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22/08/2019 às 09h45min - Atualizada em 22/08/2019 às 09h45min

Ícone do judô, Antônio Tenório enfrenta primeiro desafio no Parapan

Ele tem pouco tempo para “se encaixar” na categoria meio-pesado

CBJ
Foto: Reuters/Carlos Garcia/Direitos Reservados
Às vésperas de completar 49 anos, o judoca Antônio Tenório chegou a Lima na última segunda-feira (18) com pelo menos duas certezas: dono de seis medalhas paralímpicas, sendo quatro de ouro, ele quer o bi em Jogos Parapan-Americanos. Outra certeza era de que as disputas seriam unificadas entre as categorias meio-pesado (até 100 kg, a categoria habitual do lutador) e pesado (acima de 100 kg).

Para surpresa de Tenório, no entanto, na terça-feira (20) tudo mudou. O Comitê Paralímpico das Américas anunciou que cada uma das categorias será disputada separadamente.

"Só que eu já tinha feito toda a preparação para lutar aqui contra adversários desses dois pesos. Não estava preocupado com a balança. Cheguei a pesar 104, 105 kg na Vila Parapan-Americana. Agora, é perder esses 4kg, 5 kg em dois dias, entendeu? Há o desgaste", lamentou o campeão parapan-americano no Rio de Janeiro em 2007.

As disputas do judô serão no próximo fim de semana, entre os dias 24 e 25 de agosto. Nesse curto período de tempo, ele não tem escolha. "Vou retirar praticamente todo o carboidrato da minha dieta e aumentar os treinos aeróbicos. Preciso bater a marca de 99,99 kg até esta sexta-feira".

Segundo o chefe da missão do Brasil em Lima, Alberto Martins, não são esses problemas que irão afetar o desempenho do brasileiro. "Ele se cuida muito, treina muito e pode superar qualquer coisa em qualquer peso".

Apesar da confiança no desempenho de Tenório, Martins lamenta esse tipo de alteração. "Isso é decorrente do número de atletas que vêm para uma competição. Com certeza, nós como país somos afetados. A gente traz uma delegação para competir como um todo, fazendo uma projeção de medalhas. Esse número, muitas vezes, fica prejudicado, Isso aconteceu também na natação, por exemplo. Não foram só provas 'juntadas', teremos outras que não vão valer medalhas, são várias situações que prejudicam".

Aos 13 anos, Antônio Tenório brincava com amigos quando o seu olho esquerdo foi atingido por uma semente de mamona, o que causou deslocamento de retina e o deixou cego desse olho. Seis anos depois, uma infecção acabou deixando o olho direito do judoca totalmente sem visão.

O lutador praticava judô convencional desde os 8 anos. Então precisou mudar para o esporte adaptado. Além de Antônio Tenório, mais 12 judocas brasileiros entram nos tatames de Lima neste fim de semana, em busca de medalhas.
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