENTOS PROCESSADOS
São produtos fabricados com adição de sal ou açúcar a um alimento in natura ou minimamente processado, como legumes em conserva, frutas em calda, queijos e pães. Alteram de forma desfavorável a composição nutricional dos alimentos dos quais derivam, por isso devem ser limitados na alimentação. São exemplos de alimentos processados: extrato de tomate, frutas em calda e frutas cristalizadas, milho em conserva, carne seca, sardinha e atum enlatados, queijos e pães.

PASSO 4 – EVITAR O CONSUMO DE ALIMENTOS ULTRAPROCESSADOS
Alimentos ultraprocessados são nutricionalmente desbalanceados, contendo geralmente alto teor de gorduras e açúcares, sal e substâncias de uso industrial que tem como objetivo, por exemplo, trazer crocância ao alimento ou aumentar sua vida de prateleira, sem contribuir para seu valor nutricional. São exemplos de alimentos ultraprocessados: biscoito, sorvete, salgadinho, guloseimas em geral, cereais açucarados, bolos e misturas para bolos, barra de cereal, macarrão instantâneo, refrigerante, temperos prontos, alimentos congelados, salsicha.

Quer saber mais? Venha bater um papo comigo. A cada quinze dias trarei novidades e curiosidades a respeito da Ciência da Nutrição. 

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Referência: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Guia alimentar para a população brasileira – 2. ed. – Brasília: Ministério da Saúde, 2014
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