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18/09/2018 às 16h19min - Atualizada em 18/09/2018 às 16h19min

Queda do leite freia alta do dólar e inflação dos supermercados fica estável em agosto

Itens dependentes do dólar voltam a ter forte alta, mas queda de carnes, hortifrutigranjeiros e leite deixam índice geral de preços praticamente estável

Fábio Barbosa
APAS
Foto: Imagem Ilustrativa
O Índice de Preços dos Supermercados (IPS), calculado pela Associação Paulista dos Supermercados (APAS) e pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE), permaneceu praticamente estável em agosto de 2018, apresentando ligeira alta de 0,02% no comparativo com o mês anterior. Com este resultado, o acumulado do ano agora apresenta inflação de 3,20%.

“O preço do leite finalmente caiu, e de forma significativa. Carnes e hortifrutigranjeiros também apresentaram queda. Esses itens têm grande ponderação no cálculo do IPS, pois têm um peso alto na cesta do brasileiro. Por conta disso, o índice geral foi puxado para baixo”, avalia o economista da APAS, Thiago Berka.

Em agosto, 13 categorias dentre as 28 analisadas tiveram aumento de preço. Um cenário parecido com julho, em que a inflação aumentou em 15 das categorias, porém, diferente no mix de produtos que aumentaram. O leite, por exemplo, teve alta de 9,90% em julho e queda de 4,15% em agosto.


Fonte: APAS/FIPE

Destaques de Agosto

Como era esperado, os produtos com matéria prima cotada em dólar voltaram a subir. O câmbio permanece em patamares altos acima de R$ 4,00, e isto força a indústria a comprar novos estoques com insumos impactados pela alta. “Esse fator impulsiona o preço médio para cima e se faz necessário estabelecer novas tabelas de vendas para o varejo alimentar” explicou o economista da APAS.

Artigos de “Limpeza” e “Higiene e Beleza”

Dentre os itens que sofreram com a alta do dólar e demonstraram aumento de preços, os artigos de limpeza subiram 2,20% e apenas duas subcategorias tiveram queda de preços. Dentre as maiores altas estão água sanitária, sabão em pó e detergente, que tiveram alta acima de 3%. 

Produtos de higiene e beleza tiveram alta de 1,53%. O aumento aconteceu principalmente por itens como creme dental, escova dental e shampoo, que subiram níveis acima de 2,5%. 

“Tanto nos artigos de limpeza quanto nos de higiene e beleza, os produtos que possuem componentes químicos importados na fórmula, que vão desde hidróxidos especiais, polímeros, entre outros, lançaram o preço dos produtos para cima, após alta resistência da indústria para o repasse de preços”, comentou Berka.

Industrializados

Nesta categoria, foram os panificados que mais contribuíram para o aumento na inflação: o grupo de produtos subiu 0,69%, com destaque para os pães (alta de 0,51%), e pão de queijo  (elevação de 5%). Impactam também no grupo de panificados as massas, farinhas e féculas, que subiram 2,63%. Esta alta impactou o preço do macarrão e da farinha de trigo, que subiram, respectivamente, 4,44% e 5,27%. 

“Todos os produtos panificados e seus derivados foram naturalmente influenciados pelo trigo, que em sua maior parte é importado da Argentina e cotado em dólar”, disse Thiago Berka

Hortifrutigranjeiros

Se por um lado o dólar foi o vilão, a safra brasileira de hortifrutigranjeiros e do leite vieram para forçar os preços para baixo em agosto. No caso dos legumes, o tomate caiu 6%. Já nos tubérculos, a cebola, que mais subiu no ano, reduziu 27%, e a batata apontou retração de 13%. 

Alimentação

O preço do leite, com forte influência no orçamento de alimentação do consumidor, aliviou após cinco aumentos consecutivos e registrou queda de 4,15% no mês de agosto. Essa redução se explica pela produção no Rio Grande do Sul e por uma regularização de preços por conta da demanda do consumidor, que respondeu aos aumentos consecutivos no preço e consumiu menos produto.

Bebidas

Os preços das bebidas alcoólicas tiveram inflação de 0,77%, com a cerveja aumentando 0,95% e sendo a principal responsável pelo aumento no grupo de produtos. Já as bebidas não alcoólicas apresentaram inflação de 1,60%, com o refrigerante registrando alta de 1,16%, e a água mineral elevação de 3,95%.

Informações adicionais


Fonte: APAS/FIPE

Os 10 produtos que apresentaram as maiores variações negativas​


 Fonte: APAS/FIPE

Os 10 produtos que apresentaram as maiores variações positivas​


Fonte: APAS/FIPE

Nota Metodológica
O Índice de Preços dos Supermercados tem como objetivo acompanhar as variações relativas de preços praticados no setor supermercadista ao longo do tempo. O Índice de Preços dos Supermercados é composto por 225 itens pesquisados mensalmente em 6 categorias: i) Semielaborados (Carnes Bovinas, Carnes Suínas, Aves, Pescados, Leite, Cereais); ii) Industrializados (Derivados do Leite, Derivados da Carne, Panificados, Café, Achocolatado em Pó e Chás, Adoçantes, Doces, Biscoitos e Salgadinhos, Óleos, Massas, Farinha e Féculas, Condimentos e Sopa, Enlatados e Conservas, Alimentos prontos,); iii) Produto In Natura (Frutas, Legumes, Tubérculos, Ovos, Verduras); iv) Bebidas (Bebidas Alcoólicas, Bebidas Não Alcoólicas); v) Artigos de Limpeza; vi) Artigos de Higiene e Beleza. Assim, o IPS se apresenta como instrumento útil aos empresários do setor na tomada de decisões com relação a preços e custos dos mais diversos produtos. No que diz respeito à indústria, de maneira análoga, possibilita a tomada de decisão com relação a preços e custos dos produtos destinados aos supermercados. Ao mercado e aos consumidores é útil para a análise da variação de preços ao longo do tempo possibilitando o acompanhamento da evolução dos custos ao consumidor do setor supermercadista.

Sobre a APAS – A Associação Paulista de Supermercados representa o setor supermercadista no Estado de São Paulo e busca integrar toda a cadeia de abastecimento. A entidade tem 1.508 associados, que somam 3.363 lojas.

Sobre a APAS Regional Araçatuba: Em 2017, a região de Araçatuba foi responsável por 1,3% do faturamento do setor supermercadista no estado, o que equivale a aproximadamente R$ 1,5 bilhão. Aqui, o setor emprega, aproximadamente, 7 mil colaboradores. Só na cidade de Araçatuba o setor de supermercados faturou no ano passado R$ 453 milhões, o que equivale a cerca de 31% da região e 0,4% do faturamento de todo o estado de São Paulo.



 
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