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21/01/2020 às 14h31min - Atualizada em 21/01/2020 às 14h31min

Fontes de energia renováveis representam 83% da matriz elétrica brasileira

No Brasil, as mais usadas são hidrelétricas, eólicas, biomassa, solar e biogás

Governo do Brasil
Primeiros painéis solares fotovoltaicos instalados no prédio do Ministério da Defesa, em Brasília Foto: Ministério da Defesa
Em 2019, o Brasil ultrapassou a meta de capacidade instalada, com aumento de mais de 7 mil megawatts (MW). Capacidade instalada é o total de energia que pode ser produzido, definido a partir da fiscalização da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). No total, o País conta com mais de 170 mil MW de potência fiscalizada.

A meta, que foi de 5,7 mil MW para o ano passado, é estipulada pela Aneel anualmente de acordo com a análise dos empreendimentos previstos para entrar em operação no ano. Ao final desse período, a fiscalização verifica se a meta estipulada foi ou não ultrapassada. Para 2020, o valor ainda não foi definido.

O diretor-geral da Aneel, André Pepitone, destacou, em entrevista ao Planalto, que o resultado alcançado no ano passado garante a segurança de suprimento de energia no País e explicou a importância do crescimento da participação da energia renovável no Brasil. “Essa energia é limpa, quase sem emissão de carbono e alinhada aos compromissos que o Brasil firmou na COP 21, de Paris.”

Pepitone ressaltou a participação da energia solar, que está crescendo bastante e já aparece nos indicadores de geração do País, e da eólica. “O maior potencial de crescimento é eólico, sobretudo na região nordeste, e a solar, contribuindo com a geração de energia. Na energia térmica, um terço vem do bagaço da cana de açúcar”, explicou.

A ampliação da geração eólica se destacou, com incremento de 971 MW, superior aos 776 MW acrescidos em usinas termelétricas. As usinas solares fotovoltaicas de grande porte agregaram 551 MW à matriz brasileira no ano.

Considerando o avanço verificado no ano, os 3.870 empreendimentos de energia solar em operação já são responsáveis por 1,46% da potência fiscalizada no País.

Apesar de não ser considerada fonte renovável, mas de transição, o gás natural é outra fonte que terá destaque nos próximos anos. “Com o pré-sal, o gás natural vai crescer bastante. Vai chegar a um valor baixo, reduzir custo de geração no País”, destacou o diretor-geral.

Perspectivas

De acordo com Barros, o Governo, por meio do Ministério de Minas e Energia, tem estimulado a participação de todas as fontes de energia na Matriz Elétrica Brasileira. “Considerando os principais atributos de cada uma, principalmente as questões relativas ao desenvolvimento tecnológico, segurança energética e geração de emprego e renda”, destacou.

Exemplo no setor público

Pioneiro na Administração Pública Federal, o Ministério da Defesa desenvolveu, em 2019, um projeto-piloto para utilizar a energia solar em seu prédio principal. A iniciativa, idealizada como parte do programa de eficiência de gastos na pasta, previu a instalação de painéis solares e deve suprir 40% do consumo de energia elétrica do edifício.

A instalação dos primeiros painéis fotovoltaicos começou em dezembro do ano passado. Serão colocadas 1,6 mil placas que devem gerar, em média, 72.000 KWh/mês. A previsão é que o sistema gere uma economia de R$ 500 mil por ano com energia elétrica.

O diretor do Departamento de Engenharia e Serviços Gerais (Deseg) do Ministério da Defesa, José Rosalvo Leitão de Almeida, destacou que “o tempo de retorno/pagamento do investimento está estimado em quatro anos e 10 meses, e a vida útil dos painéis é de 25 anos”.

O término da operação está previsto para ocorrer em maio do ano de 2020.

Sustentabilidade na Antártica

O novo espaço da estação de pesquisa brasileira Comandante Ferraz, inaugurado no último dia 15 no continente Antártico, utiliza as fontes renováveis eólica e solar fotovoltaica, além de um sistema de acumulação de energia, com bancos de baterias de íon-lítio.

A iluminação natural é complementada por um sistema artificial com tecnologia LED de baixo consumo de energia e cogeração de energia a partir da recuperação do calor dissipado pelos motores, para aquecimento da própria estação e da água de consumo.

Conheça os tipos de energia

A energia hidráulica é gerada pelo aproveitamento das águas de rios, por meio de usinas hidrelétricas. Essa fonte de energia é dependente da quantidade de chuva, mas, em geral, há reservatórios que guardam a água no período chuvoso para a época de escassez.

Já na energia solar, a eletricidade é gerada por meio da radiação solar captada pelos painéis fotovoltaicos. Esse painéis podem ser instalados nos telhados das construções ou em áreas sem cobertura vegetal.

A eólica é obtida a partir do vento por meio de aerogeradores instalados em torres, só pode ser gerada quando há vento suficiente. No sul e no nordeste os ventos são abundantes e podem-se instalar parques eólicos (conjunto de geradores).

A biomassa mais utilizada para geração de eletricidade atualmente é oriunda da cana-de-açúcar, plantada e processada principalmente nas regiões Sudeste e Centro-oeste. 

No biogás, o principal método de produção é a quebra biológica de material orgânico na ausência de oxigênio, conhecida como digestão anaeróbica. Em plantas industriais, os microrganismos digerem a matéria-prima em um reator controlado, produzindo biogás com 50% a 70% de metano. 
 
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