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31/01/2023 às 17h08min - Atualizada em 31/01/2023 às 17h08min

Cometa C/2022 E3 fica perto da Terra nos próximos dias. Saiba como vê-lo!

Na quarta-feira (1º), o cometa C/2022 E3 (ZTF) estará em seu momento mais brilhante para observadores na Terra. Essa é a primeira vez que o objeto passa pelo Sistema Solar interno desde a época dos neandertais, há 50 mil anos.

Observatório Nacional
Durante o perigeu (sua aproximação máxima com a Terra), o cometa estará a uma distância de 42 milhões de quilômetros de nosso planeta. Isso equivale a mais ou menos ¼ de uma Unidade Astronômica (ou UA, equivalente à distância média entre a Terra e o Sol).

Como ver a aproximação do cometa C/2022 E3 (ZTF)

Infelizmente, o C/2022 (ZTF) não estará visível no Brasil durante o perigeu — ou seja, em sua noite mais brilhante. Mas podemos esperar mais alguns dias para observá-lo, talvez a olho nu, entre os dias 3 e 4 de fevereiro.

Na região Nordeste (mais especificamente Ceará e Rio Grande do Norte), o cometa aparecerá um pouco mais alto no céu. No dia 1° de fevereiro, o objeto já estará acima do horizonte nessas áreas, mas ainda muito baixo para observação. Mas, a partir do dia 4, os habitantes dessa região já poderão encontrar o cometa a uma altura boa o suficiente para observá-lo a olho nu.

O problema é que seu brilho terá diminuído, aproximando-se do limite para o olho humano, mas um par de binóculos ajudará a tornar a experiência mais interessante.

Localização do cometa C/2022 E3 (ZTE) no céu do Ceará, no dia 5 de fevereiro, às 21h (Imagem: Reprodução/stellarium.org)

Para habitantes das demais regiões do país, o mais indicado é esperar ainda mais alguns dias e ter em mãos um par de binóculos ou um telescópio pequeno. Segundo o Observatório Nacional, os observadores com algum desses equipamentos terão melhor oportunidade na noite de 10 de fevereiro, entre as 19h e 21h.

Nessa ocasião, o C/2022 E3 (ZTE) estará mais alto no céu e muito próximo do planeta Marte — ou seja, será mais fácil encontrá-lo. Por outro lado, seu brilho estará um pouco acima do limite da visão humana, daí a necessidade de binóculos ou telescópio.

Outra dica é tentar fotografar o cometa “apontando sua câmera para sua localização aproximada no céu e tirando fotos de longa exposição de 20 a 30 segundos”, conforme sugere o astrônomo Dr. Filipe Monteiro, do Observatório Nacional. “Ao visualizar as imagens, possivelmente você irá notar um objeto difuso e com cauda. Usando essa técnica, muitos estão conseguindo fotografar o cometa mesmo que não o veja no céu”, conclui.

Lembre-se que o brilho da Lua atrapalhará a visibilidade do cometa e que você deve procurar algum local longe da poluição luminosa da cidade se quiser vê-lo no céu noturno.

Descoberto em março de 2022, o o C/2022 E3 (ZTF) tinha magnitude aparente de 17,3 (muito mais fraco que o atual brilho de magnitude 6) e estava a cerca de 4,3 UA (640 milhões de km) do Sol. Inicialmente, os astrônomos achavam se tratar de um asteroide, mas logo observaram a formação da nuvem de poeira e gás típicos de um cometa, à medida que se aproximava do Sol.

Os incríveis 50 mil anos de demora para retornar ao Sistema Solar interno se deve à sua órbita altamente elíptica. Além disso, o cometa vem da Nuvem de Oort, região muito afastada de nós, na fronteira do Sistema Solar. 

Devido à sua órbita extremamente alongada, o cometa retornará à Nuvem de Oort para nunca mais voltar, provavelmente deixando a órbita do Sol para sempre. Por isso, sua passagem será valiosa para os astrônomos — afinal, não é todo dia que somos visitados por um objeto da Nuvem de Oort, praticamente intocado pelo Sol.

No dia 11 de fevereiro, a partir das 19h, o Observatório Nacional fará a transmissão ao vivo da passagem do cometa em um evento virtual de observação, com participação de astrônomos amadores e profissionais parceiros do projeto. Você também pode conferir a passagem dele pelos arredores da Terra no dia 2 de fevereiro pela transmissão ao vivo do The Virtual Telescope.
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