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03/06/2024 às 19h46min - Atualizada em 04/06/2024 às 07h10min

Inteligência Artificial consegue identificar precocemente risco de infecção em gado leiteiro

Equipamento portátil não invasivo detecta alterações térmica nos animais

JOSé LUCHETTI
Equipamento detecta alterações térmica nos animais
Divulgação Predikta

A identificação precoce das vacas com risco de contraírem mastite, - infecção que impede o aproveitamento do leite produzido de 7 a 15 dias e causa grandes prejuízos – passou a ser feita por meio não invasivo, rápido e de baixo custo com o emprego da Inteligência Artificial.
Um equipamento portátil de termografia desenvolvido por biólogos paulistas está em uso e evolução numa fazenda de pecuária leiteira, a Canto Porto, de Mogi Mirim/SP, para levantar automaticamente a assinatura térmica do úbere e perfil térmico corpóreo de cada animal. A comparação da imagem com um banco de dados na Nuvem indica, sem intervenção humana, quais os animais que, se não receberem tratamento preventivo, terão a infecção.
A mastite atinge até 20% do plantel de uma fazenda produtora de leite e no caso da Canto Porto, que faz três ordenhas diárias e produz até 12 milhões de litros anuais, a mastite poderia causar muito prejuízo.
O problema é que a mastite geralmente é identificada quando já se instalou, tanto pelo aspecto grumoso do leite como por alterações fisiológicas e comportamentais, confirmada, exige tratamento com antibiótico. O leite da vaca só voltará a ser aproveitado após exame comprovando que não está mais afetado.
Quando o dispositivo de termografia desenvolvido pela Predikta está instalado, as vacas passam sem parar pelo equipamento que identifica o animal e a temperatura do sistema circulatório do úbere. A IA usa um modelo matemático de predição, baseado no fato de que a mastite é precedida por inflamação (que altera o perfil térmico corpóreo , a temperatura), e é mais fácil de combater.
Com a informação baixada da Nuvem, ao invés do veterinário se preocupar com as 1.500 vacas do plantel, que mensalmente são objeto de teste químico, se concentra nas que a IA apontou como com risco efetivo de infecção e, feito o diagnóstico, inicia o tratamento com anti-inflamatório.
O programa capta sinais de inflamação que não seriam identificados a olho nu nem pela apalpação e, compara a informação captada com o banco de dados, indicando que vacas precisam de tratamento precoce, pois estão no estágio inicial de inflamação que, em dias, levará à mastite.
O biólogo Guilherme Gomes que, juntamente com o médico Alexandre Aldred e o também biólogo Guilherme Ambar desenvolveram o programa, conta que a Predikta começou a trabalhar com termografia durante a pandemia de COVID.
“No auge da pandemia as empresas precisavam identificar rapidamente os funcionários com os sintomas mínimos da COVID”, lembra Guilherme Ambar, e um totem de termografia aliado à IA abastecida com informações sobre os sinais vitais de milhares de pessoas sadias e também de pessoas contaminadas foi testado com sucesso na UTI do Incor e na favela de Paraisópolis, na capital paulista. “As pessoas passavam diante do totem de termografia em velocidade normal e o aparelho indicava os casos suspeitos que eram então examinados por um médico, para fechamento do diagnóstico.
O médico Alexandre Aldred acrescenta que desde a pandemia o programa foi aperfeiçoado e, no caso do gado leiteiro, ele alerta não apenas quando há risco de mastite, mas também de alterações na saúde do animal, e hoje está sendo criado um algoritmo devido a base de dados para anaplasma e babesia, doença que tem o carrapato como vetor. “Quanto mais base de dados de diferentes doenças associados com a imagem térmica formos obtendo, maior quantidade de avaliadores de risco por IA ofereceremos ao profissional do campo”, conclui o cientista Guilherme Gomes.

 

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JOSE ROBERTO LUCHETTI
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