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27/09/2018 às 15h03min - Atualizada em 27/09/2018 às 15h03min

Uber vai pagar US$ 148 milhões em multas por ocultar invasão hacker

Canal Tech
Foto: Imagem Ilustrativa
A Uber finalmente chegou a um acordo com o governo dos Estados Unidos e vai pagar uma multa de US$ 148 milhões pela tentativa de ocultar uma invasão hacker ocorrida em 2016 e que levou ao roubo de dados de mais de 57 milhões de pessoas, entre usuários e motoristas. A penalidade está sendo citada pela imprensa internacional como a maior já aplicada em um caso dessa categoria.

É, também, a primeira vez que um processo movido por todos os estados do país é resolvido pela companhia com um acordo fora dos tribunais. Na visão do governo, a Uber gerou uma grande quebra na confiança do público ao ocultar, por quase um ano, uma invasão tão profunda, que colocou em risco a segurança e a integridade de milhões de usuários e parceiros não apenas nos EUA, mas no mundo todo.

Para o procurador geral Xavier Becerra, responsável pelo caso, a multa também serve como um alerta para todas as companhias que atuam nos EUA e podem pensar que estão acima da lei. Ao varrer as informações sobre a brecha para “baixo do tapete”, afirmou ele, a Uber demonstrou desprezo às normas e segurança de seus clientes e motoristas, uma atitude que, agora, deve doer nos bolsos da empresa.

O ataque em questão aconteceu em outubro de 2016, quando hackers comprometeram a rede interna da Uber e baixaram informações como nomes completos, endereços de e-mail, telefones e informações bancárias de 57 milhões de pessoas. Além disso, 600 mil motoristas americanos também tiveram expostos seus números de licença e documentos relacionados à sua liberação na plataforma.

O caso aconteceu durante a gestão do fundador Travis Kalanick na diretoria da empresa e teria envolvido, inclusive, o pagamento de US$ 100 mil para que os criminosos mantivessem o silêncio sobre a invasão e destruíssem os dados roubados. Quando a invasão foi divulgada, em novembro de 2017, o já ex-CEO (substituído por Dara Khosrowshahi em agosto daquele ano) afirmou não ter envolvimento com essa negociação e culpou seus dois executivos-chefe da área de segurança, Joe Sullivan e Craig Clark, que foram demitidos da companhia.

Os US$ 148 milhões em multas serão divididos entre os estados americanos, que serão responsáveis por aplicar o dinheiro individualmente. Além disso, a Uber concordou com uma revisão de sua política corporativa e práticas de segurança, de forma a evitar que incidentes desse tipo aconteçam novamente.

Em comunicado, o diretor legal da Uber, Tony West, afirmou que o acordo é benéfico para encerrar o assunto. Além disso, enalteceu a decisão da gerência de revelar a brecha assim que ela foi conhecida, afirmando que os atuais princípios da empresa são de transparência, integridade e responsabilidade, um ensejo em que o acobertamento de ações desse tipo não se encaixa.

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