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24/01/2018 às 14h59min - Atualizada em 24/01/2018 às 14h59min

Justiça decide que PM acusado de matar filho de ex-coronel vai a júri popular; ele responderá por 3 crimes indicados pelo MP

Política e Mais
Foto: Reprodução

Réu confesso do tiro que matou o estudante Diogo Belentani, 21 anos, durante um churrasco em julho de 2017, o policial militar Vinícius Oliveira Coradim Alcântara, 21, mesmo alegando não ter intenção de matar a vítima, vai a Júri popular e responderá por três crimes: disparo aleatório de arma de fogo, homicídio doloso (quando há intenção de matar) e fraude processual.

O juiz do caso, Márcio Eid Sammarco, pronunciou o réu conforme os agravantes e crimes indicados pelo promotor Adelmo Pinho. O Policial Militar continuará detido no presídio Romão Gomes, em São Paulo, até o julgamento, que ainda não tem data agendada.

De acordo com o promotor, Alcântara vai a Júri por decisão da Justiça e sua manutenção na prisão se dá pela gravidade do crime e porque, durante as investigações, pressionou testemunhas. “A família do acusado vem mantendo contato com testemunhas e interferindo no processo, o que é lamentável. O acusado quis matar a vítima e isso já está provado nos autos. As sucessivas mentiras do réu ‘caíram por terra’. No dia do julgamento perante o júri popular a verdade prevalecerá e a Justiça será feita”, diz o promotor em nota enviada ao Política e Mais.

Há duas semanas, em audiência que durou cerca de quatro horas, a Justiça conduziu a instrução do processo, colhendo depoimentos de sete testemunhas de acusação, quatro de defesa e do próprio réu, que acabou confessando ter disparado contra o estudante e ter modificado a cena do crime, apesar de sustentar que não teve a intenção de matar Belentani, filho de um ex-coronel da PM.

Conforme o promotor Adelmo Pinho, para o MP ficou claro que no dia do crime o policial militar, em um determinado momento do dia, usou sua arma de serviço para efetuar um disparo aleatoriamente na chácara onde ocorria o churrasco. À noite, Alcântara veio a atirar contra o estudante, após uma discussão, e posteriormente fraudar a cena do crime, colocando a arma na mão da vítima, enquanto ainda estava no chão e antes mesmo de receber qualquer tipo de socorro.

Ao Política e Mais, o promotor disse que, mesmo alegando não ter tido a intenção de matar Diogo Belentani – tese usada pela defesa para desqualificar a ação do réu – o policial militar disse que sua arma estava nas mãos do estudante e que após retirá-la da vítima, ele se colocou em posição de tiro. No entanto, o disparo, neste momento, teria ocorrido acidentalmente.

Alcântara e Belentani, segundo apuração policial, discutiram durante o churrasco por conta de uma garota. Ela teria relação amorosa com o policial militar e também com o estudante. Preso preventivamente no presídio Romão Gomes, destinado a policiais militares que cometem crimes, Alcântara foi trazido para Araçatuba para participar da audiência.

De acordo com o representante do MP, com a pronúncia do juiz Márcio Eid Sammarco, pelo júri popular, a defesa de Alcântara, dentro do que prevê as leis brasileiras, poderá tentar recurso contra o julgamento do policial militar em sessão no auditório do Fórum de Araçatuba.
 


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