Dirceu Solé, diretor da ASBAI (Associação Brasileira de Alergia e Imunologia), explica que a rinite é uma doença alérgica e inflamatória que acomete a mucosa de revestimento da cavidade nasal e dos seios paranasais.
Adriane Medeiros Casado, médica otorrinolaringologista da clínica Ceol Otorrino e do Hospital Santa Lúcia (Brasília), ressalta que a rinite alérgica é uma inflamação de toda mucosa nasal ocasionada por agente externo irritativo da mucosa, como, por exemplo, poeira, pólen, ácaros, entre outros.
Ainda de acordo com Adriane, este é um problema que pode acometer pessoas de qualquer idade. “Mas, geralmente (o mais comum) é a doença vir de uma história familiar, de uma carga genética… O que não impede, porém, de a pessoa adquiri-la ao longo da vida”, diz.
Em geral, destaca Solé, os sintomas se iniciam na infância, mas podem acontecer em qualquer época da vida. “Nos primeiros dois anos de vida, o diagnóstico é difícil pela confusão com outras causas que fazem com que a criança tenha sempre sintomas nasais”, comenta.
Principais causas da rinite alérgica
Em relação a grupos de riscos para a doença, Solé comenta que filhos de pais com rinite alérgica são os que carregam a maior chance de desenvolvê-la. “Entretanto, é importante lembrar que, como em toda doença alérgica, é necessário a interação ambiente e genética”, explica.
Neste contexto, confira abaixo as principais causas da doença:
“Vale destacar que as infecções virais também podem desencadear ou agravar um episódio de rinite”, acrescenta Solé.
É bom saber que os sintomas variam de acordo com a intensidade da doença, conforme destaca Solé. Mas, abaixo você confere os sinais mais característicos:
Espirros em salva (repetidos)
Além desses, alguns pacientes podem ter sintomas oculares associados, conforme destaca Solé: vermelhidão ocular, lacrimejamento, sensação de areia nos olhos e, nos casos mais intensos, fotofobia (sensação de sensibilidade ou aversão a qualquer tipo de luz). “Em alguns pacientes com formas graves e não adequadamente tratadas, pode haver perda do olfato e do paladar. Problemas auditivos também podem ser relatados”, acrescenta.
Tratamentos possíveis
Adriane destaca que as principais medidas para tratamento do problema são: afastamento do princípio causador, controle do ambiente, limpeza e arejamento da casa (inclusive do quarto), retirada dos animais de dentro de casa, bem como o uso de medicamentos (como os antialérgicos orais e/ou tópicos).
Solé explica que os seguintes medicamentos podem ser administrados e combinados de acordo com a intensidade da doença: anti-histamínicos (antialérgicos) de segunda geração; corticosteroide tópico nasal, cromoglicato dissódico tópico nasal, associação corticosteroide e anti-histamínico para uso tópico nasal; antagonistas de receptores de leucotrienos e imunoterapia. “A resposta a cada um deles pode ser variável, por isso o tratamento deve ser individualizado”, ressalta.
Adriane destaca que as medidas mais recomendadas neste sentido são: controle do ambiente e limpeza nasal com soro fisiológico.
Dirceu Solé reforça que a higiene da cavidade nasal é muito importante na manutenção da integridade da via aérea. “Assim, a sua higienização pode ser feita com solução fisiológica”, diz.
Além disso, acrescenta o diretor da ASBAI, para alguns pacientes, a inalação de vapor durante o banho pode ajudar na obstrução das fossas nasais.
Uma dúvida bastante comum é: quais são as diferenças entre rinite e sinusite?
Solé responde que a sinusite indica comprometimento dos seios paranasais. “Em geral, o leigo usa essa denominação para apontar processo infeccioso nos seios da face caracterizado por febre, congestão nasal, dor na região correspondente aos seios maxilares (mais comum) e dor de cabeça”, diz.
A médica otorrinolaringologista Adriane acrescenta que, tanto os sintomas, como os tratamentos são diferentes no caso dessas duas doenças. “Mas a sinusopatia (sinusite) pode ser uma evolução da rinite não tratada e até de uma gripe”, comenta.
“A manutenção do tratamento prescrito pelo médico é a principal medida a ser atendida, sobretudo nas formas mais intensas da doença. A sensação de melhora faz com que a maioria dos pacientes interrompa o tratamento, deixando-o mais vulnerável”, comenta Solé.
Enfim, de forma geral, reconhecendo os agentes que causam sintomas (por exemplo: poeira doméstica, pelos de animais, locais com mofo, cheiros fortes, entre outros), o paciente deverá se afastar deles e seguir corretamente o tratamento prescrito pelo médico, para que possa, assim, ter melhor qualidade de vida.