08/01/2021 às 10h43min - Atualizada em 08/01/2021 às 10h43min
Anvisa recebe pedido do Butantan para uso emergencial da CoronaVac
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Foto: Divulgação A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) recebeu, na manhã desta sexta-feira (8), o pedido para uso emergencial da CoronaVac, vacina contra a Covid-19 desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac Biotech.
Esta foi a primeira vacina contra Covid-19 a ter solicitado qualquer registro — seja emergencial ou definitivo — junto à Anvisa.
Na quinta-feira (7), o governo de São Paulo declarou que a eficácia da CoronaVac contra o novo coronavírus é de 78% nos testes conduzidos no Brasil. Após o anúncio, o Butantan declarou que iria oficializar o pedido para registro emergencial do imunizante.
A taxa mínima de eficácia recomendada pela Anvisa é de 50%.
O pedido foi feito durante uma reunião virtual por causa da pandemia. Agora, a agência terá um prazo de até 10 dias para analisar todos os documentos enviados pelo Butantan dos estudos da fase 3 dos testes da vacina no país.
“As primeiras 24h serão utilizadas para fazer uma triagem do processo e checar se todos os documentos necessários estão disponíveis. Se houver informação importante faltando, a Anvisa pode pausar o prazo e solicitar as informações adicionais ao laboratório”, afirmou a Anvisa, em nota.
CORONAVAC NO PLANO NACIONAL DE IMUNIZAÇÃO No fim da tarde de quinta, o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, anunciou em coletiva de imprensa que todas as doses disponíveis da CoronaVac produzidas pelo Butantan serão incorporadas ao PNI (Plano Nacional de Imunização).
O governo, no entanto, ainda não fixou uma data para início da vacinação no Brasil. Segundo o ministro, a o Ministério da Saúde trabalha com três datas diferentes. Os períodos variam entre 20 de janeiro ou até mesmo no início de março.
Pazuello também afirmou que o Brasil assinou a compra de 100 milhões de doses da CoronaVac — 46 milhões até abril e outras 54 milhões de doses até o fim do ano. De acordo com Pazuello, o valor da dose é de pouco mais de US$ 10.
A inclusão da vacina desenvolvida pelo governo paulista dentro das vacinas previstas no PNI já havia sido adiantada na quarta, quando Pazuello afirmou que o Brasil está preparado e tem seringas suficientes para iniciar a vacinação contra a Covid-19 ainda em janeiro.
A CoronaVac é a aposta do governador João Doria (PSDB) no combate à Covid-19 e trunfo político contra seu possível rival, o presidente Jair Bolsonaro. A vacina do Instituto Butantan ganhou projeção ao entrar no centro de uma guerra política entre o presidente e o governador, prováveis adversários nas eleições presidenciais de 2022.
No fim de 2020, Bolsonaro esvaziou o plano de aquisição futura da Coronavac feito em outubro por Pazuello, criticou o governador João Doria e disse que a vacina não era confiável por causa de sua origem.