AtaNews Publicidade 728x90
28/06/2024 às 10h54min - Atualizada em 29/06/2024 às 06h42min

Tabagismo e açúcar no sangue: a nova chave para combater o câncer de pulmão

Estudo revela como controlar a hiperglicemia pode retardar a progressão da doença

CLARA BARCELLOS
Foto: Divulgação / Adobe Stock.

Um estudo publicado em junho na Nature trouxe à tona uma compreensão renovada sobre como o tabagismo e a hiperglicemia (altos níveis de açúcar no sangue) podem acelerar o crescimento do câncer de pulmão. A pesquisa mostrou que os macrófagos, células do sistema imunológico, interagem com as células cancerígenas sob a influência de níveis elevados de açúcar, promovendo o crescimento do tumor.
 

De acordo com Carlos Gil Ferreira, oncologista torácico e presidente do Instituto Oncoclínicas, este estudo lança uma nova luz sobre a progressão do câncer de pulmão. “O tabagismo não só causa danos diretos aos pulmões, mas também altera o metabolismo do corpo, acelerando o câncer. Tratar a hiperglicemia e bloquear a interação entre macrófagos e células cancerígenas pode ser uma estratégia eficaz para retardar a progressão da doença”, explica. Além disso, proteínas como IGF2 e GLUT1 foram identificadas como biomarcadores potenciais, permitindo a personalização de tratamentos e identificação de pacientes em maior risco.
 

Metodologia

Para conduzir o estudo, os pesquisadores expuseram camundongos a componentes do fumo do tabaco, como NNK e BaP, que são conhecidos por suas propriedades cancerígenas. Esses componentes induziram a síndrome metabólica, especialmente a hiperglicemia. Nos experimentos, a hiperglicemia aumentou a captação de glicose pelos macrófagos associados ao tumor. Esses macrófagos liberaram IGF2, um fator de crescimento que ativou o receptor de insulina nas células cancerígenas, aumentando a expressão de PD-L1, uma proteína que ajuda o tumor a escapar do sistema imunológico. “É um estudo ainda inicial, que necessita de outras etapas confirmatórias, mas de excelente qualidade”, afirma.
 

Outra descoberta foi a de que análises de tecidos de pacientes e bancos de dados públicos revelaram níveis elevados de IGF2 e GLUT1 em macrófagos associados ao tumor, sugerindo que esses biomarcadores podem ser usados para prever a progressão do câncer. O estudo também mostrou que reduzir o nível de açúcar no sangue ou diminuir a quantidade de macrófagos pode retardar o crescimento do câncer induzido pelo tabaco. “Essas descobertas abrem novos caminhos para tratamentos que combinam o controle da glicose com terapias imunológicas, melhorando potencialmente a sobrevivência e a qualidade de vida dos pacientes”, diz Carlos Gil.


Notícia distribuída pela saladanoticia.com.br. A Plataforma e Veículo não são responsáveis pelo conteúdo publicado, estes são assumidos pelo Autor(a):
HSU YA YA
[email protected]


Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »