As 350 famílias do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) que ocuparam a Fazenda Santa Cecília, do empresário Oscar Maroni, em Araçatuba, no último dia 17, deverão deixar o local nesta terça-feira (24), com um ato político em frente à Justiça Federal.
Na sexta-feira (20), a Justiça de Araçatuba determinou, em liminar concedida ao dono da propriedade, que os integrantes do movimento deixassem a área em 48 horas e se mantivessem a 30 quilômetros de distância da fazenda.
Nesta terça-feira, os integrantes do MST vão se concentrar no quilômetro 531 da Rodovia Marechal Rondon, de onde seguirão até a sede da Justiça Federal, localizada na Pompeu de Toledo, pela Avenida da Saudade.
O ato, marcado para as 12h, é em defesa da Reforma Agrária e por Lula Livre, segundo a assessoria do MST. A manifestação está sendo organizada pela Apeoesp, PT, CTB, e PCdoB, além do MST. O ex-ministro da Previdência Social, Carlos Gabas, e os deputados estaduais Jilmar Tatto e Carlos Neder, todos do PT, já confirmaram presença na atividade e trarão seu apoio à luta das famílias sem terra.
O ato também será em repúdio a Oscar Maroni, reivindicando que a fazenda Santa Cecília seja transformada em assentamento. “Esta área foi adquirida com dinheiro de prostituição e já esteve envolvida em processos trabalhistas”, diz a nota do MST.
Maroni considerou a ocupação de sua fazenda uma retaliação por ter distribuído cerveja quando foi expedido o mandado de prisão de Lula, no início deste mês. Ele ofereceu nove mil cervejas a populares que foram para a frente de sua boate, a Bahamas Club, em São Paulo, no dia seis de abril.
Polêmico, Maroni já foi acusado pelo Ministério Público de “manter casa de prostituição” e de “facilitar ou induzir a prostituição alheia”. Ele foi condenado em primeira instância, mas absolvido pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça), em outubro do ano passado.