AtaNews Publicidade 728x90
29/05/2018 às 14h55min - Atualizada em 29/05/2018 às 14h55min

Entenda o tratamento da endometriose evidencia a complexidade da doença

Assessoria de Imprensa

De acordo com a OMS, no Brasil, 15% das mulheres sofrem com a endometriose

Atualmente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que no Brasil, 15% das mulheres ou sete milhões, sofrem com a endometriose.  A doença – que atinge uma a cada dez em idade reprodutiva, com idades entre 15 e 45 anos – afeta 176 milhões de mulheres no mundo, sendo responsável pela metade dos casos de pacientes que não conseguem engravidar.

Com o intuito de discutir as inovações no tratamento, diagnóstico e abordagem da endometriose, o Hospital Felício Rocho realiza no dia 4 de agosto o “I Simpósio do Núcleo Integrado de Pesquisa e Tratamento da Endometriose”, no Núcleo de Ciências da Saúde do hospital. Direcionado aos médicos, o evento tem inscrições gratuitas até o dia 4 de julho e discutirá temas como a relação entre os exames de imagem e a endometriose; a reprodução assistida e a endometriose; o tratamento clínico; e a presença da doença nos ovários, sistema urinário e intestino.

No sábado do dia 28 de julho, o Hospital promoverá em seu ambulatório, uma ação de atendimento presencial e gratuito à pacientes que queiram entender e saber mais sobre sintomas e tratamento da endometriose. Ainda na semana do evento, será disponibilizado um número de telefone para que a população entre em contato com representantes do Núcleo e esclareça dúvidas sobre a doença.

 A doença – De caráter crônico e ainda sem causas definidas, a endometriose vem crescendo em números de casos na população feminina, sendo classificada como a doença da mulher moderna.
Segundo o ginecologista e coordenador do Núcleo Integrado de Pesquisa e Tratamento da Endometriose do Hospital Felício Rocho, João Oscar de Almeida Falcão Junior, o endométrio é a parte interna do útero que cresce todo o mês, esperando uma gravidez e quando isso não acontece, esse local descama e a mulher menstrua. “Se o endométrio está dentro da cavidade, podemos identificar uma situação normal, mas se ele sai da cavidade uterina e infiltra em outros locais do corpo feminino, como as trompas, ovário, intestino e bexiga, isso pode ser nominado como endometriose”, esclarece.

Dentre seus principais sintomas estão as cólicas menstruais intensas; fluxo menstrual exacerbado ou irregular; dor crônica na região pélvica; fadiga e exaustão; dor no fundo da vagina, na bexiga ao urinar, e durante os movimentos intestinais; desconforto durante a relação sexual; inchaço; náuseas; vômito; constipação; diarreia; e dificuldade para engravidar ou a infertilidade.



João Oscar, que trabalha desde outubro de 2017 na coordenação do Núcleo Integrado de Pesquisa e Tratamento da Endometriose no Hospital Felício Rocho, explica que ao serem diagnosticadas com a doença, muitas mulheres ficam perdidas na procura por tratamento, pois a doença atinge várias partes da região pélvica e se comporta de maneira diferente em cada paciente, assim se torna necessário um atendimento multidisciplinar e especializado. “Por mais que o ginecologista seja a referência da mulher para as questões de saúde, em especial para a endometriose, é necessário muitas vezes uma abordagem que vai exigir a atuação de um proctologista, urologista ou de outros profissionais. Então, o objetivo do núcleo é oferecer um espaço em que as pacientes tenham fácil acesso a estes especialistas, sendo atendida em todas as suas necessidades para o tratamento da doença”, aponta.

De acordo com o ginecologista, os sintomas da dor nas mulheres com endometriose podem se manifestar de variadas maneiras e intensidades. Assim, mesmo que as lesões dentre as pacientes sejam parecidas, os sintomas costumam se apresentar de formas diferentes, e isso, dificulta muito o diagnóstico da doença. “Eu costumo falar, que existem pacientes que tem a endometriose mínima e super sintomática, apresentando desconforto nas relações sexuais e dificuldade para engravidar, mas ao mesmo tempo, também existem pacientes que possuem várias lesões da endometriose e não sentem nada, conseguem engravidar e ter uma vida completamente normal”, comenta.

O médico afirma que o diagnóstico de suspeita da endometriose é feito por meio de exame físico, ultrassom (ultrassonografia) endovaginal especializado, ressonância magnética, dosagem de marcadores, entre outros. “Tudo isso, porque é uma doença que demanda um atendimento muito particular, assim uma ressonância nuclear magnética de pelve é uma coisa, já uma ressonância nuclear magnética para as pessoas que tenham a experiência de tratamento da endometriose é outra. Quando falo em ultrassom, a particularidade quanto aos exames relacionados a doença, fica ainda mais evidente”, pontua.

Conforme João Oscar, a endometriose, ainda que apresente o comportamento infiltrativo, a doença é benigna e não tem possibilidade de se desenvolver como um tumor maligno. “Assim como o câncer, a endometriose pode começar de um determinado ponto e invadir outras áreas do corpo, mas diferente do câncer, a endometriose não é maligna. O diagnóstico precoce da doença aumenta as chances de se evitar as complicações do desenvolvimento dessa infiltração”, ressalta.

O tratamento da doença pode ser medicamentoso – por meio do uso de analgésicos, anti-inflamatórios, progestágenos, pílulas de baixa dose, análogos de GNRH ou DIU Mirena – ou cirúrgico de forma aberta, videolaparoscópica ou robótica. Conforme o ginecologista, a cirurgia consiste basicamente na retirada das lesões de endometriose, e isso pode implicar na retirada parcial ou integral de um órgão. “O tratamento da endometriose depende extremamente dos anseios das pacientes e de seus sintomas. “Existem muitas mulheres que querem muito engravidar, mas como não aguentam as dores, optam pela cirurgia. No entanto, dependendo da área afetada, a cirurgia pode danificar ou retirar órgãos essenciais para uma possível gravidez”, afirma.

Por fim, João Oscar assegura que a endometriose pode interferir no processo de engravidar, mas quando a gravidez acontece, a gestação tende a evoluir de forma positiva. Quanto ao avanço da doença neste período, o ginecologista explica que podem existir exceções, mas não é muito comum, pois a mulher grávida produz muita progesterona, uma substância que naturalmente bloqueia o endométrio.

Link
Tags »
Notícias Relacionadas »
Comentários »