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22/10/2020 às 09h54min - Atualizada em 22/10/2020 às 09h54min

Voluntário morto após tomar vacina de Oxford não recebeu imunizante

Uma fonte ligada ao consórcio que realiza os testes afirmou que o homem pertencia ao grupo que recebeu placebo

Olhar Digital
O voluntário brasileiro que morreu durante a fase de testes da vacina de Oxford contra a Covid-19, desenvolvida pela AstraZeneca em parceria com a Fiocruz, não havia recebido a dose do medicamento. A informação foi dada à Bloomberg por uma pessoa a par do assunto, mas que preferiu não se identificar porque as informações são sigilosas.

O médico carioca de 28 anos morreu em decorrência dos sintomas causados pelo novo coronavírus, na quinta-feira passada (15). Entretanto, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) só foi notificada nesta segunda-feira (19).

Os placebos usados pela Universidade de Oxford não são apenas uma seringa com água, e sim a vacina meningocócica ACWY. Técnicos do Ministério da Saúde e da Anvisa entraram em contato com pesquisadores da AstraZeneca para tentar entender o que aconteceu com o voluntário.

A vacina será testada em dez mil voluntários no Brasil, todos com idade superior a 18 anos. Até agora, mais de oito mil pessoas já receberam as doses do estudo (tanto o imunizante quanto o placebo). Essa vacina é a principal aposta do Governo Federal para imunizar a população brasileira, apesar do recente anúncio e cancelamento da aquisição de 46 milhões de doses da CoronaVac.

Voluntário brasileiro que morreu durante estudo tomou placebo, não vacina. Imagem: Sean Elias/Reuters

Voluntário brasileiro que morreu durante estudo tomou placebo, não vacina. Imagem: Sean Elias/Reuters



Nos Estados Unidos, os ensaios clínicos estão suspensos há mais de um mês. Os estudos foram interrompidos em todo o mundo em setembro, quando um voluntário no Reino Unido apresentou efeitos colaterais, mas nas últimas semanas foram retomados em países como Brasil, Índia, África do Sul e no próprio Reino Unido.

Em nota, a AstraZeneca afirmou não poder comentar casos específicos por conta da confidencialidade e das regras do ensaio clínico. Confira na íntegra:

"Não podemos comentar sobre casos individuais do estudo clínico em andamento da vacina de Oxford, pois obedecemos estritamente à confidencialidade médica e às regulamentações relativas a estudos clínicos e, em linha com esses princípios, podemos confirmar que todos os processos de revisão exigidos foram seguidos. Todos os eventos médicos significativos são avaliados cuidadosamente pelos investigadores do estudo, um comitê independente de monitoramento de segurança e autoridades regulatórias. Essas avaliações não levaram a quaisquer preocupações sobre a continuidade do estudo em andamento."
 

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