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23/12/2019 às 15h18min - Atualizada em 23/12/2019 às 15h18min

Universo feminino

Assessoria de Imprensa, Naves Coelho
Foto: Roberto Rocha
Comprometimento do bem-estar, humor disfórico, fadiga sem causa aparente e alteração do peso são alguns dos sintomas da Síndrome da Insuficiência Androgênica (SIA), na mulher. Caracterizada pela diminuição da produção de hormônios como a testosterona, a discussão sobre o tema foi negligenciada durante muito tempo, porém, com a quebra de muitos tabus, hoje o debate sobre a síndrome passou a ser natural e extremamente importante.

Apesar de ser mais comum em mulheres que já chegaram na menopausa, as jovens também podem ser acometidas pela SIA, principalmente por conta do uso de medicamentos como os anticoncepcionais - considerados os vilões. Algumas composições químicas estão relacionadas à diminuição da produção dos esteroides adrenais, que são hormônios da glândula adrenal. No entanto existem outras causas, como a retirada de ovários (oforectomia), anorexia nervosa, artrite reumatoide, lúpus eritematosos sistêmicos e síndrome de imunodeficiência adquirida.

Os principais andrógenos produzidos pela mulher são a testosterona, androstenediona, sulfato de desidroepiandrosterona e di-hidrotestosterona. A queda da produção desses hormônios acarreta a insuficiência androgênica, reduzindo assim o desejo sexual, elemento essencial para a saúde reprodutiva. Dessa forma, diferentes alterações surgem no corpo da mulher, como os sintomas já citados e outros, tais como a perda da massa magra e óssea, alteração na memória e cognição, persistência dos sintomas vasomotores e da lubrificação vaginal.

Além dos elementos externos, fatores naturais do próprio corpo também podem causar insuficiência androgênica. É o caso da menopausa. Diversos estudos concluem que ocorre queda significativa das dosagens de testosterona em função da idade. A partir dos 40 anos, o organismo feminino passa a produzir metade da quantidade de testosterona que produzia aos 20.

Assim, o diagnóstico de SIA é basicamente clínico, porém pode-se realizar dosagens hormonais para verificar se existem outras doenças e para o acompanhamento do tratamento clínico, que será realizado com a reposição de hormônios em forma de gel, comprimidos, injeções ou implantes - método mais recomendável.

Hoje temos no mercado, os Implantes Isomoleculares que são compostos de origem vegetal formulados para ter uma estrutura idêntica aos hormônios humanos. Nas doses atualmente preconizadas, os benefícios sobre massa óssea, sexualidade e qualidade de vida são alcançados sem importantes efeitos colaterais.

As contraindicações da reposição androgênica na mulher podem ser divididas em absolutas (nos casos de gravidez, lactação, policitemia, acne grave, hiperplasia ou câncer endometrial, câncer de mama, cardiopatias, insuficiência renal e hepatopatias) e relativas (quando há hirsutismo e acne moderada, alopecia androgênica, hiperlipidemia e síndrome metabólica).

Com o avanço do tempo e da medicina, finalmente, muitos paradigmas do universo feminino estão sendo quebrados e temas essenciais para a saúde da mulher já podem ser debatidos. Assuntos que há algum tempo causavam certos constrangimentos, agora podem ser tratados abertamente, sem que haja nenhum tipo de falso moralismo disfarçado de pudor.
 
Dra. Raquel Martins Soares, médica ginecologista na Clínica Femminile

 
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