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24/06/2019 às 08h52min - Atualizada em 24/06/2019 às 08h52min

Em jogo tenso com prorrogação, França elimina Brasil da Copa feminina

Com Marta, Cristiane e Formiga em campo, Brasil jogou com raça, mostrou seleção aguerrida e que deu trabalho para as anfitriãs.

Huff Post
Foto: Divulgação
O Brasil enfrentou neste domingo (23) a seleção da França nas oitavas de final da Copa do Mundo Feminina. O jogo, que eliminou a seleção brasileira do campeonato, terminou em 2 a 1 e garantiu a vitória do time anfitrião.

A partida valia uma vaga nas quartas de finais do Mundial e foi disputada em Le Havre. Com o placar final, a seleção brasileira está fora do mundial e a França segue para as próximas partidas da Copa como favorita ao título.

Os primeiros minutos do jogo foram dominados pela tensão. Com marcação forte e sem muito espaço para as brasileiras, a seleção francesa fez pressão. Mas ainda assim, o Brasil teve mais posse de bola que a França.

Em um dos pontos altos, a goleira Bárbara e a atacante Gauvin protagonizaram um lance polêmico que, inicialmente, contabilizou um gol para a França. Após análise do VAR (Sistema de vídeo-arbitragem), o gol do time anfitrião foi anulado pela árbitra Marie-Soleil Beaudoin e entendido como falta.

Em um segundo lance, a atacante Debinha foi atingida por Wendie Renard, que atua na defesa francesa e levou o primeiro cartão amarelo da partida. Marta e Cristiane fizeram lances significativos, que quase chegaram ao gol.

O primeiro tempo acabou sem gols para os dois times.

O segundo tempo começou ainda com Marta em campo. Não havia garantia de que a camisa 10 da seleção jogasse também no segundo tempo. Nos 6 primeiros minutos do segundo tempo, a atacante Gauvin marcou um gol para a França ― deixando a seleção dependente da agressividade de Marta.

Em um lance perigoso para a França, Marta bateu um escanteio, mas a goleira Sarah Bouhaddi fez uma defesa impressionante. Com o gol das francesas, a temperatura e pressão sobre o time brasileiro ficou ainda mais forte.

Nos 18 minutos do segundo tempo, veio o gol para o Brasil, empatando a partida. No lance, Debinha fez um passe e liberou para Thaísa chutar e a bola foi direto para a rede. O VAR analisou e validou o gol do Brasil. 

Em seguida, o técnico Vadão substituiu Ludmilla por Bia Zaneratto. Durante o segundo tempo, a goleira Bárbara foi vaiada pela torcida francesa ― como crítica ao lance em que o gol da seleção europeia foi anulado durante o jogo.

Em uma outra escolha do técnico, Formiga foi substituída por Andressinha. Outra substituição feita foi a lateral Letícia Santos pela também lateral Poliana.

Aos 41 minutos de jogo, Cristiane acha Tamires livre na área. A lateral invade e toca na saída da goleira Bouhaddi e marca o gol, mas a bandeirinha assinala impedimento e anula a pontuação do time brasileiro. 

Com placar 1 a 1, o jogo seguiu para a prorrogação. 

Durante a prorrogação, a tensão e responsabilidade aumentou sobre a seleção brasileira, que deu trabalho para o time anfitrião.

Mas logo nos primeiros minutos da prorrogação, Cristiane lesionou a coxa esquerda e, em lágrimas, foi retirada do jogo e substituída pela Geyse.

Já no segundo tempo da prorrogação, a seleção estava ainda mais aguerrida e determinada. Mas a lateral Amel Majri bateu uma falta da direita, e a capitã Amandine Henry marcou o segundo gol da França na partida, abalando o desempenho do Brasil, que precisou buscar com pressa pelo empate.

Mas ele não chegou. O jogo chegou ao fim com o placar de 2 a 1, eliminando a seleção brasileira do campeonato mundial. Hoje (24), Estados Unidos enfrenta a Espanha nas oitavas de final. A seleção vencedora pega a França nas quartas de final.

A melhor do mundo e um protesto por igualdade

Na partida de hoje, Marta escolheu novamente fazer um protesto silencioso. A atacante entrou em campo usando um batom vermelho. Na partida contra a Itália, nesta terça (18), a camisa 10 usou um batom roxo. Atualmente, a jogadora é garota-propaganda da Avon, marca de produtos de beleza.

Contra a Itália, Marta também alcançou o recorde de do alemão Miroslav Klose e se tornou a maior artilheira de todas as Copas, usando novamente sua chuteira simbólica da campanha “Go Equal”, exibindo símbolo a favor da igualdade de gênero no esporte e sem nenhum patrocínio.

Apesar de ter sido eleita melhor do mundo pela sexta vez em 2018, Marta não acertou contrato de patrocínio com fornecedoras de materiais esportivos por considerar que os valores oferecidos eram desproporcionais ao seu título ― levando em conta o que é pago a atletas do sexo masculino na modalidade. 

Quando bateu o recorde, em entrevista a jornalistas em coletiva pós-jogo, a craque brasileira dedicou a nova marca a todas as mulheres. “Quebrar recordes é algo que acontece naturalmente quando se dedica, faz trabalho com amor”, disse, ao pontuar que estava esperando por esse momento.

“Digo que a gente está quebrando muitas barreiras, e esse recorde representa bastante, porque não é só a jogadora Marta, mas as mulheres, num esporte que ainda é masculino pra muitos, temos uma mulher como a maior artilheira das Copas”, pontuou. ”É para todas elas”, disse a camisa 10.
 
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