Fotos: Fernando Solidade Estudo de Cena apresenta dois espetáculos diferentes em evento internacional na UNICAMP Nos dias
17 e
19 de Julho, a
Companhia Estudo de Cena realiza apresentações das peças
A farsa da justiça e
Guerras Desconhecidas no
IX Colóquio Internacional Marx e Engels que vai acontecer na
UNICAMP – Universidade Estadual de Campinas. O evento será realizado de 17 a 20 de Julho no
Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) e no
Centro de Convenções da Universidade Estadual de Campinas.
Dentre os palestrantes, destacam se a participação de nomes como os de
Jacques Bidet, Cinzia Aruzza e
Javier Balsa. Além das plenárias, mesas redondas e apresentação de grupos de trabalho, o evento contará com lançamento de livros, bancas de editoras e dois painéis especiais: um sobre a legalização do aborto na Argentina e outro sobre o Rap, raça e classe no Brasil.
As apresentações da
Companhia Estudo de Cena fazem parte do projeto "
Teatro e Memória", contemplado pelo
edital 09/2017 do PROAC Circulação de espetáculo de Artes Cênicas para Rua no Estado de São Paulo.
O projeto
Teatro e Memória estará neste importante encontro do pensamento crítico organizado pelo
Cemarx -
Centro de Estudos Marxistas, que foi criado em 1996 e envolve docentes e estudantes dos programas de pós-graduação e de graduação do IFCH. O Cemarx é sede da revista Crítica Marxista e publica a série intitulada Cadernos Cemarx.
A temporada de circulação do projeto
"Teatro e Memória" acontece entre
Junho e
Agosto, com apresentações confirmadas em
Santos, Pindamonhangaba, Guararema, Cajati, Presidente Prudente, São Paulo e
ABC Paulista. Os espetáculos apresentados serão
Guerras Desconhecidas e
A Farsa da Justiça.
Sobre o espetáculo Guerras Desconhecidas O espetáculo
Guerras Desconhecidas é apresentando em uma
"Barraca de Cena", um teatro mambembe realizado em uma estrutura de ferro e lona, com cerca de trinta e seis metros quadrados. Com essa barraca, o grupo já se apresentou em lugares emblemáticos para a criação do espetáculo. Em uma temporada especial pelo sertão, o grupo visitou feiras, praças e universidades das cidades de
Juazeiro, Canudos, Uauá e
Euclides da Cunha, na
Bahia e
Alagoa Grande, Itabaiana e
João Pessoa, na
Paraíba. Além de ter realizado vinte apresentações experimentais em dez feiras livres diferentes da cidade de
São Paulo.
As cenas realizadas remetem o público a três guerras brasileiras que não aparecem na história oficial do país: a
Guerra do Pau de Colher, a
Guerra de São Bonifácio e a
Guerra do Quintino Gatilheiro. A fonte de pesquisa dessas histórias foi o caderno
"Guerras desconhecidas do Brasil" escrito pelo jornalista
Leonencio Nossa e publicado pelo jornal
O Estado de S. Paulo em dezembro de 2010.
Guerras Desconhecidas faz alusão também a escritos dos palestinos
Edward Said e
Mahamud Darwich, do peruano
Aníbal Quijano e do poeta da
Martinica, Aimé Césaire. Composto por diferentes recursos, o espetáculo é referenciado em jogos, brincadeiras populares e pantomimas.
Criado em 2013,
Guerras Desconhecidas, é um espetáculo de variedades que estreou em
2014. Tem como tema central conflitos sociais da história do Brasil, essas demonstrações coletivas de luta por uma vida digna e por respeito à diversidade cultural brasileira. Com ele, o grupo recebeu o
Prêmio Cooperativa Paulista de Teatro na categoria de
"Grupo Revelação do Estado de São Paulo".
Sobre A Farsa da Justiça O fato que ficou mundialmente conhecido como
O Massacre de Eldorado dos Carajás, aconteceu no sul do estado do
Pará, quando um grupo de trabalhadores sem terra interditou a estrada
PA-150 em um ato pela reforma agrária, mas foi reprimido pela polícia militar que agiu com extrema violência, matando oficialmente 19 trabalhadores e deixando 71 feridos. Entre os feridos estava Inácio Pereira, que se fez de morto, foi jogado no caminhão dos corpos e se revelou vivo apenas quando chegou ao
Hospital de Eldorado dos Carajás. Posteriormente 02 feridos faleceram, totalizando 21 mortos.
Era o dia
17 de abril 1996 e desde então, este dia se tornou a data mundial de luta pela terra.
No ano de
2005, a peça
A farsa da Justiça Burguesa foi criada pela
Brigada Nacional de Teatro do MST (
Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) sob a coordenação de
Augusto Boal, para ser apresentada na
Marcha Nacional pela Reforma Agrária de 2005. Durante o evento, a apresentação do espetáculo aconteceu em meio a forte repressão policial. Por conta de sua estrutura, a peça não foi mais retomada pelo MST.
Em
2012, a
Companhia Estudo de Cena retomou e adaptou a peça rebatizando-a de
A farsa da justiça, com o objetivo de apresenta-la nas ruas e espaços de reflexão crítica. O grupo montou então o espetáculo de rua A farsa da justiça, uma adaptação do texto criado pela
Brigada Nacional de Teatro do MST – Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, com coordenação dramatúrgica de
Sérgio de Carvalho.
Com o projeto
Teatro e Memória, a
Estudo de Cena convida a população para participar de um momento de troca, valorização da memória e da cultura brasileira, através da apresentação de dois espetáculos diferentes da Companhia:
Guerras Desconhecidas e
A Farsa da Justiça. Além da apresentação na
II Mostra de Teatro de Rua de Parelheiros, o projeto contempla apresentações em
Santos, Pindamonhangaba, Guararema, Cajati, Presidente Prudente, São Paulo e
ABC Paulista.
Mais informações em:
www.facebook.com/Companhia-Estudo-de-Cena Espetáculo: A Farsa da Justiça Quando: dia 17 de julho de 2018 - Horário: 19h30
Nessa comédia trágica um tribunal é montado. Na seção um sobrevivente do Massacre de Eldorado dos Carajás,
Inácio Pereira, que se fingiu de morto para garantir a vida, é julgado e condenado por negar o justo heroísmo.
Onde: Arquivo Edgard Leuenroth – Rua Cláudio Abramo, 377
Duração: 45 minutos -
Indicação etária: 14 anos –
Grátis Espetáculo: Guerras Desconhecidas Quando: dia 19 de julho de 2018 - Horário: 19hs
O espetáculo apresenta ao público três guerras brasileiras que não aparecem na história oficial do país. O espetáculo é composto de um prólogo e três atos: Guerra do Pau-de-Colher, Guerra de São Bonifácio e Guerra do Quintino Gatilheiro. A narrativa é conduzida por Lampião, Zapata, Pantera Negra e Santa Dica, personagens do imaginário social do nosso continente. Para a criação a Estudo de Cena teve como base o caderno "Guerras Desconhecidas do Brasil" escrito pelo jornalista Leonencio Nossa e a construção de um teatro mambembe, a Barraca de Cena, montada em feiras, praças e ruas.
Onde: Praça do Teatro de Arena (em frente ao IEL) – Rua Sérgio Buarque de Holanda
Duração: 90 minutos -
Indicação etária: 14 anos -
Grátis